Havia uma fábula sobre uma rã que queria inchar para ter o tamanho de um boi mas, como diria a Teresa Guilherme, "isso agora não interessa nada".
A sua principal arma, a arrogância, derrotou-o. Não as políticas, porque algumas até estavam certas. Foi uma derrota pessoal e é isso que me dá particular gozo!
O mesmo homem que ameaçou e perseguiu, no verdadeiro sentido da palavra, quem defendia uma vacina que, três anos depois, anunciava com pompa e circunstância ter introduzido no Programa de Vacinação "para salvar vidas"; o mesmo que pôs processos disciplinares, demitiu ilegalmente, colocou especialistas de um grupo etário a tratar do oposto, com gabinete numa casa de banho (autêntico!); que manipulou jornalistas ao ponto de estes, em tribunal, confessarem como foram pressionados e coagidos para dizerem mal e caluniarem quem, afinal, defendia o que o senhor ex-ministro acabou por achar que era muito bom, finalmente foi corrido, mesmo que, na versão oficial, "a pedido dele".
Diz-se que a vingança se serve fria, e é verdade, mesmo quando é por interposto Sócrates - já se dizia na Grécia que a arrrogância era o único pecado não permitido pelos deuses.
CC caíu. O ministro que também gostava do conceito "jamé" (já se preparava para inaugurar o hospital pra o qual lançou a primeira pedra há dias!!!), pode ir agora perguntar ao ex-colega se é na margem sul que fica o deserto que terá de atravessar. A menos que prefira candidatar-se a presidente da Junta de Freguesia da Anadia.
Entra Ana Jorge, colega pediatra, e a enorme esperança do regresso das políticas de Maria de Belém e de Constantino Sakellarides (que neste momento ocupa o cargo, na Escola de Saúde Pública, que CC deixou quando foi para o ministério, depois de também ter sido altamente incorrecto para Sakellarides - o homem é assim, o que se há-de fazer...).
É nestas (só nestas) alturas em que acredito que haja um deus justo!
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
o sol por um canudo
sábado, 26 de janeiro de 2008
pausa em Mozart
Destino
Clandestino
Sorte
Sedutora
Morte
Necessária
Sumária
E redentora.
Mas para quê?
Penitência em terra
Para alcançar o céu?
Onde? No inferno?
Num inferno que é só meu
(ninguém o entenderia)
Daí ser breve o eterno,
Eterna a guerra
E tu partires
Rompe o sol e nasce o dia...
Ah. E a Maria João Pires,
A tocar de Mozart, a Fantasia…
Clandestino
Sorte
Sedutora
Morte
Necessária
Sumária
E redentora.
Mas para quê?
Penitência em terra
Para alcançar o céu?
Onde? No inferno?
Num inferno que é só meu
(ninguém o entenderia)
Daí ser breve o eterno,
Eterna a guerra
E tu partires
Rompe o sol e nasce o dia...
Ah. E a Maria João Pires,
A tocar de Mozart, a Fantasia…
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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
a vida é assim...
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
sangue azul
Há dias falei com uma pessoa que se intitulava "aristocrata", e que se dizia a si próprio "de sangue azul".
Não sei se ele era aristocrata ou não, mas os factos são inequívocos: o sangue dos nobres, snobes e parecidos, é igual ao sangue “do povo”.
A ideia do “sangue azul” veio de Espanha, dos tempos medievais. Os aristocratas não queriam bronzear-se, para não ficarem morenos como a gente do povo. Assim, escondiam-se nos seus palácios, e ficavam com a pele muito mais clara. Ficando mais claros, viam-se melhor as veias debaixo da pele, dando um aspecto azulado, sobretudo em contraste com os plebeus. Além disso, como muitos eram descendentes de nórdicos, tinham a pele naturalmente mais clara.
Foi assim que surgiu a lenda do “sangue azul”. Actualmente, ser “de sangue azul”, é esconder-se do sol durante todo o ano, ou ter anemia grave - uma coisa é certa, como espaço, é azul mas não faz parte deste, como pertença futebolística, é quanto a mim má escolha, mesmo que (episodicamente )eficaz...
Não sei se ele era aristocrata ou não, mas os factos são inequívocos: o sangue dos nobres, snobes e parecidos, é igual ao sangue “do povo”.
A ideia do “sangue azul” veio de Espanha, dos tempos medievais. Os aristocratas não queriam bronzear-se, para não ficarem morenos como a gente do povo. Assim, escondiam-se nos seus palácios, e ficavam com a pele muito mais clara. Ficando mais claros, viam-se melhor as veias debaixo da pele, dando um aspecto azulado, sobretudo em contraste com os plebeus. Além disso, como muitos eram descendentes de nórdicos, tinham a pele naturalmente mais clara.
Foi assim que surgiu a lenda do “sangue azul”. Actualmente, ser “de sangue azul”, é esconder-se do sol durante todo o ano, ou ter anemia grave - uma coisa é certa, como espaço, é azul mas não faz parte deste, como pertença futebolística, é quanto a mim má escolha, mesmo que (episodicamente )eficaz...
quarta-feira, 23 de janeiro de 2008
redes
As cores das redes são algo de fascinante. Evocam muita coisa, diferentes de cada vez que se vêem.
Estas fotografias foram tiradas em Peniche. Noutros portos predominam os azuis e verdes.
Não sei quais os critérios - sei, no entanto, que a conservação das redes é algo de minucioso, trabalhoso e artístico.
E que é difícil um peixe não se sentir atraído por um mundo tão bonito, mesmo que armadilhado...
Estas fotografias foram tiradas em Peniche. Noutros portos predominam os azuis e verdes.
Não sei quais os critérios - sei, no entanto, que a conservação das redes é algo de minucioso, trabalhoso e artístico.
E que é difícil um peixe não se sentir atraído por um mundo tão bonito, mesmo que armadilhado...
terça-feira, 22 de janeiro de 2008
céu - 2
domingo, 20 de janeiro de 2008
notícias do país e do mundo
Já me tinham falado deste caso - referido no "Sol" -, mas só hoje consegui os "fac-simile" das primeiras páginas.
Parece aqueles passatempos: "descubra as 10 diferenças", só que entre o jornal próximo do governo do PSOE e o próximo da oposição do PP será provavelmente impossível encontrar tantas.
Globalização? Bloco central? Ou desinteresse pela diferença,pelo debate e pelas ideologias? Alguém que "ispilique"...
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
há pessoas que nos marcam - 3
A primeira vez que ouvi a voz de Herbert Pagani foi em casa de um amigo meu, anarquista, com quem tinha conversas intermináveis sobre religião, política e metafísica. Fiquei fã de Pagani, e tentei encontrar os discos de vinil (poucos) que existiam. Ouvia Megalopolis e a história dos "Estados Unidos da Europa" e da débacle da sociedade após um mero acidente aéreo, mergulhando-a no caos, com um Papa que morre pouco antes de revelar o fracasso da Igreja, vezes e vezes sem conta.
Quis o destino que conhecesse pessoalmente Pagani, em 1980 e 1981, durante as campanhas eleitorais do PS, em que ele vinha cantar (no Coliseu, no Terreiro do Paço) e eu, fotógrafo free-lancer do Portugal Socialista, tinha livre-trânsito para o palco. Conheci-o e foi um momento extraordinário, que não esquecerei, em que me contou como desejava cantar cada vez menos e dedicar-se à pintura como actividade principal.
Muitas músicas dele são conhecidas - Gracias a la vida (Merci l´existence), Chez-nous, Le vieux pape, L´amitié, Ma Méditerranée, Leçons de peinture, L´étoile d´or...
Mas, além da música e da simpatia, o que também me fascinava em Herbert Avraham Haggiag Pagani, curiosamente nascido num 25 de Abril (1944)na Líbia, era o seu percurso, em italiano, na rádio e nos discos, com uma interpretação fabulosa do Plat Pays de Brel (La Lombardia, c´e casa mia).
Foi o primeiro DJ da Radio Montecarlo.
Quadro: "Bagdad"
E era pintor. E era escultor. E era poeta.
Ecologista e pacifista convicto, foi atingido por uma leucemia fulminante em 1988, tendo morrido pouco tempo depois. Foi enterrado em Israel, porque era judeu, mas defendia a causa árabe porque achava que todos os povos têm direito à autodeterminação e à paz.
Quadro: "Dimmi che scarpa calzi e ti dirò chi sei..."
Quando soube da sua morte foi como se um pouco de mim próprio tivesse morrido. Resta a sua voz, eterna, nos CDs, e a memória do "Tu es Mario, donc?! Mois je suis Herbert." que me dirigiu no Coliseu, em Lisboa.
Quadro: "Auto-retrato"
Quis o destino que conhecesse pessoalmente Pagani, em 1980 e 1981, durante as campanhas eleitorais do PS, em que ele vinha cantar (no Coliseu, no Terreiro do Paço) e eu, fotógrafo free-lancer do Portugal Socialista, tinha livre-trânsito para o palco. Conheci-o e foi um momento extraordinário, que não esquecerei, em que me contou como desejava cantar cada vez menos e dedicar-se à pintura como actividade principal.
Muitas músicas dele são conhecidas - Gracias a la vida (Merci l´existence), Chez-nous, Le vieux pape, L´amitié, Ma Méditerranée, Leçons de peinture, L´étoile d´or...
Mas, além da música e da simpatia, o que também me fascinava em Herbert Avraham Haggiag Pagani, curiosamente nascido num 25 de Abril (1944)na Líbia, era o seu percurso, em italiano, na rádio e nos discos, com uma interpretação fabulosa do Plat Pays de Brel (La Lombardia, c´e casa mia).
Foi o primeiro DJ da Radio Montecarlo.
Quadro: "Bagdad"
E era pintor. E era escultor. E era poeta.
Ecologista e pacifista convicto, foi atingido por uma leucemia fulminante em 1988, tendo morrido pouco tempo depois. Foi enterrado em Israel, porque era judeu, mas defendia a causa árabe porque achava que todos os povos têm direito à autodeterminação e à paz.
Quadro: "Dimmi che scarpa calzi e ti dirò chi sei..."
Quando soube da sua morte foi como se um pouco de mim próprio tivesse morrido. Resta a sua voz, eterna, nos CDs, e a memória do "Tu es Mario, donc?! Mois je suis Herbert." que me dirigiu no Coliseu, em Lisboa.
Quadro: "Auto-retrato"
quinta-feira, 17 de janeiro de 2008
acordar...
Hoje acordei com uma vontade enorme de acordar em Paris, ou seja, de estar em Paris.
Não me perguntem porquê, porque eu próprio não tenho resposta. Não é para espiolhar o romance do greco-húngaro Sarkozy com a italiana Bruni, sob o olhar da moldavo-espanhola Cecília. Não.
Paris por Paris. Mesmo com o tempo chuvoso e cinzento, como o apanhei quando lá estive da última vez e que as fotografias atestam.
Para além de tornar a ver, in loco, o Sagrado Feminino e o Graal do Dan Brown (curiosamente li o livro, sem saber nada do que tratava, durante uma viagem a Paris, pelo que teve um significado muito especial, mesmo sem saber se o código do Da Vinci era esse ou não), para deambular pelos cais e pelos bouquinistes, para me sentar um pouco a ler no Vert Galant, onde os meus pais namoravam sempre que iam à Cidade-Luz. E terminar o dia com um jantarzinho na Ile de St Louis, depois de um concerto numa qualquer igreja (poderia ser a Sainte-Chapelle) e de visitas intensivas às livrarias do Quartier Latin.
Acordei com vontade de acordar em Paris. Há dias assim...
Não me perguntem porquê, porque eu próprio não tenho resposta. Não é para espiolhar o romance do greco-húngaro Sarkozy com a italiana Bruni, sob o olhar da moldavo-espanhola Cecília. Não.
Paris por Paris. Mesmo com o tempo chuvoso e cinzento, como o apanhei quando lá estive da última vez e que as fotografias atestam.
Para além de tornar a ver, in loco, o Sagrado Feminino e o Graal do Dan Brown (curiosamente li o livro, sem saber nada do que tratava, durante uma viagem a Paris, pelo que teve um significado muito especial, mesmo sem saber se o código do Da Vinci era esse ou não), para deambular pelos cais e pelos bouquinistes, para me sentar um pouco a ler no Vert Galant, onde os meus pais namoravam sempre que iam à Cidade-Luz. E terminar o dia com um jantarzinho na Ile de St Louis, depois de um concerto numa qualquer igreja (poderia ser a Sainte-Chapelle) e de visitas intensivas às livrarias do Quartier Latin.
Acordei com vontade de acordar em Paris. Há dias assim...
quarta-feira, 16 de janeiro de 2008
Há frases que nos marcam - 1
Há pessoas que marcam, há situações que marcam, e há também frases que marcam.
Não que sejam frases feitas ou lugares comuns, ou algumas que, até, à custa de serem repetidas passam por verdadeiras quando nunca foram ditas, como "Play it again, Sam", no filme Casablanca.
No entanto, tenho andado às voltas com uma frase de Rimbaud que creio que baliza o que damos e recebemos, o que exigem de nós e o que reservamos para nós próprios, o que sacrificamos em prol dos outros e o que desleixamos, por vezes, na maternage que não fazemos a nós mesmos.
Aqui fica a frase, que me marca: "Par délicatesse, J’ai perdu ma vie!.
Encontra-se no poema: Chanson de la Plus Haute Tour, de Arthur Rimbaud
Não que sejam frases feitas ou lugares comuns, ou algumas que, até, à custa de serem repetidas passam por verdadeiras quando nunca foram ditas, como "Play it again, Sam", no filme Casablanca.
No entanto, tenho andado às voltas com uma frase de Rimbaud que creio que baliza o que damos e recebemos, o que exigem de nós e o que reservamos para nós próprios, o que sacrificamos em prol dos outros e o que desleixamos, por vezes, na maternage que não fazemos a nós mesmos.
Aqui fica a frase, que me marca: "Par délicatesse, J’ai perdu ma vie!.
Encontra-se no poema: Chanson de la Plus Haute Tour, de Arthur Rimbaud
terça-feira, 15 de janeiro de 2008
céu - 1
O céu sempre me atraíu, mesmo que tenha vertigens se estiver numa varanda e olhar para cima (para baixo, não!)
O Céu também me intriga e causa sentimentos ambivalentes.
Mas o céu que nos cobre é fascinante. Sempre com algum espaço azul.
Aqui fica um pedacinho, para desfrutarem, "colhido" num fim de tarde de Agosto a anunciar tempestade, no Baleal.
segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
remédios
Quem vê de fora, sem nada saber, provavelmente não dará muito por isto. Nem no sentido de a ver, nem do tesouro que nela se guarda.
Falo da Capela (Santuário) de Nossa Senhora dos Remédios, a meio caminho entre Peniche e o Cabo Carvoeiro.
Repositório de azulejos lindíssimos, com querubins inocentes, mães extremosas e mafarricos lascivos,
, foi edificada provavelmente no século XVI, já nesse lugar, desde o século XII, se fazia o culto de Nossa Senhora,a partir de uma imagem encontrada numa furna, nos estratos rochosos locais.
Num largo quadrangular em frente à Capela foram construídas, na altura, edificações para os romeiros e para os capelões residentes, algumas das quais ainda subsistem.
A imagem do senhor morto é uma dos expoentes, para além dos fantásticos azulejos.
Vale a pena visitar esta Capela, além do enquadramento do Cabo Carvoeiro, verdadeiramente "onde a terra acaba e o mar começa".
É "sempre a direito" - uma hora de caminho em auto-estrada...
Falo da Capela (Santuário) de Nossa Senhora dos Remédios, a meio caminho entre Peniche e o Cabo Carvoeiro.
Repositório de azulejos lindíssimos, com querubins inocentes, mães extremosas e mafarricos lascivos,
, foi edificada provavelmente no século XVI, já nesse lugar, desde o século XII, se fazia o culto de Nossa Senhora,a partir de uma imagem encontrada numa furna, nos estratos rochosos locais.
Num largo quadrangular em frente à Capela foram construídas, na altura, edificações para os romeiros e para os capelões residentes, algumas das quais ainda subsistem.
A imagem do senhor morto é uma dos expoentes, para além dos fantásticos azulejos.
Vale a pena visitar esta Capela, além do enquadramento do Cabo Carvoeiro, verdadeiramente "onde a terra acaba e o mar começa".
É "sempre a direito" - uma hora de caminho em auto-estrada...
domingo, 13 de janeiro de 2008
indigno
O "Público" noticia:
Já tinha lido várias vezes notícias semelhantes. Mas o que me pasma é que HOJE mesmo não se tomem medidas para acabar com uma situação que vai contra todas as normas da saúde pública, da dignidade humana, dos direitos constitucionais. HOJE é o dia para acabar com isto, de tal forma iníquo e degradante, não "no final de qualquer ano" (prazo que ainda por cima já passou).
Não somos nós que lá estamos, não é? Ou pensamos que não somos...
Ainda existem 656 celas nas prisões portuguesas onde os reclusos têm de depositar os seus dejectos em baldes, sem qualquer sistema sanitário. O ministro da Justiça, Alberto Costa, quando tomou posse, prometeu que a erradicação do problema seria uma das suas prioridades, tendo estabelecido Dezembro de 2007 como a data para o fim do prazo.
Já tinha lido várias vezes notícias semelhantes. Mas o que me pasma é que HOJE mesmo não se tomem medidas para acabar com uma situação que vai contra todas as normas da saúde pública, da dignidade humana, dos direitos constitucionais. HOJE é o dia para acabar com isto, de tal forma iníquo e degradante, não "no final de qualquer ano" (prazo que ainda por cima já passou).
Não somos nós que lá estamos, não é? Ou pensamos que não somos...
no te vayas!
Uma grande artista. Com garra. Com voz.
Recomenda-se.
Ahora que el mundo se acaba
que no queda más qué decir
me arrodillo ante tí
con tus lágrimas clavadas
y te pido por favor ¡No te vayas!
Ahora que no hay vuelta atrás
que ya no nos queda nada
y esto parece el fin
me arrodillo ante tí
suplicando una mirada
y te pido por favor ¡No te vayas!
Mas mesmo cantado estes versos desesperados, Luz Casal mantém uma fortíssima dignidade. Nada como Jacquel Brel em que implora ser "l´ombre de ton ombre, l´ombre de ta main, l´ombre de ton chien" (no "Ne me quites pas").
A dignidade é o nosso fim de linha. Sem ela (ou após ela) será o caos e a total desconstrução pessoal e afectiva.
Recomenda-se.
Ahora que el mundo se acaba
que no queda más qué decir
me arrodillo ante tí
con tus lágrimas clavadas
y te pido por favor ¡No te vayas!
Ahora que no hay vuelta atrás
que ya no nos queda nada
y esto parece el fin
me arrodillo ante tí
suplicando una mirada
y te pido por favor ¡No te vayas!
Mas mesmo cantado estes versos desesperados, Luz Casal mantém uma fortíssima dignidade. Nada como Jacquel Brel em que implora ser "l´ombre de ton ombre, l´ombre de ta main, l´ombre de ton chien" (no "Ne me quites pas").
A dignidade é o nosso fim de linha. Sem ela (ou após ela) será o caos e a total desconstrução pessoal e afectiva.
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sexta-feira, 11 de janeiro de 2008
a questão é se será comparticipada...
O director da Organização Internacional da Saúde Animal (OIE), Bernard Vallat, defendeu, ontem, uma "vacinação massiva" para evitar uma epidemia da doença de "língua azul" na Europa.
- refere o JN de hoje.
Seguir-se-ão as línguas negras e amarelas, o português e o esloveno.
Subsiste alguma controvérsia em relação ao grego, dado ser, para alguns, uma língua morta.
Ao que consta, a linguagem corporal será poupada à vacinação em massa.
raivas
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
novo-riquismo hídrico
O DN conta que:
Três quartos dos portugueses consomem água engarrafada, embora a da rede tenha boa qualidade para consumo. Um fenómeno social em expansão, e que não reflecte a evolução da qualidade de água, com melhorias consistentes nos últimos anos.
E é o ambiente que sofre com esta opção. Milhares de toneladas de plástico são consumidas para produzir embalagens e muitas emissões CO2 para a atmosfera são feitas durante o transporte da água.
O novo-riquismo espreita em todo o lado. Há uns anos bebia-se água da torneira e era de má qualidade - o resultado eram vários tipos de doenças. Agora, que a água é boa, as mães continuam a esterilizar biberões e a ferver a água, e nos restaurantes (e casas) bebe-se água engarrafada, sem sequer atender ao teor de cálcio e de outros iões que, se for muito diferente dos da água a que a pessoa se habituou, pode causar diarreias e acumulação de cálcio.
Às vezes parecemos estúpidos - parecemos, não, que aqui nunca fui na moda porque bebo água da torneira e nos restaurantes peço um copo de água, desde que o empregado não me fuzile.
Se fizerem a conta verão: a da torneira custa 0,63€ por metro cúbico (mil litros). Em certas regiões (praias), um quarto de litro custa 1€ (seis mil vezes mais caro!) e nos supers, a engarrafada custa cerca de 1,5€ por 5 litros, o que mesmo assim dá 500 vezes mais caro).
Façam o que quiserem, mas pensem na próxima vez se não estão a ser ridículos, esbanjadores, perdulários e pouco amigos do ambiente.
quarta-feira, 9 de janeiro de 2008
five o´clock tea
Pois é... quem me dera voltar a este chazinho, escolhido a dedo entre os melhores, com mini-sanduiches de ovo mexido ou agrião (daquele pequenino, a que os ingleses chamam Portuguese watercress), paté ou queijo ralado. Com bolo inglês cheio de passas. E mais chá. E ainda scones quentinhos com natas e doce de amora. E chá.
No Reid´s Palace Hotel. Na varanda sempre protegida das intempéries, com o seu chão em mosaicos de Arlequim.
O ambiente, dentro, é sumptuoso, mas mantendo a harmonia britânica, sem excesso de luxo ou novo-riquismo. Cosy...
É bom estar no Reid´s, mesmo que só para um chá.
Mesmo que a média de idades dos clientes deva rondar os 130 anos.
Mesmo que digam que há miséria em muito lado (e há, na própria Região).
Mas também merecemos estar por momentos alheado do resto, com um livro de poemas de Eugénio de Andrade, sem que a culpabilização judaico-cristã nos caia em cima.
E, quando anoitece, o Funchal ilumina-se aos nossos olhos.
A vida pode ser tranquila e feliz. Ou, melhor, a vida pode ter momentos tranquilos e felizes. Aproveitemo-los.
No Reid´s Palace Hotel. Na varanda sempre protegida das intempéries, com o seu chão em mosaicos de Arlequim.
O ambiente, dentro, é sumptuoso, mas mantendo a harmonia britânica, sem excesso de luxo ou novo-riquismo. Cosy...
É bom estar no Reid´s, mesmo que só para um chá.
Mesmo que a média de idades dos clientes deva rondar os 130 anos.
Mesmo que digam que há miséria em muito lado (e há, na própria Região).
Mas também merecemos estar por momentos alheado do resto, com um livro de poemas de Eugénio de Andrade, sem que a culpabilização judaico-cristã nos caia em cima.
E, quando anoitece, o Funchal ilumina-se aos nossos olhos.
A vida pode ser tranquila e feliz. Ou, melhor, a vida pode ter momentos tranquilos e felizes. Aproveitemo-los.
à atenção do TLEBS, acordos ortográficos, etc
De aorcdo com um etsduo de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra a odrem das Lteras de uma plravaa, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e útmlia lteras etejasm no lgaur crteo. O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol, que vcoê anida pdoe ler sem pobrlmeas..
Itso acnotecce poqrue não lmeos cdaa ltera isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo
A questão é se para percebermos isto teremos primeiro que fazer toda a via sacra da aprendizagem do b-a-bá e da ortografia correcta!!!
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
não seria um ATL?
Na freguesia de Carapeços, Barcelos, não se fala de outra coisa senão do "insólito" achado de um caixão com os restos mortais de um bebé, no cemitério paroquial. O coveiro António Costa, que foi o primeiro a encontrar a urna, diz que se trata de pessoas religiosas. "Quando vi o caixão branco, pensei logo que estava ali um anjinho", contou.- lê-se no DN
rentabilização de espaços
Dezenas de pais tentaram, esta terça-feira, impedir o início das aulas de Actividades de Tempos Livres (ATLs) na casa mortuária dos Marinheiros, em Leiria. O padre de Marrazes reconhece que aquele não é o local ideal mas sublinha que é o melhor que se encontra provisoriamente.- diz a TSF.
Faz lembrar aquela anedota negra (desculpem-me os espíritos mais sensíveis...): "Mãezinha, posso brincar com o avô?", "Sim, meu querido, mas quando eu chamar para jantar, arruma tudo e fecha bem o caixão!"
há pessoas que nos marcam - 2
Nesta rubrica, sem obedecer a qualquer ordem de prioridade ou valor, gostava de relembrar o Professor Nuno Torrado da Silva, que faleceu há dez anos.
Foi pediatra - um grande professor e um grande clínico -, mas além disso, um humanista, combatente político, livre pensador. E um homem culto e bom. Humilde e sério, Rigoroso e exemplar.
Conheci-o melhor quando me convidou para trabalhar na Comissão de Saúde da Criança e do Adolescente, em 1992. Redigi com ele, horas e horas a fio, ao longo de noites sem dormir, o coloquialmente chamado "Relatório Torrado", que definiu os princípios conceptuais e estratégicos da saúde dos grupos etários pediátricos. Algumas conclusões foram implementadas, outras nem tanto, e ainda outras jazem na gaveta do ministro ou dos presidentes das administrações de saúde.
Mas o que quero relembrar do Professor Torrado, para além dos almoços nos cafés ou na Pizza-Hut da Álvares Cabral, onde funcionava a Comissão, são as conversas sobre a vida, sobre o sofrimento, a morte, a música (era um melómano e um grande conhecedor),a poesia, a política, a saúde e a doença, deus ou a sua inexistência, e tantas e tantas outras coisas.
Um dia tive o privilégio de ouvir uma conferência que fez sobre a representação da criança na arte e na pintura mundial - ele próprio era (muito bom) pintor, nos fins de semana (afinal tão escassos) da casa rural que tinha recuperado perto de Mafra.
Foi um pai, para mim. Um mestre.
Que nunca hesitou em partilhar o que sabia e o que sentia. Sem verdades absolutas, mas com um enorme rigor e sinceridade.
"O século XX é o século da criança" - afirmava. Antevia dificuldades mas também muitos sucessos para as crianças do século XXI. Morreu antes de o ver, prematuramente.
Marcou-me. Muito. Mas ainda mais a saúde das crianças portuguesas. Bem haja, meu Querido Amigo!
Foi pediatra - um grande professor e um grande clínico -, mas além disso, um humanista, combatente político, livre pensador. E um homem culto e bom. Humilde e sério, Rigoroso e exemplar.
Conheci-o melhor quando me convidou para trabalhar na Comissão de Saúde da Criança e do Adolescente, em 1992. Redigi com ele, horas e horas a fio, ao longo de noites sem dormir, o coloquialmente chamado "Relatório Torrado", que definiu os princípios conceptuais e estratégicos da saúde dos grupos etários pediátricos. Algumas conclusões foram implementadas, outras nem tanto, e ainda outras jazem na gaveta do ministro ou dos presidentes das administrações de saúde.
Mas o que quero relembrar do Professor Torrado, para além dos almoços nos cafés ou na Pizza-Hut da Álvares Cabral, onde funcionava a Comissão, são as conversas sobre a vida, sobre o sofrimento, a morte, a música (era um melómano e um grande conhecedor),a poesia, a política, a saúde e a doença, deus ou a sua inexistência, e tantas e tantas outras coisas.
Um dia tive o privilégio de ouvir uma conferência que fez sobre a representação da criança na arte e na pintura mundial - ele próprio era (muito bom) pintor, nos fins de semana (afinal tão escassos) da casa rural que tinha recuperado perto de Mafra.
Foi um pai, para mim. Um mestre.
Que nunca hesitou em partilhar o que sabia e o que sentia. Sem verdades absolutas, mas com um enorme rigor e sinceridade.
"O século XX é o século da criança" - afirmava. Antevia dificuldades mas também muitos sucessos para as crianças do século XXI. Morreu antes de o ver, prematuramente.
Marcou-me. Muito. Mas ainda mais a saúde das crianças portuguesas. Bem haja, meu Querido Amigo!
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
adoro mercados...
Uma visita ao mercado.
Uma experiência que repito, sempre que posso, como foi caso recente no Funchal.
Gosto das cores, dos cheiros, da simpatia de alguns vendedores, do seu linguajar, e até das barganhas e das discussões entre eles.
Acho graça aos arremedos macho-latinos e aos jogos de sedução, subjacentes à relação entre os vendedores e os clientes.
Gosto de sentir a Terra e o que ela dá, da forma mais genuína.
E gosto de pensar que nos alimentamos (e portanto vivemos) de coisas tão boas e bonitas.
Ainda bem que somos um dos poucos animais que vê a cores. A partir dos 4 meses, mas (salvo raríssimas excepções) com a gama toda do arco-íris.
Gosto de ir ao mercado. E de explorar os mercados das cidades e vilas onde vou, em Portugal ou no estrangeiro.
É uma experiência que recomendo, e com filhos ainda mais. Eles adoram, as vendedoras derretem-se e é muito melhor do que o forno lento dos centros comerciais.
Já nem falo do gozo que me deu tirar estas fotografias. E não mostrei fotografias dos mercados de peixe, porque este (com o curioso nome de "Mercado dos Lavradores", no Funchal) era só de flores, frutos e legumes. Mas prometo voltar ao assunto, se calhar quando estiver de férias na Praia da Luz, em Julho...
Uma experiência que repito, sempre que posso, como foi caso recente no Funchal.
Gosto das cores, dos cheiros, da simpatia de alguns vendedores, do seu linguajar, e até das barganhas e das discussões entre eles.
Acho graça aos arremedos macho-latinos e aos jogos de sedução, subjacentes à relação entre os vendedores e os clientes.
Gosto de sentir a Terra e o que ela dá, da forma mais genuína.
E gosto de pensar que nos alimentamos (e portanto vivemos) de coisas tão boas e bonitas.
Ainda bem que somos um dos poucos animais que vê a cores. A partir dos 4 meses, mas (salvo raríssimas excepções) com a gama toda do arco-íris.
Gosto de ir ao mercado. E de explorar os mercados das cidades e vilas onde vou, em Portugal ou no estrangeiro.
É uma experiência que recomendo, e com filhos ainda mais. Eles adoram, as vendedoras derretem-se e é muito melhor do que o forno lento dos centros comerciais.
Já nem falo do gozo que me deu tirar estas fotografias. E não mostrei fotografias dos mercados de peixe, porque este (com o curioso nome de "Mercado dos Lavradores", no Funchal) era só de flores, frutos e legumes. Mas prometo voltar ao assunto, se calhar quando estiver de férias na Praia da Luz, em Julho...
domingo, 6 de janeiro de 2008
reis
sábado, 5 de janeiro de 2008
um monstro marinho
No Funchal estava atracado o MSC Musica, sobre o qual não resisto a escrever.
Devo confessar que sempre me fez alguma confusão o facto de um pequeno seixo mergulhar nas águas e um matacão deste tamanho continuar à superfície.
Pois eu sei, Arquimedes, eureka e impulsão, bla-bla-bla, mas continuo sem perceber.
Não sendo um fã de cruzeiros - qualquer vontade de zarpar desaparece ao pensar nos "animadores" que percorrem os decks com o desejo sádico de importunar quem quer exactamente gozar as delícias do cruzeiro -, admito que pode ser uma experiência engraçada, mesmo que a demora nos portos seja sempre, quanto a mim, insuficiente para conhecer o que quer que seja dos locais (mas não é esse se calhar o objectivo essencial dos cruzeiros).
Este "monstro" tem 294 metros de comprimento e 32 de largura! Pesa 92 mil toneladas e alberga 3.100 hóspedes (ai, se a Al Qaeda sabe!) mais quase mil tripulantes.
Além dos vários milhares de quartos, tem minigolf, "n" spas, piscinas, internet, restaurantes de todos os tipos, discotecas, casinos e lojas, tem uma sala de teatro.
Talvez todo este glamour se deva ao facto de a madrinha ter sido Sofia Loren, e o nascimento do navio ter tido lugar em Veneza. Mais precisamente no dia 29 de Junho de 2006.
As duas primeiras fotografias são minhas, as outras "roubadas" ao site da Companhia, porque não pus o pé a bordo, nem para ver o fogo de artifício!
Devo confessar que sempre me fez alguma confusão o facto de um pequeno seixo mergulhar nas águas e um matacão deste tamanho continuar à superfície.
Pois eu sei, Arquimedes, eureka e impulsão, bla-bla-bla, mas continuo sem perceber.
Não sendo um fã de cruzeiros - qualquer vontade de zarpar desaparece ao pensar nos "animadores" que percorrem os decks com o desejo sádico de importunar quem quer exactamente gozar as delícias do cruzeiro -, admito que pode ser uma experiência engraçada, mesmo que a demora nos portos seja sempre, quanto a mim, insuficiente para conhecer o que quer que seja dos locais (mas não é esse se calhar o objectivo essencial dos cruzeiros).
Este "monstro" tem 294 metros de comprimento e 32 de largura! Pesa 92 mil toneladas e alberga 3.100 hóspedes (ai, se a Al Qaeda sabe!) mais quase mil tripulantes.
Além dos vários milhares de quartos, tem minigolf, "n" spas, piscinas, internet, restaurantes de todos os tipos, discotecas, casinos e lojas, tem uma sala de teatro.
Talvez todo este glamour se deva ao facto de a madrinha ter sido Sofia Loren, e o nascimento do navio ter tido lugar em Veneza. Mais precisamente no dia 29 de Junho de 2006.
As duas primeiras fotografias são minhas, as outras "roubadas" ao site da Companhia, porque não pus o pé a bordo, nem para ver o fogo de artifício!
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