Nesse dia estava “de banco” no Hospital de Peniche, entre mordidelas de peixe-aranha, espinhas encravadas, acidentes de viação e ferimentos de rixas “entre amigos”, com umas asmas e umas otites pelo meio. Mas, alguém mais expedito, instalou uma pequena televisão para que todos – médicos, enfermeiros, auxilares e doentes -, pudessem ver o “casamento do Século”.
A história era um conto, ou o conto era de histórias. Uma jovem apaixonada casa com um príncipe a quem provavelmente não deixarão ser rei. Que tem ideias ousadas sobre arquitectura, mas que tem também vários anos a mais do que a sua noiva, uma amante secreta e um feitio, ao que dizem, “nada fácil”. “Hum!.. É para desconfiar”, diriam as vozes mais sábias e menos emotivas.
Que importa! Nesse dia longínquo de 1981, Londres, o Reino e o Império, pararam para ver Carlos de Inglaterra e Diana Spencer, professora primária mas com sangue azul “qb”, darem “o nó”. Nó górdio, como se veio depois a revelar, desde o momento em que um tablóide revelou que Diana ia a concertos rock só com as amigas, ou que “até tinham dormido em camas separadas” numa viagem oficial.
Da Catedral de São Paulo até às cenas de recriminação e de revelações na televisão e na imprensa, muita água correu, muitas coisas se passaram.
Mas o conto era mesmo para valer: infidelidades, depressões, anorexias e amantes. Censuras reais e adorações da plebe. Pelo meio, dois filhos.
O casamento durou onze anos, e até ao divórcio foram mais cinco. Tempo suficiente para o povo se apaixonar pela Princesa do olhar tímido, embora sempre igual, de sorriso fácil mas gracioso, que não hesitou em visitar hospitais, creches e asilos, ou de viajar por Angola, em “traje de safari”, por entre campos minados e crianças com membros esfacelados. Foi a sua última campanha, mas talvez a que mais impressionou. Pela sinceridade e pela coragem. Mesmo que houvesse uma faceta de demasiada ingenuidade, talvez teatral, quiçá mesmo cuidadosamente estudada, escondendo graves problemas de saúde mental num contexto de fingimento aristrocrático.
O resto foi o desígnio da sua vida. Serviu-se dos media e acabou como sua vítima, até terminar fisicamente a 200 km/h no tunel de Alma, em Paris, num 31 de Agosto igual a tantos outros. Tudo o mais foram as contradições, alegrias e angústias da condição humana.
domingo, 31 de agosto de 2008
sexta-feira, 29 de agosto de 2008
faço figas...
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
sebastião dá porrada na mulher...
"Violência doméstica dá direito a ordenado mínimo" - diz o DN, em "gordas".
Na página 3, surge uma fotografia em que se vê um homem e uma mulher a lutar, tendo em primeiro plano duas crianças, e num plano intermédio uma garrafa de vinho com um copo meio-cheio.
A legenda desta fotografia é: "Mulheres que sejam maltratadas recebem adiantamento do Governo". E o texto reza: "As mulheres vítimas de maus tratos podem receber do Estado..."
Mulheres. Apenas mulheres. Mais uma vez, no espírito machista vigente (que curiosamente não vejo nenhuma feminista criticar ou sequer referir...) e quase glosando as palavras do Presidente sobre a lei do divórcio, os homens vítimas de maus tratos (porque também os há, e bastante mais do que se julga) ficam de fora da notícia.
"Homem é a besta que bate. Mulher o ser frágil que apanha.". Em que Escola de Comunicação Social andaram estes jornalistas?
Aqui fica um cartaz britânico, para vermos como somos atrasados (mentais).
Na página 3, surge uma fotografia em que se vê um homem e uma mulher a lutar, tendo em primeiro plano duas crianças, e num plano intermédio uma garrafa de vinho com um copo meio-cheio.
A legenda desta fotografia é: "Mulheres que sejam maltratadas recebem adiantamento do Governo". E o texto reza: "As mulheres vítimas de maus tratos podem receber do Estado..."
Mulheres. Apenas mulheres. Mais uma vez, no espírito machista vigente (que curiosamente não vejo nenhuma feminista criticar ou sequer referir...) e quase glosando as palavras do Presidente sobre a lei do divórcio, os homens vítimas de maus tratos (porque também os há, e bastante mais do que se julga) ficam de fora da notícia.
"Homem é a besta que bate. Mulher o ser frágil que apanha.". Em que Escola de Comunicação Social andaram estes jornalistas?
Aqui fica um cartaz britânico, para vermos como somos atrasados (mentais).
terça-feira, 26 de agosto de 2008
a Guerra Fria aquece...
Nos próximos tempos vão trocar-se razões, insultos, precedentes kosovares, acusações de genocídio e tantas outras coisas mais, incluindo direitos das populações.
Uma coisa é certa: o presidente da Geórgia arriscou e perdeu, militarmente primeiro, agora politicamente. O Ocidente subestimou a Rússia, pensando que em dia de Olimpíadas, o urso estaria entretido com outras coisas mais interessantes do que vigiar o seu território de caça.
A russificação dos territórios anexados pela ex-URSS, iniciada por Estaline, vem ainda mais baralhar o "quem é quem" nestes países/nações/regiões.
O ódio intrínseco tribal, acicatado pelos dramas de guerras e guerrilhas mal conduzidas e inoportunas, faz o resto, como fazem as patéticas declarações de Bush, por ineficazes e inconsequentes. "Não admitimos o reconhecimento da Ossétia e da Abkhazia". E agora que elas foram reconhecidas pela Rússia como países independentes? Vai fazer como no Iraque?
Os ventos sopram fortes e gelados. A crise ainda não se refez e as coisas já estão a piorar. A Geórgia está manietada e cercada pela sua própria estratégia. E a UE, como sempre, envia enviados, passe o pleonasmo, dá bons conselhos mas não pode fazer muito mais do que isso.
E eu também não sei se gostava que o meu inimigo tradicional instalasse mísseis no meu antigo quintal... como não gostou Kennedy quando Kruschef, em 1962, quis instalá-los em Cuba. Lembram-se? Será que a América aceitará um embargo à Polónia ou à Eslováquia, como promove há quarenta anos o embargo a Cuba?
Veremos as cenas dos próximos capítulos, mas há um endurecimento que não prenuncia nada de bom. Veremos também quem reconhece quem, no jogo do Médio Oriente, do Irão e Iraque, do Paquistão e Afeganistão.
O medo volta a dar sinais...
Uma coisa é certa: o presidente da Geórgia arriscou e perdeu, militarmente primeiro, agora politicamente. O Ocidente subestimou a Rússia, pensando que em dia de Olimpíadas, o urso estaria entretido com outras coisas mais interessantes do que vigiar o seu território de caça.
A russificação dos territórios anexados pela ex-URSS, iniciada por Estaline, vem ainda mais baralhar o "quem é quem" nestes países/nações/regiões.
O ódio intrínseco tribal, acicatado pelos dramas de guerras e guerrilhas mal conduzidas e inoportunas, faz o resto, como fazem as patéticas declarações de Bush, por ineficazes e inconsequentes. "Não admitimos o reconhecimento da Ossétia e da Abkhazia". E agora que elas foram reconhecidas pela Rússia como países independentes? Vai fazer como no Iraque?
Os ventos sopram fortes e gelados. A crise ainda não se refez e as coisas já estão a piorar. A Geórgia está manietada e cercada pela sua própria estratégia. E a UE, como sempre, envia enviados, passe o pleonasmo, dá bons conselhos mas não pode fazer muito mais do que isso.
E eu também não sei se gostava que o meu inimigo tradicional instalasse mísseis no meu antigo quintal... como não gostou Kennedy quando Kruschef, em 1962, quis instalá-los em Cuba. Lembram-se? Será que a América aceitará um embargo à Polónia ou à Eslováquia, como promove há quarenta anos o embargo a Cuba?
Veremos as cenas dos próximos capítulos, mas há um endurecimento que não prenuncia nada de bom. Veremos também quem reconhece quem, no jogo do Médio Oriente, do Irão e Iraque, do Paquistão e Afeganistão.
O medo volta a dar sinais...
Já passaram vinte anos!
No dia 26 de Agosto dee 1988, há 20 anos, morria Carlos Paião, num acidente de automóvel perto de Rio Maior.
Independentemente de se gostar ou não do género, era um bom homem, e cantou mais de 500 canções.
Médico, formado em 1983, era um músico promissor.
Relembro aqui, uma estrofe de Cinderela, sobre a "não-idade" das paixões:
Então,
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor.
Independentemente de se gostar ou não do género, era um bom homem, e cantou mais de 500 canções.
Médico, formado em 1983, era um músico promissor.
Relembro aqui, uma estrofe de Cinderela, sobre a "não-idade" das paixões:
Então,
Bate, bate coração
Louco, louco de ilusão
A idade assim não tem valor.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
20 anos!
Vinte anos, já!
Nesse dia tinha de fazer uma prova de esforço mas o técnico, que morava ao pé do Chiado, não apareceu.
Ouvi as notícias na TSF.
Mas o Chiado está cada vez mais in, e gosto muito de tomar o metro e percorrer a Rua Garrett, depois de cumprimentar o Pessoa, e lançar os olhos aos bolos da Brasileira. Comprar o jornal, descer a rua e comprar uma rosa encarnada na florista que fica do lado direito.
E depois mergulhar na FNAC, sem antes passar pela Bertrand ou dar uma saltada à Loja da Catarina Portas.
Viva o Chiado!
Nesse dia tinha de fazer uma prova de esforço mas o técnico, que morava ao pé do Chiado, não apareceu.
Ouvi as notícias na TSF.
Mas o Chiado está cada vez mais in, e gosto muito de tomar o metro e percorrer a Rua Garrett, depois de cumprimentar o Pessoa, e lançar os olhos aos bolos da Brasileira. Comprar o jornal, descer a rua e comprar uma rosa encarnada na florista que fica do lado direito.
E depois mergulhar na FNAC, sem antes passar pela Bertrand ou dar uma saltada à Loja da Catarina Portas.
Viva o Chiado!
domingo, 24 de agosto de 2008
voltem McCann, estão perdoados...
Segundo os jornais, um homem de 33 anos tentou ontem à tarde, em Peniche, roubar um carro no interior do qual se encontravam duas crianças, de 8 e 13 anos, filhos da condutora. O assaltante ainda conseguiu ligar o motor e fazer marcha-atrás, mas foi impedido de seguir viagem por populares, que se aperceberam da situação e conseguiram retirá-lo do carro e imobilizá-lo até à chegada de um carro-patrulha da PSP.
O carro, um Renault Mégane Scénic, estava parado junto a um café, aonde a condutora se tinha dirigido por uns instantes.
Não sei que estupidez admirar mais: se a do assaltante, se a da mãe que deixa duas crianças dentro do carro com as portas abertas. Voltem, McCann, estão perdoados!
o diabo (e a nortada) à solta
24 de Agosto, dia de São Bartolomeu, é também o dia em que se diz que o Diabo se solta do Inferno e anda solto pela Terra, por 24 horas. O vento forte, encanado, é a prova dos movimentos do Demo.
Entre as proezas de Belzebu, no dia em que lhe é concedida liberdade, contam-se urinar para as amoras silvestres, pelo que não se recomenda a sua ingestão. Além disso, é o dia em que a carteira pode levar sumiço, sem se dar por isso.
Não se sabe se por obra de Belial, neste dia, em 1954, suicidou-se o presidente do Brasil, Getúlio Vargas, e em 1968 a França deflagrou a sua primeira bomba de hidrogénio. Há dois anos, no dia 24 de Agosto, Plutão foi rebaixado da sua categoria de planeta de primeira ordem do Sistema Solar para mero planetóide.
Mas nasceram neste dia Jorge Luis Borges, Paulo Coelho, Yasser Arafat e Jean Michel Jarre, entre outros. Sopro de Mefistófeles?
Comemora-se igualmente o Dia do Artista...
PS: a primeira pintura, de Michelangelo, mostra São Bartolomeu exibindo a própria pele, depois de ter sido esfolado em martírio, no regresso da sua estadia na Índia, onde pregou o cristianismo.
Entre as proezas de Belzebu, no dia em que lhe é concedida liberdade, contam-se urinar para as amoras silvestres, pelo que não se recomenda a sua ingestão. Além disso, é o dia em que a carteira pode levar sumiço, sem se dar por isso.
Não se sabe se por obra de Belial, neste dia, em 1954, suicidou-se o presidente do Brasil, Getúlio Vargas, e em 1968 a França deflagrou a sua primeira bomba de hidrogénio. Há dois anos, no dia 24 de Agosto, Plutão foi rebaixado da sua categoria de planeta de primeira ordem do Sistema Solar para mero planetóide.
Mas nasceram neste dia Jorge Luis Borges, Paulo Coelho, Yasser Arafat e Jean Michel Jarre, entre outros. Sopro de Mefistófeles?
Comemora-se igualmente o Dia do Artista...
PS: a primeira pintura, de Michelangelo, mostra São Bartolomeu exibindo a própria pele, depois de ter sido esfolado em martírio, no regresso da sua estadia na Índia, onde pregou o cristianismo.
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sexta-feira, 22 de agosto de 2008
até que o casamento dê cabo de todos...
O veto "político" de Cavaco Silva não é político. É um veto moral, o que não é correcto, na minha opinião, numa democracia, quando o documento imana da Assembleia da República, que representa o povo.
As razões expressas no veto são, quanto a mim, tendenciosas e ultramontanas: aliás, o Presidente trai-se quando diz que pretende defender os mais fracos, e acrescenta "que são principalmente as mulheres". Esta parte é redundante e desnecessária. Defender os mais fracos, quaisquer que eles sejam, é o que interessa. Aditar "que sºao as mulheres" é discriminatório. Só faltava escrever "os pretos" ou "os coxos". Estranho que nenhuma feminista tenha dito um "ai" sobre o assunto - as palavras só saem quando é conveniente para a corporação.
De qualquer modo, espero que a Assembleia não tenha medo do Presidente e volte a votar do mesmo modo, o mesmo documento. E que este, numa próxima, se rodeie de pessoas que o façam ver que os tempos são diferentes daqueles em que casou com a Senhora Dona Maria. Pena é o tempo que se perderá, com estas idas e vindas.
PS: depois daquela aparição sobre os Açores, é pena que o Presidente não tenha, por exemplo, vindo dar a cara agora, como não o fez quando aprovou o polémico Acordo Ortográfico. Cavaco é o Presidente e tem os poderes constitucionais devidos. Não pense, no entanto, que é dono da verdade ou guardião da moral e das virtudes. Parece que o "homem-providência" está outra vez a querer tomar conta de Aníbal.
uma cruz difícil de carregar
No dia 22 de Agosto de 1864 foi criada a Cruz Vermelha (ou Crescente Vermelho, nos países ortodoxos) Internacional.
Visando primeiro o apoio aos militares feridos em guerras, a Cruz Vermelha alargou o seu âmbito de trabalho ao apoio humanitário e médico a todas as vítimas de conflitos, especialmente as mais vulneráveis.
Uns estragam e outros constroem - a Cruz Vermelha pertence a este último grupo.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
sempre o grito mais forte: Liberdade!
A Primavera foi exterminada há precisamente 40 anos.
Mas regressou, porque a Liberdade vence sempre a Tirania.
Um pensamento especial para Alexander Dubcek e todos os políticos checos e eslovacos que lutaram pela liberdade, para Jan Palach, o estudante que se imolou pelo fogo para que o seu gesto ficasse na retina de todos como a rejeição dos tanques soviéticos, e para os intelectuais da Carta 77, entre eles Vaclav Havel e Jan Patocka. O grito da Liberdade foi tal, que um miúdo de 12 anos, como eu, num remoto lugar chamado Portugal,. em que se censuravam as notícias, pôde saber o suficiente para sentir revolta e o sabor da injustiça.
Em 1974, quando visitei Praga pela primeira vez, lembro-me do enorme tanque, sobre um relvado, junto ao Estádio onde estava a Pousada da Juventude, e da inscrição que se podia ler no local: "Obrigado, soviéticos, por nos terem libertado do perigo do capitalismo!" Estive depois em 1990, 1998 e 2003. Fases muito diferentes desta maravilhosa cidade, mas tendo como ponto comum, a beleza, a música, a cultura, e a dignidade (e a excelente cerveja!).
A URSS fazia a festa, deitava os foguetes e apanhava as canas. Estalaram-lhes nas mãos. Blahopřání Praha, gratulace Svoboda!
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Qual a verdade?
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
um livro a ler
Confesso que, quando comprei o Livro, foi mais para completar o muito que já tinha lido sobre o assunto, desde o fatídico dia 3 de Maio de 2007, e para ver se as minhas conjecturas pessoais teriam algum cabimento.
No entanto, e depois de tudo o que se disse acerca do Livro e do seu Autor, estava á espera de umas quantas páginas que apenas confirmassem a tese de Gonçalo Amaral e, ao mesmo tempo, um ataque aos McCann.
Retiro tudo o que pensei. O livro de Gonçalo Amaral pauta-se pelo rigor, pela contenção, e nunca faz juízos de valor. Mais: evita falar de tudo o que enlameou o processo, em termos de mediatização, das viagens dos McCann, das cenas da Igreja ou do urso, de tudo o mais.
Gonçalo Amaral diz - talvez o mais importante de tudo - que numa investigação nunca nos devemos descentrar da vítima. E a vítima era Maddie. E mostra como, a certa altura, as vítimas passaram a ser os pais. Além disso, mostra-nos alguns factos e deixa-nos a perplexidade e o ónus da sua interpretação.
Evita claramente conduzir-nos, mas não nos deixa de mostrar os trilhos e os caminhos, tal como o foram - apenas a nós, contudo, compete escolhê-los.
Um excelente livro, que se lê de um ápice, e que considero indispensável para quem se interessou por este estranho caso.
No entanto, e depois de tudo o que se disse acerca do Livro e do seu Autor, estava á espera de umas quantas páginas que apenas confirmassem a tese de Gonçalo Amaral e, ao mesmo tempo, um ataque aos McCann.
Retiro tudo o que pensei. O livro de Gonçalo Amaral pauta-se pelo rigor, pela contenção, e nunca faz juízos de valor. Mais: evita falar de tudo o que enlameou o processo, em termos de mediatização, das viagens dos McCann, das cenas da Igreja ou do urso, de tudo o mais.
Gonçalo Amaral diz - talvez o mais importante de tudo - que numa investigação nunca nos devemos descentrar da vítima. E a vítima era Maddie. E mostra como, a certa altura, as vítimas passaram a ser os pais. Além disso, mostra-nos alguns factos e deixa-nos a perplexidade e o ónus da sua interpretação.
Evita claramente conduzir-nos, mas não nos deixa de mostrar os trilhos e os caminhos, tal como o foram - apenas a nós, contudo, compete escolhê-los.
Um excelente livro, que se lê de um ápice, e que considero indispensável para quem se interessou por este estranho caso.
domingo, 17 de agosto de 2008
sábado, 16 de agosto de 2008
um exemplo de campeão
Francis Obirah Obikwelu, nascido em 1978. É um atleta genuinamente português, porque foi cá que pôde desenvolver toda a sua arte atlética.
Ganhou a medalha de ouro no Campeonato da Europa de Atletismo de 2002, a medalha de prata dos 100m nos Jogos Olímpicos em Atenas (2004) e, em 2006, venceu as provas dos 100m e 200 m no Campeonato da Europa em Gotemburgo. Foi eleito Atleta Europeu de 2006e é o detentor actual do recorde europeu dos 100 m.
Hoje falhou o "ataque" à final dos 100 metros, em Pequim.
Passados momentos, anunciou o fim da carreira, e nem nos 200 metros já vai correr.
Mas, ao coroar uma postura de humildade que só os verdadeiros campeões têm, Obikwelu disse: "Peço desculpas aos portugueses, porque estiveram a pagar para eu vir aos jogos".
Quando o presidente da Federação de Remo "rouba" o bilhete do treinador para poder, ele, ir a Pequim, ficando os remadores nacionais "à nora", Obikwelu sai em grande. Pode não ter ido à final, mas já lá está, no podium da Honra, do Mérito e da Categoria.
Obrigado, Francis Obikwelu!
Like a virgin!
Al Orenz
Arqueólogo, aventureiro, estratega militar, escritor. T.E Lawrence ficou conhecido por Lawrence da Arábia, encarnado por Peter O´Toole nas telas do cinema.
Personagem enigmática, acusado de ter uma relação homossexual com Jeremy Wilsom, ajudou a nação árabe a combater o Império Britânico. Aos 46 anos morreu, num acidente de moto.
Nasceu há precisamente 120 anos, no dia 16 de Agosto. Grande filme. Grande vida!
Personagem enigmática, acusado de ter uma relação homossexual com Jeremy Wilsom, ajudou a nação árabe a combater o Império Britânico. Aos 46 anos morreu, num acidente de moto.
Nasceu há precisamente 120 anos, no dia 16 de Agosto. Grande filme. Grande vida!
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Obrigado, snipers e polícia!
A minha homenagem, sentida, aos homens que salvaram a vida dos reféns do assalto ao BES.
Anónimos, porque a profissão assim o obriga, são homens de carne e osso, que quando despem a farda voltam a encarar todas as angústias e dúvidas do ser humano.
Escrevo porque já não aguento o incensar dos criminosos que assaltaram o banco e que ameaçaram de morte os reféns. "Era um guri muito bom". "Um momento de inconsciência e agora querem tramá-lo para a vida" - ouvi isto na televisão, sobre o tal Wellington.
A culpa não é da família, que obviamente tenta defender o indefensável. É dos jornalistazecos (nada têm a ver com os Jornalistas) que querem fazer de um caso grave da vida real, um drama pungente de telenovela.
Felizmente, os homens que velam pela nossa segurança não falharam e não tiveram "o momento de inconsciência". Pelo contrário. Souberam esperar, horas, num telhado, aguardando ordens e cumprindo-as a bem da vida dos inocentes. Estão de parabéns! Que durmam tranquilos, certos do dever cumprido.
PS. é como a criança de 11 anos que morreu com os tiros dos GNR. Fala-se pouco da inconsciência e exposição ao perigo de levar uma criança de 11 anos para um assalto. É mencionada ao de leve a tentativa de atroplemento dos agentes. O que fica é que "GNR mata criança!".
Vale a pena ver o filme brasileiro "Tropa de èlite" - o endeusamento do Mal tem de acabar. Não há consenso nem possibilidade de negociação com o dark side of the force...
sábado, 9 de agosto de 2008
Ficam nos "comentários", quatro letras de músicas sobre Dom Sebastião, de quem falámos há dias - Sérgio Godinho, José Cid, José Mário Branco e Nhá Jansa
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
citius, altius, fortius
Começaram! Para lá da polémica e de tudo o que vem à superfície, desde a poluição, os direitos humanos, as construções fantásticas e outros assuntos "internos" chineses, concentremo-nos agora na qualidade dos artistas, especialmente dos "nossos", e ao grande show do corpo e da mente (e da tecnologia) a que vamos poder assistir.
Bons Jogos!
oitodooitodooito
cinco dedos tem uma mão
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
terrorismo de estado... ou eclesiástico
No dia 7 de Agosto de 1794, teve lugar em Lisboa o último auto de fé da Santa (santa???) Inquisição.
Que dizer, no entanto, da que permanece nos espíritos de cada um de nós, e que tantas vezes surge, venenosa, discriocionária, fazendo julgamentos sumários e crucificação dos que decidimos condenar?
A Inquisição está na condição humana e é a face visível do seu lado mais obscuro - o poder perverso e violento. Que nunca esqueçamos o que se passou, mesmo sem ter de pedir desculpa pelo que individualmente não fizemos.
Pintura de Pedro Berruguete
menino do rio
Faz hoje anos, este Grande Senhor. 66, para ser mais preciso.
Inovador, polémico, sem papas na língua, viajante da música, suave ou cru, doce ou ácido. Ainda tenho nos ouvidos os acordes do concerto que deu há precisamente dois anos, no CCB, tendo como companheiro único o seu violão.
Que conte muitos... e nós a ouvir!
Inovador, polémico, sem papas na língua, viajante da música, suave ou cru, doce ou ácido. Ainda tenho nos ouvidos os acordes do concerto que deu há precisamente dois anos, no CCB, tendo como companheiro único o seu violão.
Que conte muitos... e nós a ouvir!
terça-feira, 5 de agosto de 2008
Por que no.... vais ver a Callas?
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
a verdade da mentira
Olá. Desapareci em 1578, num dia 4 de Agosto, fazia uma caloraça em Alcácer, mas a piscina da pousada estava à sombra.
Não me procuraram com cães pisteiros nem provaram que algum mouro me tivesse raptado - apesar de jovenzinho, os infiéis preferiam os ainda mais novinhos. Também não se provou que, apesar de abandonado numa guerra, me tivessse acontecido um acidente e os meus pais ocultassem o meu cadáver.
Assim, tenciono voltar, num qualquer dia de nevoeiro, quanto mais não seja porque a História de um país não pode ter flops como eu, ou o descrédito toma conta da estrutura psicológica do povo. Só se admitem as Brites de Aljubarrota, reis que peguem em espadas de 500 kg, e gestas épicas e heróicas. Mas eu vou voltar... pelo menos logo que os candidatos a Dom Sebastião sumam da política portuguesa...
Pintura de Cristóvão de Moraes
Não me procuraram com cães pisteiros nem provaram que algum mouro me tivesse raptado - apesar de jovenzinho, os infiéis preferiam os ainda mais novinhos. Também não se provou que, apesar de abandonado numa guerra, me tivessse acontecido um acidente e os meus pais ocultassem o meu cadáver.
Assim, tenciono voltar, num qualquer dia de nevoeiro, quanto mais não seja porque a História de um país não pode ter flops como eu, ou o descrédito toma conta da estrutura psicológica do povo. Só se admitem as Brites de Aljubarrota, reis que peguem em espadas de 500 kg, e gestas épicas e heróicas. Mas eu vou voltar... pelo menos logo que os candidatos a Dom Sebastião sumam da política portuguesa...
Pintura de Cristóvão de Moraes
que descanse em paz
domingo, 3 de agosto de 2008
o quarto poder...
A revista "Visão" (pg 22) deveria ir ao oftalmologista... se isso servisse para alguma coisa.
Naqueles "altos e baixos" (neste caso, a rubrica "mais & menos", do jornalista que assina RTG, e na qual coloca as pessoas a cores e a preto e branco), quem fica muito mal na fotografia, feita pelo jornalista, é André Gonçalves Pereira, cuja fotografia acompanha um pequeno texto a dizer, basicamente, que "ficou fora de jogo com o parecer de Freitas do Amaral" no caso do Conselho de Justiça da FPF.
Ora o Gonçalves Pereira, juiz, que presidiu à célebre reunião do Conselho e a abandonou imtempestivamente, não tem nada a ver com André Gonçalves Pereira, advogado.
Advogado que, espero, processe a "Visão" e o míope jornalista, para ver se deixam de ter Olhão e passam a jogar no Boavista...
Naqueles "altos e baixos" (neste caso, a rubrica "mais & menos", do jornalista que assina RTG, e na qual coloca as pessoas a cores e a preto e branco), quem fica muito mal na fotografia, feita pelo jornalista, é André Gonçalves Pereira, cuja fotografia acompanha um pequeno texto a dizer, basicamente, que "ficou fora de jogo com o parecer de Freitas do Amaral" no caso do Conselho de Justiça da FPF.
Ora o Gonçalves Pereira, juiz, que presidiu à célebre reunião do Conselho e a abandonou imtempestivamente, não tem nada a ver com André Gonçalves Pereira, advogado.
Advogado que, espero, processe a "Visão" e o míope jornalista, para ver se deixam de ter Olhão e passam a jogar no Boavista...
coisas antigas
Andei a rever algumas coisas do Espaço Azul, e verifiquei que estou em dívida para convosco, em algumas rubricas, designadamente duas:
- os meus "ódios" de estimação
- pessoas que me marcaram
- quadros sobre a gestação e o nascimento
Prometo retomar estas alíneas, em meados de Agosto, com maior regularidade.
- os meus "ódios" de estimação
- pessoas que me marcaram
- quadros sobre a gestação e o nascimento
Prometo retomar estas alíneas, em meados de Agosto, com maior regularidade.
sábado, 2 de agosto de 2008
repulsa
Condenado a 3.000 (três mil) anos de prisão pela morte de 25 pessoas, beneficou de várias amnistias e de buracos na lei para ver estes três milénios reduzidos a 21 anos.
Saíu hoje. Nunca se arrependeu. Mais: fazia grandes festejos na prisão, cada vez que a ETA atacava. Vai viver para um condomínio onde moram muitos familiares das suas vítimas.
Zapatero diz ter desprezo dele. Outros terão nojo. Outros terão raiva. Muitos terão medo. Porque a ETA é um grupo de terroristas e assassinos, benevolamente protegidos por alguns bascos ingénuos e alguns esquerdistas ignorantes.
Abaixo a ETA!
Saíu hoje. Nunca se arrependeu. Mais: fazia grandes festejos na prisão, cada vez que a ETA atacava. Vai viver para um condomínio onde moram muitos familiares das suas vítimas.
Zapatero diz ter desprezo dele. Outros terão nojo. Outros terão raiva. Muitos terão medo. Porque a ETA é um grupo de terroristas e assassinos, benevolamente protegidos por alguns bascos ingénuos e alguns esquerdistas ignorantes.
Abaixo a ETA!
Percebes?
Quem leu as "Vinte mil léguas submarinas", de Júlio Verne, recordará que o Capitão Nemo frequentava, com o seu submarino "Nautilus", as águas galegas: diz o livro que era para rechear os seus cofres com o ouro dos galeões espanhóis, afundados no local. Omite, mas é capaz de ser verdade, que um dos objectivos do Capitão era apanhar o seu marisco preferido - os percebes... pelo menos é o que juram os galegos.
Nunca se poderá confirmar esta versão da história mas, a ser verdade, é inegável que o Capitão Nemo (ou Júlio Verne, por ele) tinha bom gosto...
Os percebes - de seu nome latino Pollicipes elegans - fazem as delícias de muita gente. Embora tenham aquele aspecto de "unhas encardidas", são crustáceos que, depois de passar, na sua juventude, pela fase de larvas, que nadam de forma errática pelo mar, cansam-se de ver o mundo e adoptam a sua forma adulta, criando raízes. E onde param, ficam para sempre... até irem parar à boca de um humano, claro.
O maior predador de percebes é, naturalmente, o Homem... e por vezes os sargos (que podem ser peixes, mas não são parvos). Os percebes precisam de água muito batida, limpa e bravia, com uma base rochosa e não arenosa. Precisam também que o sol os tisne com regularidade. E também precisam de chuva para que a água doce estimule o seu crescimento. O facto de estarem parte da sua vida acima da linha de água também contribui para que cresçam mais rapidamente. Em seis meses conseguem atingir o tamanho comercial (pelo menos cinco centímetros de comprimento e dois de diâmetro).
São hermafroditas, mas incapazes de se auto-fecundarem. Assim, um actua como "macho" e o outro como "fêmea" (é caso para perguntar: para quê tanta complicação?).
Cozê-los é simples, e segundo os especialistas devem comer-se quentes.
Em Espanha, a produção de percebes é de 336 toneladas, valendo perto de 7 milhões de euros. A extracção de percebes dá emprego fixo a 1.500 pessoas e indirecto a cerca de 2.500. Em Portugal, desconhecem-se os números, mas o prazer de os saborear chega a vários milhares de pessoas, havendo mesmo "percebo-maníacos" e até "percebo-dependentes"!
Nunca se poderá confirmar esta versão da história mas, a ser verdade, é inegável que o Capitão Nemo (ou Júlio Verne, por ele) tinha bom gosto...
Os percebes - de seu nome latino Pollicipes elegans - fazem as delícias de muita gente. Embora tenham aquele aspecto de "unhas encardidas", são crustáceos que, depois de passar, na sua juventude, pela fase de larvas, que nadam de forma errática pelo mar, cansam-se de ver o mundo e adoptam a sua forma adulta, criando raízes. E onde param, ficam para sempre... até irem parar à boca de um humano, claro.
O maior predador de percebes é, naturalmente, o Homem... e por vezes os sargos (que podem ser peixes, mas não são parvos). Os percebes precisam de água muito batida, limpa e bravia, com uma base rochosa e não arenosa. Precisam também que o sol os tisne com regularidade. E também precisam de chuva para que a água doce estimule o seu crescimento. O facto de estarem parte da sua vida acima da linha de água também contribui para que cresçam mais rapidamente. Em seis meses conseguem atingir o tamanho comercial (pelo menos cinco centímetros de comprimento e dois de diâmetro).
São hermafroditas, mas incapazes de se auto-fecundarem. Assim, um actua como "macho" e o outro como "fêmea" (é caso para perguntar: para quê tanta complicação?).
Cozê-los é simples, e segundo os especialistas devem comer-se quentes.
Em Espanha, a produção de percebes é de 336 toneladas, valendo perto de 7 milhões de euros. A extracção de percebes dá emprego fixo a 1.500 pessoas e indirecto a cerca de 2.500. Em Portugal, desconhecem-se os números, mas o prazer de os saborear chega a vários milhares de pessoas, havendo mesmo "percebo-maníacos" e até "percebo-dependentes"!
sexta-feira, 1 de agosto de 2008
lembram-se delas?
Têm em comum o facto de serem mulheres de sucesso. No dia 1 de Agosto de 1979, uma foi nomeada primeiro-ministro de Portugal. A primeira mulher (e única até agora) a ocupar o cargo em Portugal.
A outra nasceu neste dia, em 1952.
Ambas marcaram os anos oitenta: Maria de Lourdes Pintasilgo e Bruna Lombardi. Lembram-se delas?
A outra nasceu neste dia, em 1952.
Ambas marcaram os anos oitenta: Maria de Lourdes Pintasilgo e Bruna Lombardi. Lembram-se delas?
interrompam as férias, o trabalho e parem as rotativas!
Para quê tanto chinfrim? Quase que se pensava que o Presidente fosse dissolver a Assembleia e, a seguir, fazer hara-kiri...
Afinal, nada que uma mera "Mensagem à AR" não resolvesse - esse item constitucional existe exactamente para estes casos. Isto, para lá da linguagem hermética que deve ter deixado os portugueses a pensar que se tratava de uma alocução sobre o novo Acordo Ortográfico. A Silly Season contagiou até o homem mais racional do País!
Afinal, nada que uma mera "Mensagem à AR" não resolvesse - esse item constitucional existe exactamente para estes casos. Isto, para lá da linguagem hermética que deve ter deixado os portugueses a pensar que se tratava de uma alocução sobre o novo Acordo Ortográfico. A Silly Season contagiou até o homem mais racional do País!
quizz para o primeiro de Agosto
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