quinta-feira, 31 de julho de 2008

também num dia 31 de julho, em 1914

No dia 31 de Julho de 1914, Jean-Jaurès, um dos pioneiros do socialismo democrático e fundador do Partido Socialista francês, foi assassinado num café, em Paris,por um jovem nacionalista francês que desejava a guerra com a Alemanha. Jaurès era pacifista e entendia que se deveria utilizar, primeiro, a diplomacia. No dia seguinte, iniciaram-se as mobilizações de guerra, em França. Jaurès foi um dos mais importantes pensadores e activistas do pensamento social-democrata e socialista-democrata, tendo defendido Dreyfus e outros injustamente perseguidos pelas suas ideias. Jacques Brel escreveu este poema em sua homenagem.

Ils étaient usés à quinze ans
Ils finissaient en débutant
Les douze mois s'appelaient décembre
Quelle vie ont eu nos grands-parents
Entre l'absinthe et les grand-messes
Ils étaient vieux avant que d'être
Quinze heures par jour le corps en laisse
Laisse au visage un teint de cendre
Oui, notre Monsieur oui notre bon Maître
Pourquoi ont-ils tué Jaurès?
Pourquoi ont-ils tué Jaurès?

On ne peut pas dire qu'ils furent esclaves
De là à dire qu'ils ont vécu
Lorsque l'on part aussi vaincu
C'est dur de sortir de l'enclave
Et pourtant l'espoir fleurissait
Dans les rêves qui montaient aux yeux
Des quelques ceux qui refusaient
De ramper jusqu'à la vieillesse
Oui notre bon Maître oui notre Monsieur
Pourquoi ont-ils tué Jaurès?
Pourquoi ont-ils tué Jaurès?


Si par malheur ils survivaient
C'était pour partir à la guerre
C'était pour finir à la guerre
Aux ordres de quelques sabreurs
Qui exigeaient du bout des lèvres
Qu'ils aillent ouvrir au champ d'horreur
Leurs vingt ans qui n'avaient pu naître
Et ils mouraient à pleine peur
Tout miséreux oui notre bon Maître
Couvert de prêtres oui notre Monsieur

Demandez-vous belle jeunesse
Le temps de l'ombre d'un souvenir
Le temps du souffle d'un soupir
Pourquoi ont-ils tué Jaurès?
Pourquoi ont-ils tué Jaurès?


Fotografias: Jacques Brel e Jean Jaurès

convém recordar...

Foi num sinistro dia 31 de Julho, em 1932, que o Partido Nacional-Socialista ganhou, com 38%, as eleições na Alemanha, sendo convidado para formar governo.
Que nunca esqueçamos: o Mal pode chegar à bruta, mas pode aparecer também de mansinho - é entre as flores que as ervas daninhas crescem, e todo o cuidado é pouco.

um espaço azul para sonhar


John Callahan- Oahu beach

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Há cem anos - a deusa e o seu filho

A 30 de Julho de 1908, o Times relatava um fenómeno único, visto em Inglaterra, descrito como um jogo de luz intenso, com cores e matizes variados e encantadores.

Tratava-se de uma aurora boreal, vista a latitudes anormalmente baixas.

Foi Galileu quem baptizou este fenómeno, dedicando-o a Aurora, a deusa do amanhecer, e ao seu filho Bóreas, representante dos ventos do norte.

Por cá, dizem que se pode ver o Raio Verde, quando o sol do estio se põe num horizonte sem nuvens. Alguém já o viu? Pas moi....

Acho que só mesmo o Júlio Verne e a sua criatividade!

a propósito de Srebrenica e de Karadžić

A 10 de Julho de 1973, o jornal Times publicou um artigo na primeira página, da autoria do Reverendo Adrian Hastings, do College of Ascension, Birmingham, com a descrição pormenorizada de um massacre praticado pela 6ª Companhia de Comandos do Exército português, a 16 de Dezembro de 1972, na aldeia de Wiryamu, no então Distrito de Tete, Moçambique. Segundo aquele artigo, mais tarde com confirmação factual, teriam sido massacradas 400 pessoas, incluindo mulheres e crianças, com requintes de malvadez. Outros massacres semelhantes teriam acontecido em Mocumbura, também em Tete, sendo na altura o comandante da Região, o General Kaulza de Arriaga.

Passaram 35 anos sobre esta revelação. E agora foi preso Radovan Karadžić, que será levado ao TPI pelo massacre de Srebrenica, em que 8.000 bósnios muçulmanos, rapazes e homens, foram executados.

Poderíamos também regressar quarenta anos atrás, a 1968, mais precisamente a My Lai, no Vietnam, onde centenas de pessoas civis vietnamitas, na maioria mulheres e crianças, foram executadas por soldados do exército norte-americano, depois de violados, torturadas e espancadas.

Ou ao Massacre de Lisboa de 1506, a "Matança da Páscoa" em que, durante três dias, uma multidão perseguiu, violou, torturou e" matou quase 4.000 pessoas, acusadas de serem judias.

Ou ao Cambodja. Ou a Luanda, logo após as eleições, onde fontes referem cerca de cinquenta mil assassinados (José Eduardo dos Santos, esse "exemplo notável", não deveria ser chamado ao TPI?). Ou ao Ruanda, Darfur, Santiago do Chile, etc, etc, etc, para não falar do Holocausto ou dos Gulag.

Entendo a raiva. Entendo o clamor perante a injustiça e o que a Humanidade não pode tolerar. Entendo as aberturas de telejornal e as vozes sapientes. Só não entendo é os dois pesos e as duas medidas... se calhar porque Wiryamu soa a estrangeiro, e 1506 já foi há muito tempo... e nós somos um país de "brandos costumes", lá dizia o Botas.

terça-feira, 29 de julho de 2008

manda quem pode, obedece quem deve

Hoje às 08:26, o Comando Marítimo do Sul decidiu proibir as massagens nas praias algarvias. A justificação para esta proibição está relacionada com o receio de eventuais fins mais quentes, de massagens que até podem começar inocentes.
TSF


Por isso, meus Amigos candidatos a massagistas e massajados, tirem daí o sentido!

O que o Comando não revela é a definição de caso para "massagem", o que torna certamente inconstitucional a norma (será que pôr creme protector na namorada é abuso sexual, e numa criança é pedofilia?)

PS: a proibição está relacionada com "o receio" - nem sequer é com a evidência factual!
PS2: coitado do Zezé Camarinha!

mais uma "angustiazinha"


Devo confessar que muito aprendi com os comentários da Entrada anterior (que espero continuem).
Assim, retomo o tema:


O que resta na sobra da maré?
O que fica no sumo de um dia?
O que fica de pé
Na jornada
Fornada
Do pão que tu és?

O que fica na doce nebulosa
Viscosa
Magenta
Que paira no ar?

O que fica na onda do mar
Que se espraia
Na praia
E confunde a memória,
Já de si cinzenta?

Símbolo da glória
De um anoitecer?
Ou só uma história
Para adormecer?


Fotografia: Mário Cordeiro - Baleal

domingo, 27 de julho de 2008

angústias do entardecer


Cai a tarde
Do dia que correu.
Arde
Em nós
O fogo da paixão.
Nasce o projecto
Sem objecto
Sem razão.
Solta-se a voz
Quase defunta,
E no breu
Surge a pergunta:

Quem sou eu?



Fotografia: MC - Baleal 2005

sábado, 26 de julho de 2008

Dia dos Avós


Hoje é dia de São Joaquim.
São Joaquim e Santa Ana foram os avós maternos de Jesus.

Quanto a São José, ignora-se quem foram os progenitores - ele próprio foi designado pela História (e por Deus, afinal) como um "progenitor de aviário".

Talvez não fosse mau a Igreja Católica aproveitar a onda e pedir-lhe desculpa de tratar tão levianamente a sua imagem.

Ao meu neto António e ao meu neto(a) que virá em Outubro, um grande beijinho.

um excelente artigo de Fernanda Câncio

Nunca fui a Angola, nem em trabalho nem em férias - e tenho pena. Não nasci lá, como tantos portugueses, nem deixei lá saudades, pertences, fortunas ou amores, nem perdi lá um parente ou uma parte dele. Não tenho mágoas angolanas - nem, já agora, moçambicanas, guineenses, cabo-verdianas ou são-tomenses. Os países africanos de expressão portuguesa não são para mim diferentes de tantos outros países, africanos ou não. Não me assaltou nenhuma nostalgia colonialista nos que visitei, Moçambique e Cabo Verde. Não senti nada de especial a não ser, em Moçambique, uma mágoa parecida com remorso herdado perante a miséria, os escandalosos fossos socioeconómicos e a subserviência do povo perante "os brancos". Mas isso já sentira noutras partes de África - alguém chamou a isso "o remorso do homem branco" (neste caso, de mulher, e morena).

Não tenho nada com Angola, portanto, a não ser uma ligação profissional feita de bocados de histórias, entrevistas, reportagens. Sei o básico: uma longa guerra civil, um país dividido ao meio, cadáveres inchados nas ruas de Luanda em 1992/93 depois da primeira volta das primeiras e únicas eleições presidenciais, o corpo meio despido de Savimbi cheio de moscas em 2002, os baixíssimos scores nos índices de desenvolvimento humano, os processos a jornalistas, os jornalistas presos, as denúncias de falta de liberdade política e de falta de liberdade de imprensa, as denúncias sobre a riqueza pessoal do presidente em funções vai fazer 30 anos, as ligações da sua família a uma série de empresas.

Não, não sou uma especialista em Angola. Não tenho histórias em primeira mão para contar nem relatórios de organizações internacionais para estrear. Mas não preciso. Basta-me saber que não há eleições no país desde 1992 para não gostar do Governo nem do presidente. E para tal tanto me faz que fale português ou outra língua qualquer. Tanto me faz que "nós" - sendo nós essa entidade chamada "os portugueses" - tenhamos "lá andado" 500 anos como não. Não aceito culpas históricas nem acusações de complexos colonialistas quando se trata de olhar para um país independente há 33 anos e constatar que está muito longe de ser uma democracia e por esse motivo muito longe de ser admirável ou "a todos os títulos notável".

Percebo, claro, que uma coisa são os meus sentimentos enquanto pessoa, por acaso portuguesa, e outra muito diferente os interesses do meu país - sejam eles económicos, estratégicos, linguísticos, o que for. Percebo que as relações entre países não são relações pessoais e que se fazem muitas coisas em nome da chamada real politik que eu agradeço ao destino nunca ter estado em posição de ter de fazer. Mas creio que há coisas escusadas. E creio, sobretudo, ser tempo de percebermos, todos, portugueses e angolanos, que chega de facturas. Chega de confusões. Portugal colonizou e descolonizou, Angola é dos angolanos. Nenhuma razão para tantos paninhos quentes, nenhum motivo para tanto eufemismo, para tanto elogio rasgado. Façam-se negócios, certo. Apertem-se mãos, assinem-se acordos. Defenda-se isso a que se chama "o interesse português". Mas, por favor, não exagerem.|

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Hoje é Dia de Santiago...


...seguimos a Via Láctea, ou Estrada de Santiago...


... e chegamos à Galiza.



Coñecido tamén popularmente como Día Nacional da Galiza, Día da Patria ou Día da Patria Galega, é a festa oficial do país galego, segundo decreto da Xunta de Galicia. Celébrase o día 25 de Xullo, día da festividade do apóstolo Santiago, o Maior!

parabéns, Louise!

Faz hoje 30 anos, Louise Brown.

Ficou na História, e o seu exemplo (e o desenvolvimento da tecnologia que a "permitiu") já gerou milhares e milhares de seres humanos.










Louise Brown foi o primeiro "bebé-proveta". E a proveta estava bem nutrida, a avaliar pelo seu aspecto actual... mas foi um marco na História, isso sim.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

24 de Julho - mais do que uma feia avenida...

Foi a 24 de Julho que a Lisboa absolutista foi tomada pelas forças liberais, sob o comando do sétimo conde de Vila Flor, duque da Terceira, que foi depois representante de D. Pedro na Convenção de Évora-Monte.

A vitória da liberalismo sobre o absolutismo é mais do que uma mera "guerra de compadres" (ou de primos, neste caso). Tem um valor simbólico importante, é decisivo do ponto de vista político e conceptual. Permite entender, ainda agora, as atitudes e declarações de algumas pessoas.

Vale pois a pena relembrar a data, já que o nome "24 de Julho" está associado a uma das ruas mais feias, de trânsito mais desordenado, com vida nocturna mais histriónica e ruidosa, e a porteiros de discotecas, prostitutas, copos e acidentes.

e já agora beber uma!

Hoje, 24 de Julho, celebra-se nos Estados Unidos o Dia da Tequila.

Uma oportunidade para ver... e ver... e ver... e rever a Michel Pfeiffer no filme Tequila Sunrise, e ainda o Kurt Russel e o inexcedível Raul Julia, desaparecido precocemente.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

cinco a três

Faz hoje anos. Vi, excitado e perplexo. Primeiro foram os três golos da Coreia do Norte - três misseis de quem parecia não ter armas nem para matar uma pulga.
Mas o Rei irritou-se. E marcou quatro. Simões completou o ramalhete.

A Pantera haveria depois de chorar, mas aqui ainda havia esperança, sem Scolari nem a Virgem de não sei de onde, e com a equipa toda a ganhar uma pouca de xicalarica, mas com a alma no coração. Que dias! Que emoções, vividas num ecrã minúsculo a preto e branco.

Ganhámos à Coreia da Norte, coisa que a América de Bush não consegue!

terça-feira, 22 de julho de 2008

Não-rima



Estes versos não rimam
De propósito
Como não rima o Universo
Em que vivemos
Mesmo quando temos
A arte
E o despropósito
De sermos só parte
Do depósito

Estes versos
Parece que rimam
Mas não rimam,
As fonéticas parecidas
São produtos do acaso
Como “acaso”
E “diabo”
Ou “ocaso”
E “acabo”

A vida é assim,
Plena de assimetrias
E de amplas geografias
Das almas
Das pertenças
E das gentes.
Não há rima possível
Para o inatingível,
Qual o verso
Ou o reverso
Para a calma,
As crenças
Os países
E os continentes?

Ai daqueles que pensam
Que as coisas se compõem
Só porque as desejamos
Compostas
É o mesmo que inventar respostas
Para perguntas que não temos.
O mundo é desigual
Marcadamente desigual
Desigualmente subjectivo.
E eu poderia estar aqui
A inventar adjectivos
Sufixos e outras formas gramaticais
E que mais...
Que mais sei?!
Apenas que estes versos não podem rimar
Porque tentam reflectir a vida
Em desconcerto
E a vida não é o sonho dos poetas
Nem a vida dos patetas
Em que tudo pode bater certo
Apenas porque queremos.

Estes versos não rimam
De propósito,
Ou melhor,
Estes versos, nem de propósito
Rimam.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

mais Virginia Lamb (a true wolf painter)

Foz

Lac Leman

The Moors

Brooklin

Casario do Porto

domingo, 20 de julho de 2008

outra amy

Desejoso de desvendar o mundo das Amys, para ver se se reduzia à miúda-que-vai-morrer-dentro-em-breve-porque-o-público-e-os-produtores-assim-o-exigem, descobri esta Amy.

Sons talvez mais tradicionais, mas provavelmente menos artificiais. Amy Pearson. Uma iglesa de 27 anos a residir na Austrália. Uma carreira a seguir.

glória curta, mas glória...


Floresce à noite, e dura 12 horas.

Mas o carácter efémero justifica-se pela intensidade da beleza. Como tantos momentos na vida.

sábado, 19 de julho de 2008

diz-me com quem andas...

Depois da China e de Angola, com rasgados elogios, é a vez de Kadafi, esse grande defensor dos direitos humanos, que só mandou colocar umas bombitas aqui e ali, e que mantêm o país na maior democracia que existe à face do mundo.

Continua, Sócrates, que estás no bom caminho. A Real-Politik é uma criança, ao pé disto...

Break a leg!


Caro Amigo. Não te vou poder ver. As cirurgias urgentes não têm hora marcada, e transtornam aquilo que os planos humanos conceberam.

Mas estarei lá, de cabeça e coração, como seria próprio de quem te admira há muits anos. Tantos! Vi-te há... mais de vinte anos. Sabes que aminha filha, miúda, essa mesmo, teve ontem um filho? Não se chama Leonardo, é António, mas há-de conhecer-te e ouvir-te, e ler-te, e ver as tuas pinturas desde já.

Continuas a ser a nata da nata, o oiro sobre o azul.

Les partisans, Systers of Mercy, Chelsea Hotel, Take this Waltz - força, Leonard. Mostra o que é a Eternidade!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

já sou avô!

E o meu neto António nasceu! É LIIIIIIIINDO!

Estou emocionado, feliz, babado, e só não publico fotografias porque não pedi autorização aos pais...

Parabéns, Neto, Parabéns Filha e Genro!!! É um dos dias mais felizes da minha vida!

Surpresas fraternais

Não é todos os dias que se descobre uma irmã pintora. Virgínia Cordeiro Barros.

São estas surpresas que nos fazem sentir que nunca conhecemos verdadeiramente uma pessoa, e que a sua face oculta pode ser, pelo menos, tão interessante como a sua face mais "real".

Parabéns, Sys! Keep on

Castelejo

Campo

Serralves

England 2

Peixes

quinta-feira, 17 de julho de 2008

dos Santos, o notável

O primeiro-ministro português, José Sócrates, destacou hoje o "trabalho notável" que o Governo angolano tem desenvolvido e que permitiu transformar Angola num dos países que "mais tem crescido economicamente" - Público on-line.


Ai, Sócrates, Sócrates, há maneiras mais dignas de tomar a cicuta!

Dia Mundial da Justiça Internacional

É hoje.

Tantos que deveriam estar atrás das grades. Assassinos mandantes, assassinos reais, genocidas, dizimadores de povos, comandantes de guerrilhas tribais, pequenos hitlers, grandes hitlers, mugabes e afins, corruptos e cleptocratas, espezinhadores dos Direitos Humanos, assassinos de Tienamen, assassinos do Czar e da família (faz hoje 90 anos), tantos, tantos, tantos.

As vítimas podem estar reduzidas a pó, mas a alma delas avança, conjuntamente com a parte boa da Humanidade, hora a hora, dia a dia, até todos os lobos maus acabarem cozidos no caldeirão do porquinho mais velho!

relembrar Kant

O Iluminismo representa a saída dos seres humanos de uma tutelagem que estes mesmos se impuseram a si. Tutelados são aqueles que se encontram incapazes de fazer uso da própria razão independentemente da direção de outrem. É-se culpado da própria tutelagem quando esta resulta não de uma deficiência do entendimento, mas da falta de resolução e coragem para se fazer uso do entendimento independentemente da direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem para fazer uso da tua própria razão!

Hoje apeteceu-me relembrar estas palavras... que cada vez mais sinto como as certas.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

José Robin Pinto dos Bosques

Wood = bosques, floresta.
Hood = Capuz

Taxa? Mas qual taxa? Estes romanos, digo, portugueses, estão loucos!!!!

Só falta o PM dizer que ele Robinava os ricos para dar aos pobres (tipo José Eduardo dos Santos?!?).

E não se pode exterminá-los? A todos?

coisas do jornalismo...

EUA: Negada liberdade condicional a cancerosa moribunda seguidora de Charles Manson


Trago aqui este título de hoje do JN, não para reflectir sobre Susan Atkins, que esfaqueou a actriz Sharon Tate, mulher de Roman Polanski, grávida de oito meses, tendo em seguida escrito obscenidades com o sangue da vítima. Nem sobre se, quarenta anos depois, em estadio terminal, deve ou não ser objecto de "compaixão" e libertada.

O que me impressiona na notícia é a própria notícia. A pessoa, porque é de uma pessoa que falamos, passa a ser designada por uma "cancerosa moribunda". Isto, sim, é chocante. Não direi tanto como o crime, mas a revelar um certo poder perverso, daquele que escreve e está em liberdade, do outro que está preso, "canceroso" e "moribundo"...

venha já!


Quinta da Fonte - que belo nome para um condomínio de luxo

Portugal é uma sociedade inter-racial, onde todos se dão bem, porque temos brandos costumes, blá-blá-blá. Aqui estão alguns dos candidatos a esta nova urbanização VIP.

Condomínio
Fechado
Domínio
Cercado
Ignorância
E medo.
Vigilância
E segredo
Vinte e quatro horas.
Na boca o credo
Mais juros de mora
Com patrocínio.
É o que há.

Meus senhores, é entrar
Meus senhores, é entrar
Ainda há muitos T6 para comprar...

terça-feira, 15 de julho de 2008

outros palhaços


Eles comem tudo, eles comem tudo, eles comem tudo e não deixam nada...

terça-feira, 8 de julho de 2008

aniversário


A minha Mãe faz hoje 90 anos. Faria, porque morreu há cinco anos. Faz, porque o seu legado genético e afectivo está presente. Cada vez mais.

Parabéns, Mãe!


Picasso: Motherhood

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Palhaços!

Mete nojo. Ou se calhar não, porque mostram de que lado estão.
A atitude do PCP relativamente ao caso Ingrid Betancourt foi mais do que deplorável, foi a revelação (mais uma vez) de que não está do lado da democracia nem das liberdades (como poderia, aliás, se toda a vida quis implementar uma ditadura de partido único, e tramar o PS e a social-democracia?).

Mas agora foi de mais. Pessoalmente, já pouco respeito tinha pelos filiados no PCP e nenhum por este. Agora, perdi totalmente o respeito pelos primeiros.

Quem depois disto continaur inscrito neste partido mostar bem de que lado da barricada está - e não venham argumentar com os despedimentos, com o Sócrates e o perigo do fascismo. Neste momento, o perigo do fascismo vem do PCP. E quanto às massas trabalhadoras, foi manipulando-as que Hitler e Fidel ascenderam ao poder.

sábado, 5 de julho de 2008

sexta-feira, 4 de julho de 2008

grande Rui


É um Senhor. No jogo, no campo, no toque de bola. Na abnegação. Na entrega. No jogo de equipa. No que diz. No que não diz. Na clarividência. Na contenção. No ânimo. No entusiasmo. No respeito.

É um Senhor. É um exemplo.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

uma questão de números

5 milhões separam Quaresma do Inter

Jornal de Notícias


Cinco milhões (ou menos) separam-me a mim de tanta coisa boa!

quarta-feira, 2 de julho de 2008

un texto a não perder

Manuel (Manolo) Rivas é um dos mais brilhantes escritores e poetas galegos, além de ser um cidadão intervencionista (como por exemplo na liderança do Movimento "Nunca Mais", que se formou a seguir ao caso do petroleiro Prestige). Dotado de um fino humor, simples no contacto pessoal, Manuel Rivas escreve regularmente no El Pais.
É deste jornal que retiro um artigo dele, que nos faz pensar quando da discussão do Acordo Ortográfico.


1. "De la luz nace la oscuridad", anotó de forma enigmática Nicholas Hytner, director de cine de Las brujas de Salem.

2. Goethe se empeñó en demostrar, sin querer considerar otras evidencias, que la teoría de los colores de Newton era una estafa. Según él, la suma de todos los colores era el gris. Y jamás reconoció su error: "Este sentimiento de superioridad me ha permitido soportar la estúpida arrogancia de mis adversarios".

3. En 1932, un grupo de intelectuales brasileños presentó un manifiesto clamando por "el Principio de Autoridad".

4. En la posguerra, un profesor de derecho de Santiago comenzaba sus clases con este saludo: "Damas, caballeros y alféreces provisionales...".

5. Entre los firmantes del Manifiesto por la lengua común hay alféreces que han propuesto, en jocoso tono intimidatorio, publicar las listas de "no firmantes".

6. No abre la boca la literatura: la que pregunta.

7. Nada se dice de las "otras" lenguas, de su "suerte", situándolas en la sospecha difuminada, hablas espectrales sin hábeas corpus.

8. Es un texto apodíctico, con pasta de decreto, que agitará como providencial trofeo la gran dama del "nuevo lerrouxismo".

9. Fervorosos "constitucionalistas" proponen en lo sustancial darle un mordisco a la Constitución, pese a que dice de la lengua castellana: "Todos los españoles tienen el deber de conocerla".

10. ¿Cuál es el concepto de lo común? ¿Forman parte las "otras" lenguas del patrimonio común?

11. Este Manifiesto, esta torpe campaña, provocará el erizamiento de todos los nacionalismos.

12. Con su manifiesto Anti-Dantas, el futurista Negreiros hizo célebre a Dantas.

13. No conozco a ningún ciudadano que renuncie al castellano. Sí a algunos que humillan proclamando la inutilidad de las "otras" lenguas.

14. Abrazo el castellano en el exilio, en los sefarditas, en el Sáhara, en Puerto Rico.

15. España necesita manifiestos de convivencia y lexemas de simpatía: cultivar la biodiversidad y no la bioperversidad.