segunda-feira, 20 de julho de 2009

Divagações de férias - 6



Descalço ou calçado. Somos eu e as minhas pegadas. Os restos de mim, a impressão digital que atestará a minha presença.

Hello, Houston. O Águia alunou. Um pequeno passo para o Homem, mas um passo gigantesco para a Humanidade” .

Julho de 1969. Julho de 2009.

Afinal, qualquer areia de fim de tarde pode ser a Lua e, por conseguinte, a nossa conquista pessoal...

PS: foi um dos dias mais emocionantes da minha vida, a par com o 25 de Abril (suplantado pelo nascimento dos meus filhos), esperando e aprendendo a esperar, ao som da voz de Eurico de Figueiredo e José Mensurado. Tinha 13 anos e sabia "tudo" sobre os programas espaciais americano e russo.

Nesse mesmo dia, fazia-se em Coimbra o primeiro transplante renal em Portugal. Grandes feitos, grandes avanços, a que posso dizer ter a honra e o privilégio de ter vivido.

7 comentários:

miguel disse...

Tinha 11 anos, eu. Acordei de madrugada ( a indicação dos meus pais - verdadeira excepção ) para ver umas imagens incrivelmente difusas, cheias daquilo a que eu chamava " fantasma" - não havia tv por cabo )e, posso ficar acometido por Alzheimer, que a última coisa que eu esquecerei é dos nomes dos tripulantes da Apolo 11. Curiosamente fiquei com uma admiração especial pelo Michael Collins, o piloto solitário das órbitas lunares enquanto os outros dois marmanjos se divertiam e faziam história, entrando nela.
Continuo, por enquanto , sem perceber muito bem a verdadeira utilidade daquela extraordinária empresa.
E só há pouco tempo, com a idade em que estou e a maturidade que atingi ( senilidade?) exercitei , por uma vez, a dúvida que a D. Adriana do Baleal então me transmitiu como uma certeza: quem é que nos garante que eles foram mesmo à lua?

De qualquer modo exigo aos meus filhos que saibam o nome daqueles três astronautas como exigo que eles saibam o nome do futebolista Eusébio da Silva Ferreira: é cultura geral da mais básica, da mais essencial!

E quando é que começamos a falar aqui na Elisa Ferreira. C'um diabo, é só Rui Rio, Rui Rio: já enjoa!

Mário disse...

É, Miguel
Compatilho contigo a solidariedade com a solidão do Collins. Sempre pensei porquê ele, o excluído de pisar a Lua. Se não correu o risco da descolagem, o que terá pensado nos longos minutos em que esteve só, sem contacto com ninguém?
Em todo o caso, acho que a Lua continua a ter o mesmo mistério, e que pode ser objecto de poesia, de amor e de promessas.

Quanto à Elisa, penso o mesmo: o Rio secou os afluentes e as alternativas, mas a que preço? A Elisa, quanto a mim, foi uma boa ministra e é uma boa política. A história de ser candidata ao Parlamento Europeu é uma treta. Aliás, a Manelinha está a entrar por uma via que me irrita: não falava nada, agora fala tudo, e diz asneiras sobre asneiras, desmente-se a si própria, sempre com aquela voz do lobo mau que engoliu o pau de giz, tentando que nos esqueçamos que é a mesmíssima Manela que foi ministra da Educação e das Finanças. Estas virgindades fora do tempo bulem-me com os nervos, e lá por ter tirado um Rangel do chapéu (e o próprio Rangel está inchado que nem umj peru) não fica santa da Ladeira de um dia para o outro.

Aidna hoje assinei uma petição de cidadãos de Lisboa por António Costa e darei todo o meu contributo por esta causa. Porque gosto da minha cidade, apenas por isso. Esperando que revejam a zona ribeirinha, mas que regulamentem o trânsito, que ponham portagens à entrada de Lisboa, e que promovam o que faz desta cidade o êxito que é - e que causa a inveja das que não conseguem chegar-lhe aos calcanhares.

Sou lisbonense, não alfacinha. Mas adoro a minha cidade. É a Lua na Terra!

Mário disse...

Constato que és mais novinho do que eu... mas abraçamos as mesmas causas com a mesmíssima genica.
Felizmente!

Anónimo disse...

A LUA foi aquele sonho da nossa juventude que nos acompanhou no antes, no durante e no depois. Vibrámos em família, todos reunidos no living room à volta da primeira TV que tivémos e que o Pai comprou de propósito para a ocasião. Nunca me esquecerei daquela noite....embora a frase do Aldrin : "é uma magnífica desolação" me impressione mais do que a do Armstrong. Penso que todos esperávamos mais qualquer coisa e só encontrámos rochas e poeiras, sem utilidade de qualquer espécie.
Para mim o milagre maior não foi terem chegado lá, mas terem conseguido manter o contacto permanente com a base, de modo a solucionarem problemas - que houve - e saberem o que fazer a toda a hora. Michael Collins - nome de heroi - foi realmente um heroi.
Hoje deram um filme grande na RTP 2 que o descreve assim. Os outros dois não se davam lá muito bem....:)) Enfim as pegadas ficaram lá e a bandeira ( dos nossos Pais) também.
Morreu foi a ilusão , a lua romântica e inatingível. Restam os Claire de Lune e os filmes de FC.
Quando vejo a lua cheia na Praia da Luz, por detrás da palmeira e o mar todo iluminado, penso que "mar da Tranquilidade" é realmente o melhor nome para aquele lugar. Deve ser mesmo tranquilo:))

V.

PS. Deixem a Elisa F. dormir em paz. RIP, não faz cá falta nenhuma. Os do Porto sabem bem quem escolher e as sondagens mostram-no. Rui Rio só sairá da Câmara quando quiser. É um senhor.
E tem toda a razão em reclamar para a UE sobre as verbas atribuidas a Lx em detrimento da zona norte. Ainda bem que o faz.
A Manelinha tem falado??? É que não oiço nada.

Anónimo disse...

Só um reparo , mano.
Promovam Lisboa...mas não à nossa custa, raios a levem!Se é o que é - e tem muitos defeitos para mim, que sou lisboeta - devem-no a benesses e privilégios que nunca outras cidades tiveram e bem mereciam.


V.

Mário disse...

Nisso tens razão, Virgínia.
O desenvolvimento de qualquer região (nem que seja a Lua) não pode ser feito à custa de qualquer outra, ou contra ela. Aliás, creio que esse tem sido o grande busílis: conseguir um desenvolvimento sustentado aos diversos níveis de actividades e interesses, e também de regiões.
As auto-estradas (prefiro dizer "boas vias de comunicação"), por exemplo, que podem ser polos de desenvolvimento, por si só não chegam se a fixação de profissionais continuar na base da "carolice de alguns" que pretendem fugir ao bulício da "cidade-grande". Mas, por exemplo, na Saúde são os sindicatos que se opõem a que quem escolher viver no interior possa auferir de alguma forma de subsídio ou recompensa por isso - tentámos isso no ministério de Maria de Belém e os sindicalistas iam-nos matando, com a velha máxima do "trabalho igual, salário igual", esquecendo que trabalhar em Torre de Moncorvo não será o mesmo do que no Centro de Saúde da Alameda...

Tudo isto a propósito da Lua... será que os Selenitas são menos complicados do que os Humanos?

Anónimo disse...

Há regiões do norte que estão esquecidas e o que vale é os Espanhois que abundam naquelas zonas. Chaves esté fasntástica de há uns dez anos para cá, com termas de luxo, piscinas , hoteis e restaurantes a granel. Também o comércio beneficia dos galegos que ( como nós fazíamos dantes) vêm cá comprar roupa, géneros e outras coisas.
Mas a comunicação continua péssima porque se parte do princípio que todos andam de carro e não há comboios para lado nenhum. Se uma pessoas quiser visitar o Minho de comboio, não consegue, leva-se 2 horas para fazer 40km, o que é um disparate. Em Inglaterra de Stansted ( aeroporto de Londres das low-costs) há comboios para todos os pontos do Reino Unido, quase de hora a hora. Viajar de comboio é o normal na GB, não é de carro que as pessoas se deslocam...na Alemanha há bilhetes de fim de semana para famílias inteiras que ficam por uma ninharia e todos lucram porque não andam a poluiras estradas.
Aqui é o pendular e pouco mais....valham-nos os urbanos que param em 26 estações do Porto a Aveiro e Braga, mas só custam 3 euros.
Quanto à Lua nem de comboio eu iria, bastava-me dar uma voltinha para ver a Terra do espaço, isso sim....mas posso ir ao Planetário que é aqui à beira:))

Virginia