sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"você chora em português? Pois eu choro em patuá!"



Os resultados de um estudo da Universidade de Wurzburg, na Alemanha, confirmam que os bebés captam o idioma materno ainda na barriga das mães e depois revelam esse mesmo idoma no choro, muito antes das primeiras palavras.

TSF


Este estudo é mais uma prova das enormes competências dos bebés e mostra a importância do choro no desenvolvimento da linguagem.

Aliás, sabe-se que o ser humano comunica através de mais de uma centena de sons, embora haja alguns que, por razões genéticas, algumas pessoas não conseguem verbalizar: é o caso do som "rr" nos chineses, ou o "ão" nos ingleses.

Por outro lado, sabe-se também que o bilingualismo perfeito só existe quando o pai e a mãe falam com o bebé cada um a sua língua, exclusivamente, desde os primeiros dias. E como está demonstrado que o bebé, dentro da barriga da mãe, desde muito cedo, ouve claramente os sons e, sobretudo, as vozes da mãe e do pai (Brazelton afirma que o recém-nascido conhece a voz do pai em 80% dos casos), não custa a aceitar os resultados deste estudo.

Pensar que, há escassas décadas, os bebés eram considerados como meros "come-e-dorme". O ser humano é fascinante!

5 comentários:

catuxa disse...

Pois é, só que os "come-e-dorme" cresceram e começaram a investigar estas coisas e a chegar a importantes conclusões, para bem de todos nós e das gerações futuras.
De qualquer forma, tenho curiosidade em saber como é que, para efeitos do estudo, detectaram que os bebés revelam o respectivo idioma no choro. Os chineses choram todos da mesma maneira, os ingleses idem, etc.?
E no caso das grávidas que vêm muitas séries em inglês (ou que ensinam/falam inglês no dia-a-dia, etc.), terão os bebés maior propensão para aprender esta língua? Se assim for, isso talvez possa explicar, por exemplo, o "jeitão" que os espanhois têm para as línguas.... será por dobrarem todas as séries estrangeiras na TV?
Por falar nisso, tenho uma tradução à espera. Ao trabalho, antes que o prazo acabe e eu acabe a chorar...em português.

Mário disse...

Ah ah ah, Catuxa. E as birras serão em que linguagem? Mas tu é que és a linguista!

Creio que o estudo foi feito através da análise dos sons, que são apanágio de cada língua.

Como escreveu o Tio Filipe:
- se tem um problema intrincado - vê-se Grego
- se não compreende alguma coisa - "aquilo" é Chinês
- se trabalha de manhã à noite - trabalha como um Mouro
- se vê uma invenção moderna - é uma Americanice
- se alguém fala muito depressa - fala como um Espanhol
- se alguém vive com luxo - vive à grande e à Francesa
- se alguém quer causar boa impressão - é só para Inglês ver
- se alguém tenta regatear um preço - é pior que um Cigano
- se alguém é agarrado ao dinheiro - é pior que um Judeu
- se vê alguém a divertir-se - está a gozar que nem um Preto
- se vê alguém com um fato claro vestido - parece um Brasileiro
- se vê uma loura alta e boa - parece uma autêntica Sueca
- se quer um café curtinho - pede uma Italiana
- se vê horários serem cumpridos - trata-se de pontualidade Britânica
- se vê um militar bem fardado - parece um soldado Alemão
- se uma máquina funciona bem - é como um relógio Suíço;
Mas quando alguma coisa corre mal - é "à PORTUGUESA"

Teresa disse...

À PORTUGUESA é o "desenrascanço" de última hora. às vezes até corre bem e vem dar força ao "não faças nada até às últimas" "a gente safa-se sempre". Quando não acaba bem então "a culpa é das circunstâncias" "tivemos azar" "ninguém nos liga por sermos pequenos" etc. etc.

Mário disse...

Esta capacidade imensa de improvisar, é muito criadora - não é por acaso que os portugueses são um povo extremamente adaptável e inventivo, ou não sejam lusos os que ganham os prémios de inventores, desde há muitos anos.
Mas a obrigação de ter de "inventar", pela falta de meios, e o espírito "chico-esperto" são muito irritantes...

catuxa disse...

Quando estivémos em Itália, os primos diziam que, por lá, quando alguém tentava entrar à socapa (e à borla) em qualquer lado, era uma "entrada à portuguesa". Na altura achei curioso porque era precisamente a ideia que eu tinha...dos italianos. Enfim, é "à latino".
Tio, não sei em que linguagem são as birras mas, a maioria das vezes, os pais vêem-se gregos, ficam de olhos em bico e já não sabem de que terra são!