quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

chove chuva - uma canção para deixar de chover (?!)


Fica aqui um "canto a Iemanjá" ou algo parecido, nestes dias chuvosos, antevendo o fim-de-semana prolongado, e atendendo ao que se passa no Oeste, Algarve, Porto, etc,, para ver se as coisas melhoram.

A letra é de Jorge Ben, um dos percursores da Bossa-Nova e da MPB, e embora de uma indigência poética total, pode ser que resulte... eu não canto porque, se cantasse, chovia ainda mais!!!

Chove Chuva

Chove sem parar...
Chove Chuva

Chove sem parar...

Pois eu vou fazer uma prece
Prá Deus, nosso Senhor
Prá chuva parar
De molhar o meu divino amor...


Que é muito lindo
É mais que o infinito
É puro e belo
Inocente como a flôr...


Por favor, chuva ruim
Não molhe mais
O meu amor assim...

Chove Chuva
Chove sem parar...

Sacundim, sacundém
Imboró, congá
Dombim, dombém
Agouê, obá
Sacundim, sacundém
Imboró, congá
Dombim, dombém
Agouê
Agouê, oh! oh! oh! obá
Agouê, oh! oh! oh! obá
Agouê, oh! oh! oh! obá...

6 comentários:

Anónimo disse...

O poema deve ter inspirado o São Pedro que deixou que algumas résteas de Sol brotassem do meio das núvens...

Como tenho andado um pouco virao para o Fernando Pessoa, espero que o 'Bloguista' (eu escrevi 'b-l-o-g-u-i-s-t-a...) não se oponha a que eu aqui insira o 2º poema da 'Chuva Àcida' do Grande Poeta:

'Ilumina-se a igreja por dentro da chuva deste dia,
E cada vela que se acende é mais chuva a bater na vidraça...
Alegra-me ouvir a chuva porque ela é o templo estar aceso,
E as vidraças da igreja vistas de fora são o som da chuva ouvido por
dentro...

O esplendor do altar-mor é o eu não poder quase ver os montes
Através da chuva que é ouro tão solene na toalha do altar...
Soa o canto do coro, latino e vento a sacudir-me a vidraça
E sente-se chiar a água no facto de haver coro...

A missa é um automóvel que passa
Através dos fiéis que se ajoelham em hoje ser um dia triste...
Súbito vento sacode em esplendor maior
A festa da catedral e o ruído da chuva absorve tudo
Até só se ouvir a voz do padre água perder-se ao longe
Com o som de rodas de automóvel...

E apagam-se as luzes da igreja
Na chuva que cessa.'

Filipe Snr

R. disse...

Tenho para mim que se a candura pudesse comover o coração de S. Pedro, com esta cançãozinha a chuva certamente cessava :)

Mário disse...

Filipe - Pessoa deslumbra e quanto mais se lê, mais dá vontade de ler e de reler. E de descobrir. Pena é que seja tão pouco divulgado junto dos mais novos, nas escolas.

R - candura, sim, mas podia ter um bocadinho mais de conteúdo, a menos que esteja todo escondido na parte do "sacundim, sacundém"...

R. disse...

:) :) Absolutamente de acordo! Votos de um ano "cândido" e pleno de "conteúdos" positivos.

Huckleberry Friend disse...

No Baleal a chuva e o sol digladiam-se. Passando por entre as gotas e tentando apanhar só com os raios, fui hoje de manhã ao meu mergulho de fim de ano. Delicioso. Volto a casa para aquecer ao fogão o restinho do chocolate quente que ficou do Natal e esta entrada lembra-me o "Pinga pinga pinga chuvinha" do Bambi da Disney.

Virginia disse...

Corajoso, Huckie. A mim, nem o chocolate quente me fazia tomar banho de mar agora....tenho frio e parece que esta chuva penetra nos ossos. Fico em casa - raramente saio e aproveitei para envernizar os quadros todos. Tenho montanhas para oferecer, preciso dum camião para os levar, dado que vou de comboio. Até se pode fazer uma galeria no hotel!!! :)))