quinta-feira, 9 de julho de 2009

as ratazanas roeram certos cérebros...

Para preservar um rato, porque se trata apenas de um rato, mesmo que dê pelo nome de Microtus cabrerae e tenha pêlo comprido castanho-amarelado, os contribuintes portugueses são obrigados a gastar 6,9 milhões de euros para fazer três viadutos sobre as "colónias dos roedores", afinal, agrupamentos de meros ratos.

Segundo um reputado Professor, "Portugal e Espanha têm a obrigação de preservar esta espécie!".

Há outras espécies, "velhus senilis em asylus", "sin-abricus", "mater juvenilis", "pobris miserabilis", "infantilis deficientis"... que talvez merecessem mais atenção do que o "cabrão" do rato, digo, o "rato cabrerae"...

6 comentários:

Anónimo disse...

Não foi essa a educação que te deram os teus pais...ou já entraste na gíria socrática, que fala e gesticula por insultos?

Coitados dos ratos, são tão necessários ao habitat como as formigas ou os mosquitos contra os quais usamos repelentes e insecticidas.
Gastar somas astronómicas que, nas escolas, fariam muito jeito unicamente para poupar os roedores, dá-me vómitos....não só porque os ratos são animais rastejantes, contrariamente aos professores ( para já) e porque eles nem sequer agradecem ou votam em quem os poupou.

Abaixo os ratos....e a linguagem de esgoto, mano.

V

Mário disse...

Mana
A palavra "cabrão" tem a ver com a raiz etimológica do nome do rato, e deve ser pronunciada com o devido sotaque alentejano...
Ai de mim ser menos cortês com os meus Leitores... mas diga lá, na verdade, se o rato não merece o epíteto. Ele ou se calhar os que "ordenam" a sua preservação em vez de pensarem em prioridades e noutros animais... como o Homem.

Anónimo disse...

Amanhã, deixarei o continente em direcção a Porto Santo. Que me conste ainda não há lá casos de gripe A e espero não ser a primeira:)))
Para todos os leitores deste blogue, uma semana calma, relaxada, divertida ( mesmo em trabalho) e com espírito aberto para ler as entradas deste blogue.
Não estarei por aqui, mas voltarei!!

Virgínia

joaopedrosantos disse...

Bom, agora tocou num ponto sensível. A conservação da biodiversidade é algo da maior importância.
Tiramos medicamentos que salvam muitas vidas da Natureza, podemos apreciar a sua beleza, podemos descobrir mais sobre nós mesmos e até manter os habitats mais estáveis, de forma a que não se transforme tudo num deserto.

Este é um daqueles casos em que não há algo mais importante. Ambas as coisas têm de ser feitas. A conservação da natureza é bastante importante e os hospitais também.

(Não esquecer que ligadas ao rato, estão provavelmente muitas outras espécies que dele dependem.)

Talvez um dia eu possa vir a trabalhar em projectos destes.

Miguel e Rita Clara disse...

Ontem tinha escrito um comentário mas parece que se perdeu..
Na linha do que diz o comentador anterior creio que 1 espécie não vale apenas por si mas tb pelas relações com outras espécies quer animais quer vegetais. Leva-nos a pensar que o equilíbrio natural é muito mais frágil do que suporíamos, por exemplo o desbaste florestal não se recupera com a simples replantação de novas árvores, pelo caminho perderam-se plantas que se aninharam á roda das árvores(por vezes até com propriedades medicinais) e que são irrecuperáveis no curto prazo...
Decidi procurar a razão de existir deste Ratón e descobri apenas estudos da Un. Évora que falavam acerca da necessidade de transformação das plantações (deixando ervas altas por exemplo) para que estes seres perdurassem.
Depois assolou-me a ideia fantástica de que este era um acto profético do sistema - Salvam-se os Ratos e morram os Homens...
(messiânico!!!)
E por fim as minhas sinapses encaminharam-me para o excelente autor que é Jared Diamond (professor de Geografia na Califórnia)- "O Colapso- Why societies fail and succeed"- e concluí que de facto a palavra Sustentável é um jargão político mas ainda muito vazio de realidades. O Homem tem que se aceitar como parte da Terra e assim compreender que deverá extrair apenas o necessário ( o EXTRAORDINÁRIO É DEMAIS:::) como diz o urso Balu no Livro da Selva).
Defender a natureza ou defender o homem não deveria ser uma dicotomia fracturante. Jared Diamond afirma que esta é a única grande divisão entre visões políticas, também afirma que qualquer dos caminhos em exclusivo conduzirão a grandes convulsões...
Fico-me por aqui, com a ideia de que teremos que encontrar e praticar um caminho que nos desvie do fracasso cililizacional!!!
( Nota se a MMGuedes descobre vai conseguir encontrar DNA socrático no dito Ratón...)

Mário disse...

Por mim, preservava todas as espécies (excepto as moscas...), mas há que atender também a que nós, enquanto espécie, também pertencemos ao ecossistema. E se não devemos dar cabo dele, à lais de predadores, também devemos pensar primeiro nos "nossos".