quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Histórias de Veleiros e Fragatas


O navio-escola Sagres levanta ontem âncora e lançou-se na sua terceira volta ao Mundo.

É um veleiro extraordinariamente belo, com a Cruz de Cristo sobressaindo nas velas brancas. Uma digna embaixadora de Portugal.

Quando foi do desfile de grandes veleiros em Lisboa, em Julho de 2006, a Sagres rivalizava com qualquer dos outros, de países pretensamente "mais poderosos".
Mas vale a pena relembrar a Fragata D. Fernando II e Glória, o último navio de guerra exclusivamente à vela da Marinha Portuguesa, e também a última "Nau" a fazer "carreira da Índia", construída em meados do século XIX.
 
Lembro-me bem quando, em 1963, mesmo em frente da casa onde morava, a Fragata se incendiou. Um autêntico desastre. Recuperada para a Expo-98 (visitei-a três vezes, na altura), ficou depois sem destino, andando de Herodes para Pilatos, até estacionar (de vez?) no Alfeite, onde - dizem - um dia será recuperada, depois de se ter degradado enormemente nestes escassos anos. Acho que os meus filhos mais novos não vão ter o mesmo prazer que eu tive, a visitar a Fragata...
 

Porque é que estas coisas acontecem???
(esta imagem é da Fragata após o incêndio... felizmente não está ainda assim, agora.)

1 comentário:

miguel disse...

Já fui velejador....pouco mas fui - por exemplo, 5 dias no mar de Sines a Porto Santo, com mais três tripulantes num esapaço de 18 m2.

Já vomitei as tripas, vi nasceres-de sol, apanhei tempestades , comi boas refeições ao fim-do-dia, mergulhei em alto-mar, vi golfinhos e tartarugas...tudo, do melhor e do pior.

Concluo, no entanto, que as bonitas imagens do mar e de embarcações como a " Sagres " remetem para um registo romântico que tem pouco a ver com o realidade
experiência de alto mar é basicamente extenuante, por vezes amedrontante e sobrevive-se, mais do que se vive, não obstante momentos idílicos que tb os há.

Mas há os amantes destas coisas...aqueles que passariam a vida , literalmente, a navegar se tal lhe fosse possível. Esses dirão que sou um exagerado, quando não um herege.Conheço alguns...

Enfim, é uma questão de gosto e de perfil. Este educa-se, aquele não.