Começa hoje, nos EUA, a Semana do Livro Infantil, uma excelente iniciativa que deveria ter réplica em Portugal.
Numa altura em que a entrada no mundo dos livros, pelas crianças, parece ter alguma resistência, face à oferta de informação por outros canais, e de entretenimento "pronto a comer" nas televisões e internet, o espaço da leitura, com tudo o que tem de humano mas também de calmo, tranquilo e de desafio à criatividade deve ser incentivado.
Estimular a leitura através de livros, não é só uma questão de defender o Livro, mas sobretudo de defender o ser humano, as suas memórias, a sua dádiva e herança, e também fazer uso de sentidos não audio-visuais, como o tacto e o olfacto.
Fica o desafio... não sei bem para quem, mas fica...
sábado, 14 de novembro de 2009
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7 comentários:
Não sei o que dizem os pais de hoje em dia, mas vejo que os meus netos adoram livros e embora se queixem que "recebem livros que nunca mais acabam" ( desabafo do Daniel no dia dos anos), continuam a adorar ouvir ler e estão com uma enorme atenção à leitura em voz alta.
Acho é que deviam aprender a ler mais cedo, antes de começarem a jogar joguinhos no computador ou nas consolas. A partir dos 4-5 anos os miudos já conseguiriam ler. Hoje faz-se tudo ao contrário. Dão-se PCs aos miudos antes de eles saberem ler uma história e o interesse deles esvai-se em imagens, filmes e jogos, quando se devia concentrar na leitura.
Tive alunos que nem conseguiam prestar atenção nas aulas, tal era a dispersão a que estavam habituados, um deles era mesmo maníaco de jogos e ficava nervoso por não poder mexer em nada de concreto excepto na caneta.
Tirar às crianças o prazer de ler um livro de fio a pavio é criminoso, mas também não se pode forçar as crianças a ler quando elas não querem. Pode ser contraproducente. O meu filho mais novo só começou a gostar de ler depois dos 10 e agora lê códigos de 500 paginas a rodos - sem falar dos romances e obras de literatura que já leu em adulto.
O meu filho de 8 anos, sempre adorou que lhe contassem histórias e desde que aprendeu a ler, os livros tornaram-se (a par da tv, consolas, computadores e afins) grandes amigos. É verdade que eu gosto muito de ler, mas acredito que esse prazer lhe é inato!
Agitado por natureza são, curiosamente, várias as vezes que vou dar com ele a ler, sozinho ou ao irmão mais novo, os livros favoritos... esse aí em cima, o dos Opostos Filosóficos, tornou-se, desde o ano passado, um dos nossos favoritos!
Desculpe ter de a contradizer, mas a maioria das crianças de 4-5 anos ainda não está "madura" para a aprendizagem da leitura. Têm que desenvolver muitos outros macanismos e pré-aprendizagens para conseguirem começar a ler. Claro que há excepções e nos meus netos tenho o João que aprendeu a ler sózinho aos 4-5, a Rita que começou aos 5-6 e o Manel que só agora que entrou na 1ºano é que está a começar a apreender, e dentro do ritmo normal da maioria das crianças,o mecanismo da leitura. Tem graça, que os que começaram mais cedo foi com o incentivo de quererem ler e escrever no computador que neste caso serviu de estímulo e não de empecilho. Graças a Deus o João gosta muito de ler livros (as Aventuras da nova Ministra foram muito estimulantes !!!) apesar de ser um grande consumidor do computador. Concordo que há algo de inato nesse gosto pela leitura. Eu sempre fui uma adepta incondicional da leitura e dos livros e não consegui que as minhas filhas tivessem o mesmo gosto, que noto agora nos meus netos novamente.
Acredito que nem todas estejam, mas algumas estarão e perdem dois anos à espera que na escola os profs lhes ensinem o que eles facilmente aprenderiam. Era como se os pais não pudessem ensinar-lhes as cores ou a contar. Até os irmãos mais velhos ensinam montes de coisas aos seguintes, é o caso do Daniel e do André. Os miudos que estão com os pais/avós bastante tempo, têm uma apetência grande para aprender e é natural que os pais/avós puxem por eles. Os meus netos já estiveram em Boston onde falavam inglês, alemão ( colegio alemão) e portugues em casa e conseguiam abarcar todas as línguas e distingui-las. Não estou a dizer isto para me gabar, como sabe, Teresa, mas para constatar o facto de aqui em Portugal se atrasar muito as aprendizagens devido à falta de mecanismos de diferenciação dos aprendentes. Todos têm de aprender o mesmo à mesma hora. Notei no secundário que isso era mesmo um atraso de vida, que prejudicava altamente os alunos bons - nem é preciso ser superdotados - pois o prof tem de passar o tempo a tirar as dúvidas ou a ensinar os alunos mais fracos ou com mais dificuldades.No básico é mais fácil dar tarefas diferentes aos alunos, mas no secundário torna-se difícil.
Nós todos aprendemos a ler aos 5 anos e só nos fez bem....
Quanto ao PC no básico, só depois dos 8-9 anos, acho eu.
Independentemente da maior ou menor propensão para a leitura, o apetite nas crianças pela leitura deve ser apoiado pelos pais, no sentido delas quererem saber o contam os livros. Ler livros às crianças é um meio de lhe aguçar o apetite pela leitura com excelentes resultados na vida delas.
Milhões de anos depois, os dinossauros devem ser uma das variáveis mais importantes da paixão pela leitura de milhões de crianças.
Este "post" está uma delícia, por vários motivos...Não percebo o que se passa hoje em dia, com os pais e com as pessoas em geral. Talvez seja (passo a redundância) a vontade de fazer a vontade às criancinhas e presenteá-las com bonecas que dão à luz em maternidades de plástico ou pistas de carros que mudam de cor. As principais vítimas são as nossas crianças, fortemente bombardeadas, com publicidade que as faz crer que é absolutamente essencial ter uma fábrica de gelados ou dragões que expelem fogo da boca (eles adoram, é certo, mas não há equilíbrio). Só lhes resta o bom-senso e o discernimento de pais e avós, mas sobretudo dos pais, que lhes proporcionem a actividade LER. Posso afirmar que os meus filhos só recebem livros porque eu lhes ofereço; fora uma ou duas excepções, ninguém mais lhes dá ou deu livros ou os incentiva à leitura como eu. Ainda são novos, por isso, mais do que incentivá-los à leitura, faço todos os esforços por lhes deixar os livros “à mão”, para que lhes mexam, cheirem, inventem, criem significados para as letras que ainda não entendem e se habituem a tê-los por perto e debaixo de olho. São algumas as vezes que observo o meu filho de 4 anos a “ler” em voz alta um livro quando ninguém está disponível para fazê-lo, a criar a sua história com base na memória do que ouviu anteriormente e a inventar com base nas ilustrações. Ler é essencial por tudo…porque nos permite tempo de calma, de introspecção, de tranquilidade, de viajar para longe sem sair do lugar, de silêncio, de aprender novas palavras e estar em diferentes cenários. Não há melhor companhia! É portátil, ocupa pouco espaço, não é caro e quando aprendemos a ler, é uma actividade independente, não precisamos da disponibilidade de ninguém! Há pais que sozinhos não conseguem, nem estão interessados em cultivar este gosto nas crianças, mas pelo menos que houvesse um esforço maior da parte dos educadores nas escolas e porque não alguma acção do próprio Ministério da Cultura ou da Educação, que não a máfia escandalosa e desinteressante do PNL.
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