quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

"se conduzir não beba" - onde é que eu já ouvi isto?

O condutor do Mercedes envolvido no acidente que matou uma mulher de 33 anos e o filho de 18 meses, domingo à noite, estava embriagado. Só cinco horas após o desastre foi apresentar-se na GNR. Caso está a ser investigado.

Após a apresentação no quartel e realização do teste de alcoolemia, foi-lhe levantado um auto de contra-ordenação grave.

Apesar das duas mortes e da contra-ordenação grave que foi levantada, o homem pode continuar a conduzir, já que a lei não implica a apreensão da carta.
JN on-line



E a beber. E a matar, acrescento eu. De referir que o senhor só se apresentou na GNR cinco horas depois das mortes (ou deveria escrever "dos assassinatos"?). Somos um país de reinadios...

7 comentários:

Sérgio disse...

O problema da sinistralidade rodoviária portuguesa é um GRANDE MAL que se resolvia com um GRANDE REMÉDIO.
Não é aumentando as multas/coimas que vamos lá. Nem com mais fiscalização. Nem com melhores infraestruturas rodoviárias.
O grande mal está na educação e no civismo, portanto, o grande remédio será aumentar drasticamente os períodos de INIBIÇÃO de conduzir.
Se um condutor souber que vai estar 1 ANO ou 2 ANOS sem conduzir se não cumprir o Código da Estrada , vai pensar duas vezes antes de pegar no volante ou iniciar uma manobra perigosa.
Enquanto souber que só vai pagar uns trocos, e com um bocado de sorte até nem he tiram a carta, a bagunça continua nas nossas estradas.
Mas, o Orçamento de Estado precisa de muitos condutores ao volante, a prevaricar, para pagarem as suas coimas com pontualidade. Um condutor inibido de conduzir não contribui para os cofres do Estado...

Mário disse...

Sérgio. Para muitos "tugas", o carro é o sofá com rodas. Aliás, as coisas são tão estúpidas que os seguros, por exemplo, são feitos em nome do carro e não do condutor, pelo que agravamentos e suspensões não produzem efeitos.
Entretanto morrem pessoas inutilmente e os prevaricadores são, muitas vezes, louvados pelas suas "ousadias".

Sérgio disse...

Mário
Enquanto o “ensino rodoviário” dos tugas só começar numa escola de condução, aos 18 anos, e as escolas de condução só preparem candidatos a exame de condução e não condutores responsáveis e defensivos, a sinistralidade rodoviária portuguesa vai manter-se por muitos e maus anos.

Sofia disse...

É a primeira vez que comento, porque me revolta profundamente os acidentes causados por pessoas sem o mínimo de consciência e que matam pessoas inocentes, ainda por cima completamente conscientes que estão em transgressão.

Ainda mais me revolta quando há um acidente em que morrem muitas pessoas ou 1 pessoa conhecida e vão para tribunal procurar culpados. Desculpem lá, ou a lei tem de ser igual, ou seja, quando há um acidente que se prove que houve plena consciência, acho que deviam ser condenados.

É só mesmo um desabafo.

Anónimo disse...

Eu já não me admiro com nada. Este é o país dos brandos costumes aonde a culpa morre sempre solteira, seja de que crimes se trate.

Vej-se a 'pesada' condenação que foi imposta à condutora que originou o acidente no qualmorreram 17 alunos da Universidade Jóvem de Castelo Branco, há dois anos: 4 anos de pena suspensa!...

Os desgraçados 17 é que não tiveram a vida suspensa e sofreram uma condenação efectiva e definitiva...

sininho disse...

Com tanto desrespeito pela vida humana, é normal que os números de fatalidades deste género continuem a subir! Com tanta falta de "justiça" é normal que a revolta continue a aumentar...com tanto "diz que disse" ainda não conhecemos histórias suficientes de mortes nas estradas para pegarmos num carro alcoolizados?

catuxa disse...

Subscrevo tudo e concordo, em especial, com o que diz o Sérgio, a inibição de conduzir poderia ser uma medida mais eficaz, até porque afectaria a vida profissional, etc., e as pessoas pensariam duas vezes antes. E, pelo menos, no caso do alcool, devia aplicar-se independentemente de terem provocado acidentes, mortes e feridos. É que podemos sempre decidir guiar mais depressa ou não, beber e conduzir ou não, fazer uma manobra perigosa ou não. As pessoas que apanham por tabela, como esta mãe e filho, não têm alternativa.