segunda-feira, 16 de novembro de 2009

pequenas grandes coisas

Em 1940, neste dia, em plena Guerra Mundial, os meus pais casaram-se. Fica o registo da consagração de um amor que só terminou com a morte.


Mas no dia 16 de Novembro, em 2000, registou-se um facto que valerá a pena relembrar: Bill Clinton visitou o Vietnam e foi o primeiro presidente americano a fazê-lo.

Os americanos têm muitos defeitos, e a Europa gosta muito de os relembrar, caricaturando-os e dando por vezes a noção de que não há mais nada nos States, o que é uma rotunda mentira. Aliás, o retato-robot do americano estúpido, desinteressado e "que nem sabe que a capital de Portugal não é Madrid" (e aqui para nós, o que é que interessaria ao americano médio saber uma coisa dessas?!) é falsa. Existem alguns assim, como existem portugueses que dizem que o primeiro presidente depois do 25 de Abril foi Salazar ou que vibram porque quem coseu a bandeira que a Apollo 11 colocou na Lua foi uma descendente de portugueses.

A Guerra do Vietnam foi das mais brutais, após a II Grande Guerra. Mas, quer nessa altura, quer agora, os americanos souberam discutir, manifestar-se, realizar filmes e escrever livros (e por cá? quanto falamos das Guerras Coloniais?).

Depois do que se passou no Vietnam (e tendo perdido a guerra...), os EUA souberam lamber as feridas e partir para uma atitude inteligente. Dir-me-ão que era Clinton e não Bush quem ocupava o lugar... mas pelo menos conseguem eleger Bushes e Clintons, mudando quando sentem que é necessário mudar. E nós?

3 comentários:

Virginia disse...

Clinton foi um grande presidente. A Guerra do Vietnam foi debatida em todas as frentes e as imagens provocaram na comunidade civil uma enorme resposta a par das lutas pelos direitos civis, igualdade e expressão de indiganção contra as políticas do Estado.

Nós? Não sabemos o que andamos a fazer... e acreditamos na Carochinha.

zé disse...

Pois é... É mais fácil criticar os outros que são conhecidos em todo o mundo do que introspeccionarmo-nos como devveríamos ter vindo a fazer desde há muito. Principalmente desde o 25 Abril: desde então que achamos que somos uma nação muito moderna, em progresso, com a mente voltada para o futuro, sem preconceitos...
E no fundo somos uns mesquinhos, cobardes, pequenos, com falta de atitude, medrosos, enfim... E é por isto que ando a tocar ao vivo aqui e ali o FMI de José Mário Branco.

Anónimo disse...

Nós-?... Continuamos à espera que o D. Sebastião volte das brumas...

Construir, não é connosco. Desenrascar, quando é necessário, e destruir o pouco que os outros fazem ou dizem, quase a toda a hora.

Parece realmente que o que Deus dizia a São Pedro sobre o Brasil se aplica como uma luva ao Portugal de hoje: O País é lindíssimo, o pior são os que cá vivem...

Òbviamente, com imensíssimas excepções.