Esta frase, escrita no livro "Animal Farm" (traduzido por "O Triunfo dos Porcos"), é talvez das frases mais significativas da condição humana e das sociedades. Ainda por cima, num livro que, de um modo quase cruel mas realista, descreve o destino das revoluções e das mudanças sociais. Li-o em 1975, em pleno PREC, e parecia estar que a realidade externa obedecia ao conteúdo do livro. Até os animais retratados ganhavam cara nos políticos portugueses.
Eric Arthur Blair morreu em Londres, exactamente há 50 anos. Jornalista, ensaísta e romancista,escreveu sob o pseudônimo de George Orwell. Crítico do autoritarismo e dos regimes totalitários, escreveu em "1984" uma pérola sobre um humilde funcionário que distorce tudo para que o governo ditatorial e massificante saia sempre bem no filme, e que depois se questiona, revoltando-se e acabando preso e torturado. "The Road to Wigan" é um líbelo contra o imperialismo.
Orwell foi agente da polícia na antiga Birmânia, desempregado em Inglaterra (escreveu "Down and Out in Paris and London", relatando esta sua experiência), militante político na Guerra Civil de Espanha, junto dos republicanos (onde foi baleado nas cordas vocais e acerca da qual escreveu "Homenage to Catalonia") e acabou por morrer em Londres de tuberculose, aos 46 anos, sendo enterrado em Oxford sem qualquer menção ao seu nome literário.
1 comentário:
Um dos meus escritores ingleses preferidos. Li muita coisa dele e alguns biográficos como o "Down and Out in Paris and London" e "The Road to Wigan Pier". Tem partes interessantíssimas e muito bem escritas.
"Animal Farm" ficar-me-a sempre na memória porque foi o primeiro livro qie li na FLUL na cadeira de Inglês. Na altura pareceu-me chato porque foi dissecado com imenso pormenor, mas é um livro extraordinário, vindo de um homem de esquerda assumida.
1984 é ainda mais impressionante e muito deprimente. Felizmente nem todas as profecias se realizaram.
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