Nunca será demais recordar a necessidade de um transporte correcto no automóvel, designadamente o uso do cinto de segurança no banco de trás. A legislação foi aprovada há precisamente 15 anos (incluindo o uso obrigatório do cinto no banco de trás).
Os estudos de observação da APSI, que já se realizam desde essa altura, de forma seriada, revelam que uma percentagem elevada de crianças continua a ser mal transportada, seja "à balda", seja com dispositivos colocados de forma incorrecta - se aumenta o número de crianças em cadeiras, também tem aumentado o número de cadeiras incorrectamente colocadas).
O facto de as cadeirinhas usadas no primeiro ano de vida serem, também, cadeiras de transporte na rua e para casa, obriga a recolocar, todos os dias, a cadeira no lugar. Como o processo não é fácil, a pressa leva a que seja muitas vezes colocada de forma errada.
Cada um corre os riscos que quer, mas as crianças confiam nos pais - e estes devem-lhes a maior segurança possível. Nunca é demais insistir neste aspecto, mesmo tendo em linha de conta as melhorias que se têm observado.
Será bom os próprios pais e adultos darem o exemplo usando SEMPRE o cinto no banco de trás.
9 comentários:
Era bom que os pais (e as mães) dessem MUITOS mais exemplos quando vão ao volante, como por exemplo, não falar ao telemóvel, não fazer manobras perigosas, não exceder a velocidade e, acima de tudo, não conduzir agressivamente. E também os deveriam dar quando são peões, claro.
Mas depois a miudagem chega a casa, agarra-se às playstations e o Grand Theft Auto lava-lhes os cerebrozinhos em ebulição... (ou suja)
Mas ainda há pais que não cumprem com as normas de segurança para com os filhos. Já por diversas vezes, ao levar a minha pequenita à creche, reparei numa mãe, a transportar o seu filho (24 meses, no banco dianteiro de uma viatura comercial, sem cadeira, sem cinto, nenhum dispositivo de retenção.
Sem possibilidades económicas para adquirir uma cadeirinha? ou irresponsabilidade?
Embora as cadeiras, com alto nivel de segurança, sejam bastante caras, também as há acessiveis! Eu comprei uma cadeira para o carro da avó, que custou 60.00€, não tem grande segurança, é verdade, mas encontra-se homologada, serve para pequenos trajectos, para ir buscar à creche e pouco mais. E melhor, do que transportar a criança, sem nenhum dispositivo!
Ainda há muita irresponsabilidade por parte dos pais. Deverá passar também por mais prevenção?
Sérgio: absolutamente de acordo.
Anónimo: uma cadeira custa 0,03% do preço de um carro utilitário. Custa o preço de um depósito de gasolina... e mesmo que custasse mais, a vida de uma criança não tem preço.
Segui, de longe , o percurso sa APSI como associação interventiva e que hoje é um parceiro; preferida de jornalistas quando se colocam questões relacionadas com a segurança infantil.
Lembro-me bem do dia em que foi implementada a obrigatoriedade de cintos de seguranças a todos os passageiros de uma viatura. Ao pé da " Escola Beiral" foi um fartote de multas...fartei-me de rir. A balda estava institucionalizada...as crianças eram " atiradas " para dentro dos carros e neles viajavam, de pé , de cócoras e quiçá a fazer o pino.
Parece que foi ontem...como o tempo passa. Hoje , o gesto de colocar o cinto é instintivo. A balda é um bocadinho menos balda. Bem haja o editor do blogue pela sua APSI que hoje é " uma mulher madura".
Obrigado, Liguel. Muito se avançou, de facto, e não apenas nos acidentes da criança como passageiro.
Em 1987 escrevi o primeiro artigo publicado em Portugal sobre as cadeirinhas, e o editor da revista pediátrica pediu-me para escrever, como subtítulo: "uma experiência inglesa", porque cá não havia cadeiras...
Pois é. A APSI faz, em Agosto, 18 anos. É maior (e vacinada, espero).
A propósito de cadeirinhas para bebés, deixo aqui o meu dilema: recomenda-se, actualmente, que as crianças viagem no sentido inverso da marcha até aos 18 meses, pelo menos... mas é quase impossível encontrar cadeiras no mercado que permitam isto! O meu filho tem 12 meses, 11,5kg e eu já não o consigo colocar de costas para a estrada. Tenho duas cadeiras diferentes e nada... Fica a sugestão para os fabricantes.
A Ciência anda à frente da Lei, como quase sempre. Antes dos dois, dois e meio, não se pode assegurar que os músculos do pescoço reajam a tempo, quando de uma travagem e a criança no sentido da marcha.
A Lei ainda não consagra isso, e são raros os fabricantes que têm cadeiras que dêem para isso (grupo 0+).
Por outro lado, o design das cadeiras em sentido inverso esbarra com a questão dos automóveis: querem-se cada vez mais pequenos, porque são mais económicos e o espaço urbano de estacionamento é caro, mas por outro lado as cadeira exigem mais espaço do habitáculo. Os cintos também não podem ser muito grandes e laxos (o que será necessário para uma cadeira inversa) porque têm de servir aos adultos quando viajam no banco de trás.
Isto tudo leva~a uma conclusão: crianças e carros não combinam, e os movimentos de transformar as cidades em aglomerados de aldeias em que, no dia-a-dia, a utilização de carro é cada vez menor, justifica-se por muitas razões e por esta também.
Sou mãe de 2 bebés (que fazem hoje 10 meses)!Também nós (pais) nos encontrámos no dilema de qual a cadeira a comprar depois do ovo... optámos pelas da Volvo, as únicas em Portugal que nos dão a opção de viajar de costas até mais tarde! É certo que são um pouco mais caras, mas prefiro poupar nas roupas(que compro nas grandes superfícies ou reutilizando as de 2ª ou 3ª mão de amigos) e noutros bens "não essenciais" e gastar o dinheiro onde realmente ele é necessário.
Graças a Deus não tenho carro e quando ando com crianças é a pé ou eles na sua cadeirinha. Acho que não seria capaz de levar os meus filhos ou netos de carro pelas nossas cidades. É verdade que se tenho de apanhar um taxi, não há protecção para a criança e ela vai com o cinto aninhadinha atrás ao pé de mim, mas isso acontece poucas vezes. Acho graça é ter-se tanto cuidado nos carros e tão pouco nos transportes publicos, mesmo os dos colégios. Os meus filhos andarm sempre nas camionetas dos colégios a partir dos 4 anos, sem qq protecção a correr na camioneta, de pé, de qualquer modo. Até me admira que não haja mais acidentes!
Quanto ás cadeirinhas, deviam ter auxílio do ADSE ou passarem de famílias para famílias quase obrigatoriamente. os meus filhos trocam as cadeiras e outros objectos com amigos, o que é óptimo e ajuda a proteger o ambiente, alem do mais.
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