quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

se o ridículo matasse

Foi revolucionária, antifascista, membro da ala mais radical das Brigadas Revolucionárias.
A dada altura, depois de passar pela prisão por indiciada em envolvimento no caso das FP25 (terroristas que cometeram crimes de sangue programados e executados a frio), foi absolvida, recuperou a liberdade e passou a exercer endocrinologia no Hospital de Santa Maria.
Resolveu escrever livros. Dedicados principalmente à nutrição e à obesidade, tendo desenvolvido a teoria de que as Barbies, enquanto mulheres fisicamente "impossíveis" (são bonecas, senhora doutora, apenas bonecas...) eram as causadoras de inúmeros casos de anorexia nervosa (o que é capaz de ser um erro científico crasso).

Mas o que é verdadeiramente "revolucionário e de esquerda" nos seus livros, é a forma como Isabel do Carmo assina: Vejam bem: Profª Isabel do Carmo. Já conheciam Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner, Miguel Sousa Tavares ou Miguel Cervantes. Unamuno ou Pearl Buck. Gabriel Garcia Marquéz ou António Lobo Antunes. Mas Profª?

Pensava que só os generais e os padres podiam colocar os seus títulos antes do nome, nos livros. Se assim é, abre-se a excepção à Srª Profª. É caso para dizer: se a má alimentação engorda, o ridículo pode matar.

Ai tão revolucionários que nós somos, ou recuperando uma velha frase salarazenga: "você sabe com quem está a falar?"... com uma Profª, claro. Portanto, juizinho!

10 comentários:

miguel disse...

Mário:

Compreendo-te bem, sim. Nesta entrada e também no teu "sem qualquer tom de azul_ou simplesmente detestável" que tens aí à direita, no teu blogue. As pessoas mudam, com a idade, uma vezes para melhor, outras para pior. Tomara que mudassem sempre para melhor´.É claro que também não gostava da Isabel do Carmo da Luar, das bombas e dessas coisas.
É destas cumplicidades ( a compreensão das razões do outro) que se fazem as amizades. E é por isso que vou sendo teu amigo.

Quanto ao "Dra" do livro, enfim, não terá sido responsabilidade da editora? Ou estou a ser ingénuo?

miguel disse...

E, quanto às FP 25, estive hoje, em mais uma coincidência, a falar com um polícia, à altura elemento das brigadas especiais da PSP, que esteve envolvido, por acaso, no primeiro incidente com operacionais das FP 25. Ele e mais dois colegas foram os verdadeiros pioneiros ( embora por acaso, repito) do processo que levou ao desmantelamento dessa organização.E foi-me contando pormenores curiosos.´
Este polícia, meu conhecido de há muito (mas eu não sabia que era polícia-identificou-se hoje)é, aparentemente, aquilo que designamos por "totó", ou seja, uma pessoa de uma simpatia e simplicidade que pasma. E hoje , além de me dizer coisas também de pasmar informou-me que continua envolvido no combate à criminalidade, sempre que necessário e também me mostrou, subtilmente, o que utiliza para se defender dos que o ameaçam.

E eu pasmo-me com o juízo de valor que faço das pessoas,mais a mais com a idade que tenho.

Mário disse...

É, Miguel.
Não pretendo tecer juízos de valor sobre a pessoa Isabel do Carmo. Passou mal, teve o filho dela e do Carlos Antunes na prisão durante largos meses, não ficou provado que estivesse envolvida materialmente nas FP25.
Nunca fez, quanto a mim, uma crítica suficientemente vigorosa dos actos criminosos e terroristas destas e de outras organizações.
Por outro lado, e desculpada a tua ingenuidade, o título de "Profª" que aparece em todos os livros dela, obviamente que tem a anuência e cumplicidade (se não mesmo a escolha) dela. E é triste. Porque não sei se representa uma arrogância de ser "professora", ou pretender dizer que "atenção, povo, esta é a Profª, não é a Isabel do carmo que vocês acham que andava a pôr bombas"... se for esta opção, preferia que assinasse com pesudónimo, mesmo que na contracapa dissesse quem era, como a Maria Roma, que no seu primeiro romance escrevia, na contracapa: "Maria Roma é o pesudónimo de Maria José Freitas do Amaral"...
Se o ridículo matasse... repito!

Anónimo disse...

PROF DRª???
FAZ PARTE DO NOME?
Eu sou Maria Leonor Reino. Foi este o nome que os meus pais me deram, e nem nos cheques quero o DR!
Para mim isto é falta de auto-estima. Quem se comporta como um verdadeiro PROFESSOR, não necessita de o colocar no nome!
Nunca o vi, a SI, CARO Prof. DRº, assinar como tal, nem nos livros que escreve, nem nos mails trocados entre amigos, conhecidos e pais de crianças de quem é pediatra.
Deixe-me que lhe diga: Isto é que é ser DOUTOR!

Anónimo disse...

Achei muito interessante esta entrada e subscrevo-a na íntegra.

E concordo com o Miguel quando diz que as pessoas mudam com a idade, umas para melhor, outras para pior. Todos têm o direito e devem ter a oportunidade de se regenerarem na vida - muito embora também nunca tenho ouvido da parte da Sr.ª Professora qualquer repúdio público aos acontecimentos revolucionários da época. Branquear o passado sem redenção é insuficiente.

Mas, à parte disto, o que não consigo efectivamente entender é como é que a Sr.ª Professora foi agraciada pelo Sr. ex-Presidente da República Jorge Sampaio com a medalha da Ordem de Mérito, no dia de Portugal, de Camões e das Comunidades. Tais condecorações supõem ser o reconhecimento de um País por acções e comportamentos de pessoas ou instituições. E ainda ninguém me conseguiu explicar quais foram efectivamente as "acções" cometidas por essa senhora para ser agraciada a um tão alto nível ???!!!!!

E eu, uma simples cidadã que contribuo todos os dias para o progresso e desenvolvimento do país, e que nunca matei uma "mosca", não tenho também direito, porquê??.....

Acho mesmo é que vou começar a matar umas "mosquinhas" para ver se ainda recebo alguma coisa!!!!

Unknown disse...

Profª. Drª. ....???? (desculpem-me mas terão que me recordar o seu NOME, pois para poder fixar que a autora destes livros era de facto uma Profª. Drª.... com tantos títulos, acabei por me esquecer do nome da Pessoa em causa: sim porque recuso-me sequer a chamar de "Senhora", à pessoa a quem o "Dr. Mário Cordeiro" se refere, pois penso que ela própria se terá esquecido de quem é (Isabel do Carmo), ao identificar-se apenas com os títulos que a representam, Profª. Drª. Isabel do Carmo.Tal como naqueles anúncios de telvisão em que a música é tão surpreendente e tão forte, que quando a ouvimos, não conseguimos sequer identificar a marca que os representa....!!
Acredito contudo que os colegas da psiquiatria da Drª. Isabel do Carmo, terão certamente um nome adequado a este tipo de patologia (???)....

Anónimo disse...

Bem, vou dar mais uma pedrada no charco neste espaço sobre um estudo sobre alimentação "vegan" acompanhado pela Drª Isabel do Carmo que passo a referir e dou minha própria opinião. Então aqui vai:

Assisti a uma peça na SIC, dia 13-1-2008, sobre uma determinada experiência alimentar durante dois meses com um jovem adulto que se submeteu a uma dieta restritiva, isenta de carne, peixe, ovos e lacticíneos, podendo comer apenas cereais, vegetais, legumes, saladas, frutos e oleaginosas diversas. Nesse periodo fazia análises ao sangue e tudo indicava que estava bem de saúde, porém no final da experiência tinha perdido peso corporal (1,800 Kg) e seus níveis de ferro, zinco e ácido fólico estavam abaixo do normal, pré indicando um estado de anemia. O colesterol porém estava óptimo!

Tudo isto levou a Drª Isabel do Carmo a concluir no seu estudo que uma dieta vegetariana, ou melhor, “vegan” (vegetalina) não é a melhor ou mais completa em termos de nutrição, pois faltam determinados nutrientes que podem levar a problemas de saúde. No entanto, discordo do modo como as coisas foram feitas e levam as pessoas a ficar com uma ideia errada da experiência efectuada, até porque não se pode cingir a um caso sem haver uma verdadeira comprovação cientifica num maior número de pessoas, adiantando eu por experiência própria que é de todo vantajoso uma alimentação isenta de carnes e seus derivados que poderá sempre ser substituida, numa primeira fase, por peixe e ovos, mas reduzindo gradualmente o consumo destes até completa eliminação e passar a uma dieta exclusivamente vegetariana que é muito mais saudável e ecológica em todos os aspectos. Dois meses seriam a fase de transição e não de corte radical de alimentos que durante anos a fio o organismo se habituou. . Doutro modo o corpo ressente-se e muita gente desiste ou não consegue continuar por muito tempo por achar que a dieta vegetariana é pobre e só serve para fazer de vez em quando para ‘desintoxicar’, nada mais. Ledo engano!


O mesmo seria como aplicar a um toxicodependente, alcoólico ou tabagista, o mesmo tipo de experiência, interrompendo abruptamente aquilo que é nocivo ao organismo mas este se habituou também ou se adaptou forçosamente. Tudo depende pois duma certa capacidade de reacção de cada um e por isso fez-se erradamente um estudo que deveria ter sido realizado de forma mais correcta, dando tempo ao organismo para se adaptar a uma dieta sã e natural, isenta de produtos de origem animal que as pessoas consomem diariamente. Até porque as proteinas e vit. B12 que se encontram na carne dos animais, encontra-se também e de melhor qualidade nos alimentos vegetais (soja, seitan, tófu, leguminosas e oleaginosas em geral). É preciso saber comer de forma sã, natural, e não de outra que infelizmente está na origem de tantos problemas de saúde no século actual.

Todos sabemos que o ser humano não é um carnívoro (sua dentição e aparelho digestivo são mais para alimentação vegetal e não animal), mas durante séculos ou milénios se adaptou a alimentos contrários à sua verdadeira condição, sofrendo por isso cada vez mais de doenças diversas que lhe encurtam a vida e o fazem perecer de cancro, diabetes, enfartes do miocárdio, AVC’s, etc., estando de novo a voltar à verdadeira alimentação, tal como já era indicada há muito no próprio Génesis da Criação. (Ver 1:29)

A verdade é que os interesses económicos falam mais alto e a ignorância na população é propositada ou alimentada por conceitos falsos, tal como o demonstra também a Drª Isabel do Carmo que não deveria limitar-se a um estudo isolado com uma pessoa mas sim com dezenas ou centenas numa população de milhares de vegetarianos que existem em Portugal (calcula-se que sejam mais de 100.000), sendo que só nos EUA existem mais de 10 milhões de pessoas que fazem uma alimentação “vegan”, vegetariana ou macrobiótica, e não estão todas anémicas certamente, como eu não estou pelo facto de ser vegetariano há mais de 30 anos. Poderá a própria Drª Isabel do Carmo comprovar isso pelas análises sanguíneas que faço de rotina e o médico familiar diz-me sempre que os resultados estão óptimos, sem carências proteicas, vitamínicas ou minerais, nada tendo a ver com os tais valores que a srª Drª verificou no seu estudo com o jovem adulto inexperiente que passou ‘fome’ e já estava desejando terminar ou libertar-se do seu compromisso, tal como acabou por confessar.

Tudo isto leva-me a concluir que a srª Drª está pretendendo mostrar alguma coisa sem fundamento válido, podendo estar a servir interesses de encomenda de quem se sente ameaçado talvez com a nova vaga de pessoas voltadas para as medicinas alternativas e alimentação de ordem vegetal, reduzindo o consumo de produtos de origem animal. Seria bom que se informasse melhor, não lançando a confusão.

Pausa para reflexão!

Rui Palmela

Anónimo disse...

Parvoíce...

Anónimo disse...

tens toda a razão...

José - uma homenagem paterna disse...

Fazer parte de uma brigada revolucionária, onde se colocavam explosivos,para rebentar com tudo que lhe aparecesse pela frente, mas na palavra de Isabel do Carmo, não havia intensão de matar, não lembra ao mundo dos mortais. Assim e no que me diz respeito aqui saliento, agarrando nas palavras de Isabel do Carmo, acabando eu por ser condenado em Tribunal a uma pena de multa e indemnização, por ter utilizado um suporte mediático da escrita- email, e dito o que me ia na alma, denoto, ao contrário de quem utiliza meios-coersivos de abate, sempre um criminoso do teclado. Passaram 37 da dita revolução dos cravos. Estamos no século XXI e em Portugal o direito à negação é punitiva, coisa e no que julgo, anteriormente "1973" não era crime, porque não havia a ousadia da contrariedade. Neste contexto, verifico que os revolucionários do antes, passaram a heróis, os opositores ao actual sistema, passaram a criminosos.