segunda-feira, 27 de julho de 2009

Divagações de férias - 12



Continuo na Grécia. Na Grécia de Sophia. Na Grécia de Sapho, de Ulisses, de Jasão. A Utopia está próxima - um dia ou dois e cairá aqui, depois de dois anos em "banho-de-maria"... Na Grécia do Cabo Sounion. Na Grécia dos mitos e dos deuses. Na Grécia que me atrai, porquanto tantas razões lógicas me poderiam fazer detestá-la...


Thalassos

Poseidon, deus das ondas e do mar
Que vives nas marés e nas nascentes
Usa o teu magnânimo tridente
E faz-me transformar
Num simples peixe
Para que nada do que sinto e do que amo
Se vá, com o vento norte, e enfim me deixe.

Do amor e da paixão
Que aqui proclamo
Ao sol que me acolhe, doce e quente
Da voz e da canção
De quem eu amo
À Atlântida, teu nobre continente.
Que o vento cante, ao som do teu arpão
E que encha de esperança a minha flauta…

Como Tritão salvou Jasão
E os argonautas.

3 comentários:

catuxa disse...

Bonitos poemas. Bela forma de "divagar" durante as férias, e de o partilhar. Um beijinho

Mário disse...

Obrigado, Catucha. Sabe tanto melhor quanto vindo de uma sobrinha querida, e de uma afilhada amorosa.
A idade faz ver as coisas com maior lucides... e porventura maior intolerância ética, relativamente aos outros mas também as nós próprios.
Os filhos fazem-nos repensar quem somos. A perspectiva de um fim, seja ele qual for ou quando for, obriga-nos a olhar para as coisas tangíveis e mortais.
Não somos deuses - mas admiti-lo é o primeiro passo para podermos ambicionar sê-lo.
Mas para isso, há que deixar de lado a hipocrisia, cultivar a humildade e consagrar o amor como o fogo que alimenta a esperança e o devir.

Anónimo disse...

Tantas vezes desejei ser um peixe....
É algo que faz parte da minha maneira de ser, o meu gosto - diria paixão - pela água, pelo mar, pelos oceanos, pelo cheiro a maresia, pelas algas, a areia molhada, o horizonte azul longínquo...nunca senti vontade de ser um animal de pradaria ou da selva...nem sequer um pássaro ( talvez uma gaivota), mas a ideia de me transformar num peixe, de viver no fundo magnífico do mar, de poder mergulhar e ver o que lá há, foi sempre um desejo quase carnal.
Pode ser que na próxima incarnação isso aconteça, quem sabe?

No outro dia vi um programa extenso sobre a Atlântida...será que existiu?

V.