quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

60 anos da Declaração dos Direitos Humanos

Artigo 1: Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.



Esta é a versão mais antiga dos Direitos Humanos - o cilindro de Ciro, elaborado na Pérsia no tempo deste Rei.

Em 10 de Dezembro de 1948, a ONU decidiu por 40 votos a favor e 8 abstenções, aprovar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, depois subscrita por mais e mais países.

Mesmo sabendo dos atropelos constantes a estes Direitos, designadamente em países que os subscrevem e que chegam a fazer parte dos Comités de Fiscalização do seu cumprimento (como a Líbia, há uns anos), estou certo de que, sem esta Declaração, o mundo estaria muito pior do que está.

Parabéns à espécie humana, e ao redactor principal da Declaração, o jurista canadiano John Peters Humphrey.

4 comentários:

Virginia disse...

Efeméride que sempre celebrei com os meus alunos na aula, anos após anos. Aliava sempre esta declaração aos EU e à figura de Luther King, que hoje permanece viva na figura de Obama. Parecem sempre direitos tão fundamentais e afinal quantos são aqueles que realmente os gozam em pleno?
Egoisticamente o Homem vela sempre pelos seus, mas não tanto pelos dos dos outros...
Penso que as crianças de hoje - a falar pelos meus netos - estão muito viradas para os seus interesses, os seus direitos em casa e na escola, pequenos tiranetes convencidos que é deles o mundo.
Era bom que os pais e educadores os "metessem" na ordem quando necessário.

Uma criança respeitadora dos adultos e dos seus pares é um cidadão melhor no futuro.

Anónimo disse...

É fascinante como a palavra "respeito" parece ser tão dificil de interpretar e colocar em práctica... Concordo claramente com o comentário da Virginia, e por vezes sinto-me meio perdida no meio dos abusos que observo à minha volta.

Começo a defender a necessidade de workshops (quase ao estilo americano baghhh) para os pais, educadores etc...em defesa deles mesmos e dos adultos que estamos a criar... tiranetes e que tiranetes!

Cada vez mais assistimos a adultos carregados de falta de amor e de medo da rejeição, como se a palavra "não" fosse o início de um conflito intolerável.

E as crianças lá vão crescendo sem respeito nem pela sombra...

Haverá concerteza casos diferentes, e ainda bem. :)

Mário disse...

Absolutamente de acordo.
E estas datas, mesmo que quase apenas simbólicas, devem ser relembradas.
São estes passos, dados com determinação e com um enorme esforço, como o trabalho de John Peters Humphrey, que permitem que hoje esteja um negro na presidência dos EUA. Um negro que, quando nasceu, não podia andar nos mesmos transportes públicos dos brancos.

Respeito ensina-se através do dia-a-dia: dizer bom dia às pessoas que estão no elevador, segurar a porta do prédio quando vai alguém a entrar com sacos, parar na passadeira, não estacionar em cima do passeio, pedir desculpa, agradecer... só assim, através do concreto, se chegará à noção abstracta do respeito.

E também fazer sentir que, quando desrespeitamos os outros, estamos a agredirmo-nos também a nós. É isso que noto mais: a falta de empatia, alicercada no egoísmo hedonista e narcísico

Unknown disse...

No nosso dia-a-dia, nós, HUMANOS, temos o DIREITO de dizer NÃO sempre que necessário, sem medo de qualque tipo de conflito ou rejeição, sem ficar na sombra, por respeito a nós próprios em 1º lugar, e aos outros, pela expectativa que criamos em torno das nossas próprias indecisões. Sem essa capacidade seremos como as hierarquias e as prateleiras: quanto mais acima..... mais "inúteis"... Não é cetamente essa a mensagem que quero passar aos meus filhos.
E, assim, ao dizermos Não, os DIREITOS HUMANOS dão-nos a possibilidade de sermos menos HUMANOS, no sentido de contribuirmos para tornar os que nos rodeiam mais HUMANOS.