Vá. Já é de noite.
Percam o medo e saiam nas vossas vassouras.
Bruxas de todo o mundo, unidas vencerão!
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
pelo Tejo, por Lisboa
Podem assinar aqui.
Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...
(...)
Álvaro de Campos
Fotografia: Mário
Outra vez te revejo - Lisboa e Tejo e tudo -,
Transeunte inútil de ti e de mim,
Estrangeiro aqui como em toda a parte,
Casual na vida como na alma,
Fantasma a errar em salas de recordações,
Ao ruído dos ratos e das tábuas que rangem
No castelo maldito de ter que viver...
(...)
Álvaro de Campos
Fotografia: Mário
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
"Luizito, já te tenho dito"...
"Eu, o Principe Dom Pedro de Alcantara Luiz Philippe Maria Gastão Miguel Gabriel Raphael Gonzaga de Orleans e Bragança, tendo maduramente reflectido, resolvi renunciar ao direito que pela Constituição do Imperio do Brazil promulgada a 25 de Março de 1824 me compete à Corôa do mesmo Paiz. Declaro pois que por minha muito livre e espontanea vontade d’elle desisto pela presente e renuncio, não só por mim, como por todos e cada um dos meus descendentes, a todo e qualquer direito que a dita Constituição nos confere á Corôa e Throno Brazileiros, o qual passará ás linhas que se seguirem á minha conforme a ordem de successão estabelecida pelo Art. 117. Perante Deus prometto por mim e meus descendentes manter a presente declaração."
Cannes, 30 de Outubro de 1908.
Há cem anos, havia quem reflectisse maduramente. Havia quem renunciasse a altos cargos e se retirasse da vida pública. Ainda não tinha nascido Pedro Santana Lopes.
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
margaridices
A "escritoríssima" Margarida Rebelo Pinto (que há um par de anos, na Feira do Livro, respondeu a sério à pergunta maliciosa de um jornalista sobre se estava nas suas intenções vir um dia a ganhar o Prémio Nobel), deu uma longa entrevista a um semanário onde declara, entre muitas outras coisas, duas que me impressionaram vivamente: "detesta quem escreve a palavra ´vermelho´, e adora escrever a palavra ´merda´."
Não partilho da primeira opinião de MRP, e terei de concluir que MRP detesta Fernando Pessoa: "Deram-me um cravo vermelho
Para eu ver como é a vida"; Sophia: "Do brilho do mar e do vermelho da maçã erguia-se uma felicidade irrecusável, nua e inteira"; Camões: "peito que o douto Apolo fez, vermelho; ou Eugénio de Andrade: "Também ele vai morrer, o verão. Do verde ao vermelho", entre provavelmente todos os outros poetas e escritores de língua portuuesa.
Agora que ela escreve ´merda´, aí estou cem por cento de acordo!
Não partilho da primeira opinião de MRP, e terei de concluir que MRP detesta Fernando Pessoa: "Deram-me um cravo vermelho
Para eu ver como é a vida"; Sophia: "Do brilho do mar e do vermelho da maçã erguia-se uma felicidade irrecusável, nua e inteira"; Camões: "peito que o douto Apolo fez, vermelho; ou Eugénio de Andrade: "Também ele vai morrer, o verão. Do verde ao vermelho", entre provavelmente todos os outros poetas e escritores de língua portuuesa.
Agora que ela escreve ´merda´, aí estou cem por cento de acordo!
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terça-feira, 28 de outubro de 2008
ai as palavras...
Mãe adoptiva de Esmeralda começa hoje a ser julgada por sequestro
Mau jornalismo - Esmeralda não tem mãe adoptiva. Tem uma mãe biológica, e uma senhora que a foi buscar a um consultório de um dentista na Sertã, e que se recusou a entregá-la ao pai biológico há vários anos, apesar da determinação do Tribunal em contrário.
Esmeralda nunca teve mãe adoptiva, pela simples razão de que nunca foi adoptada.
Teve, sim, também, várias "mamãs" (algumas a roçar a histeria) querendo decidir do seu futuro na praça pública e com cruzadas moralizadoras (e confrangedoras).
Obrigado!
Para todos os que me telefonaram, enviaram SMSs, comentaram no Blogue, mandaram mails ou até cartas ou pombos-correio (cinco, aterraram na minha janela).
Um grande abraço para todos
Com que então caiu na asneira
de fazer anos no Sábado!
Que tolo!
Ainda se os desfizesse...
Mas fazê-los não parece
de quem tem muito miolo!
Não sei quem foi que me disse
que fez a mesma tolice,
aqui o ano passado...
Agora, o que vem, aposto,
como lhe tomou o gosto
e faz o mesmo... Coitado!
Não faça tal; porque os anos
que nos trazem? Desenganos
que fazem a gente velho;
faça outra coisa; que, em suma,
não fazer coisa nenhuma,
também lhe não aconselho.
Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
às vezes por brincadeira,
mas depois, se se habitua,
já não tem vontade sua,
e fá-los, queira ou não queira!
João de Deus
PS: eu gostei de fazer anos. De reunir filhos, netos, nora e genro, e a pessoa amada. Não me importo de me habituar. Assim dure o tempo que durar. Este já ninguém me tira. O resto, virá ou não...
Um grande abraço para todos
Com que então caiu na asneira
de fazer anos no Sábado!
Que tolo!
Ainda se os desfizesse...
Mas fazê-los não parece
de quem tem muito miolo!
Não sei quem foi que me disse
que fez a mesma tolice,
aqui o ano passado...
Agora, o que vem, aposto,
como lhe tomou o gosto
e faz o mesmo... Coitado!
Não faça tal; porque os anos
que nos trazem? Desenganos
que fazem a gente velho;
faça outra coisa; que, em suma,
não fazer coisa nenhuma,
também lhe não aconselho.
Mas anos, não caia nessa!
Olhe que a gente começa
às vezes por brincadeira,
mas depois, se se habitua,
já não tem vontade sua,
e fá-los, queira ou não queira!
João de Deus
PS: eu gostei de fazer anos. De reunir filhos, netos, nora e genro, e a pessoa amada. Não me importo de me habituar. Assim dure o tempo que durar. Este já ninguém me tira. O resto, virá ou não...
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
juízes em causa própria?
Cavaco voltou a vetar o Estatuto dos Açores. Não estou por dentro da Lei nem tenho conhecimentos para a analisar, mas há uma questão, pelo menos, sobre a qual me interrogo: poderá um órgão que vai ser dissolvido, como seria o caso da Assembleia Regional, pronunciar-se de modo decisivo sobre a sua própria dissolução?
Em 1975, um colega meu, que era professor da Faculdade de Letras em Lisboa, era obrigado a dar as notas em paridade com as dos alunos: faziam trabalhos e a nota do professor valia o mesmo do que a dos outros alunos todos. Não sei porquê lembrei-me disto... ou será que sei porquê?!
Em 1975, um colega meu, que era professor da Faculdade de Letras em Lisboa, era obrigado a dar as notas em paridade com as dos alunos: faziam trabalhos e a nota do professor valia o mesmo do que a dos outros alunos todos. Não sei porquê lembrei-me disto... ou será que sei porquê?!
27 de Outubro
Obrigado pela participação na Entrada anterior. A todos, mesmo àqueles que me fizeram ataques pessoais, mas principalmente aos que expuseram razões, confrontaram ideias e originaram debate. Podem continuar, aliás! E um dia destes voltamos ao tema.
Hoje não. Porque hoje quero apenas deixar aqui os meus parabéns a Erasmus de Roterdão, James Cook, Niccolo Paganini, Theodore Roosevelt, Sylvia Plath, Jean-Pierre Cassel, Lula da Silva, Roberto Benigni, Simon Le Bon ou Maria de Lurdes Mutola, entre outros, mortos e vivos, que nasceram neste dia.
Hoje não. Porque hoje quero apenas deixar aqui os meus parabéns a Erasmus de Roterdão, James Cook, Niccolo Paganini, Theodore Roosevelt, Sylvia Plath, Jean-Pierre Cassel, Lula da Silva, Roberto Benigni, Simon Le Bon ou Maria de Lurdes Mutola, entre outros, mortos e vivos, que nasceram neste dia.
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
je déclare!
Aqui fica, para a posteridade, a minha Declaração em como o que interessa é se as escolas são boas ou más, se têm ou não projecto pedagógico sólido, se são seguras, se respeitam a criança enquanto ser em eterna brincadeira, se dão mimo, se não exigem TPCs, e se são inclusas e reflectindo a variedade do ser humano e a realidade externa.
Hoje, neste dia, aqui fica a minha Declaração de que os recreios deveriam ser os intervalos das aulas, e que não devemos fabricar cavalos de corrida para a retoma económica, mas pessoas e cidadãos livres e felizes.
Hoje, neste dia, fica a minha Declaração de que existem escolas públicas excelentes, e que o show-off de algumas privadas, manifestado na marca do carrão do papá ou da camisa do menino, é de uma boçalidade a toda a prova, com largos ganhos financeiros ou com vista a formar elites para a tomada do poder daqui a uns anos. Declaro também ser a favor de um Ensino Laico e plural, onde Deus e as Igrejas fiquem na intimidade e privacidade do lar de cada um. Salvaguardo existirem escolas públicas muito más e escolas privadas excelentes.
Hoje, neste dia (e antes) fica a Declaração de que tudo farei para colocar os meus filhos em escolas públicas, sempre que estas forem perto da residência, boas e "normais" - como o faço desde 1980, aliás -, permitindo passeios a pé, comprar castanhas no senhor Eduardo, perceber porque é que o musgo cresce do lado norte das árvores ou os melros debicam a relva logo depois de chover. Sem TPCs, sem excessivas actividades. E com a brincadeira e o descanso como recompensas de um dia de trabalho e de gozo.
Hoje, neste dia, mesmo lutando contra ventos e marés (ou porventura por isso), sei que estou do lado certo da Justiça, da Educação, e da Saúde Mental das crianças. E quando essas crianças são meus filhos, estarei na linha "mais do que a frente".
E num dia de tão raras certezas, convido-vos a reflectir sobre o assunto.
(reflexões enquanto esperava num corredor cheio de sol, embora quente, do Tribunal de Menores e Família de Lisboa).
Hoje, neste dia, aqui fica a minha Declaração de que os recreios deveriam ser os intervalos das aulas, e que não devemos fabricar cavalos de corrida para a retoma económica, mas pessoas e cidadãos livres e felizes.
Hoje, neste dia, fica a minha Declaração de que existem escolas públicas excelentes, e que o show-off de algumas privadas, manifestado na marca do carrão do papá ou da camisa do menino, é de uma boçalidade a toda a prova, com largos ganhos financeiros ou com vista a formar elites para a tomada do poder daqui a uns anos. Declaro também ser a favor de um Ensino Laico e plural, onde Deus e as Igrejas fiquem na intimidade e privacidade do lar de cada um. Salvaguardo existirem escolas públicas muito más e escolas privadas excelentes.
Hoje, neste dia (e antes) fica a Declaração de que tudo farei para colocar os meus filhos em escolas públicas, sempre que estas forem perto da residência, boas e "normais" - como o faço desde 1980, aliás -, permitindo passeios a pé, comprar castanhas no senhor Eduardo, perceber porque é que o musgo cresce do lado norte das árvores ou os melros debicam a relva logo depois de chover. Sem TPCs, sem excessivas actividades. E com a brincadeira e o descanso como recompensas de um dia de trabalho e de gozo.
Hoje, neste dia, mesmo lutando contra ventos e marés (ou porventura por isso), sei que estou do lado certo da Justiça, da Educação, e da Saúde Mental das crianças. E quando essas crianças são meus filhos, estarei na linha "mais do que a frente".
E num dia de tão raras certezas, convido-vos a reflectir sobre o assunto.
(reflexões enquanto esperava num corredor cheio de sol, embora quente, do Tribunal de Menores e Família de Lisboa).
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Historieta veneziana
Será que alguém sabia
Que o Signor Lucca de Rabia
e o Duque Theo de Manzanares
Se enfrentaram
E lutaram
Num duelo sangrento
Para pedir em casamento
A bela Laura di Stendici
Eram seis e dez em ponto
Quando as armas se voltaram em confronto
E dispararam quase simultaneamente
Lucca morreu com um tiro no peito
Theo ficou agónico, com a bala de Lucca no rim direito
Enquanto isso,
Aquecida pelo belo edredão,
Que ostentava o brasão
dos Manzanares,
Laura fornicava na sua cama
com o irmão de Lucca e primo de Theo,
Enrique de Chirimoya y Olivares
“Ouviste aquele barulho?” – perguntou
Ele inclinou-se, beijou-a e comentou:
“Devem ser Lucca e Theo a discutir quem matou mais narcejas”
“Excitas-me tanto, meu amor, quando gracejas!”
– riu-se a dama.
poesia de Mário Cordeiro
Que o Signor Lucca de Rabia
e o Duque Theo de Manzanares
Se enfrentaram
E lutaram
Num duelo sangrento
Para pedir em casamento
A bela Laura di Stendici
Eram seis e dez em ponto
Quando as armas se voltaram em confronto
E dispararam quase simultaneamente
Lucca morreu com um tiro no peito
Theo ficou agónico, com a bala de Lucca no rim direito
Enquanto isso,
Aquecida pelo belo edredão,
Que ostentava o brasão
dos Manzanares,
Laura fornicava na sua cama
com o irmão de Lucca e primo de Theo,
Enrique de Chirimoya y Olivares
“Ouviste aquele barulho?” – perguntou
Ele inclinou-se, beijou-a e comentou:
“Devem ser Lucca e Theo a discutir quem matou mais narcejas”
“Excitas-me tanto, meu amor, quando gracejas!”
– riu-se a dama.
poesia de Mário Cordeiro
Trafalgar - 200 anos...
Turner - A Batalha de Trafalgar
Dois séculos certinhos. Almirante Nelson - o herói. No dia 21 de Outubro de 1808.
Ingleses contra uma aliança franco-espanhola. Napoleão à espera do resultado.
Quando os 33 navios da aliança bonapártica estavam a sair da costa espanhola, com rumo a Itália, depararam-se com os 27 navios britânicos.
"A Inglaterra só espera que cada homem cumpra o seu dever!" - e apenas em cinco horas 19 barcos espanhóis e franceses foram destruídos, sem perdas materiais para os ingleses mas com a morte ou ferimentos de 1500 marinheiros. Quando as coisas estavam no seu auge, Nelson foi atingido no tórax e morreu em 30 minutos. "Morro satisfeito. Graças a Deus cumpri o meu dever!". E graças ao Almirante (aqui para nós, ligeiramente obcecado com a noção de "dever"), Napoleão ficou sem meios para invadir Inglaterra.
Em Trafalgar Square, lá está a enorme coluna com a estátua de Nelson. E os lagos onde, na passagem do ano ou em dia de vitória da selecção inglesa, os londrinos mergulham, curtem bebedeiras e dão largas à alegria.
PS: e a Maria Albertina, se tivesse outro filho, chamava-lhe Nelson!
há 30 anos...
Há 30 anos iniciava o papado Karol Józef Wojtyła, polaco, que adoptou o nome de Johannes Paulus PP. II, tornando-se o primeiro papa não-italiano em 455 anos.
Teve o terceiro papado mais longo da história do catolicismo (26 anos), tendo escrito 24 encíclicas.
Personagem enigmática e até contraditória (e necessariamente polémica). Viajou como ninguém (104 viagens), teve actos de um conservadorismo inconcebível, dando poder à Opus Dei e a outras prelaturas marcadamente reaccionárias, mas ao mesmo tempo foi ecuménico e um defensor da paz (será engraçado rever a sua posição quando da primeira guerra do Iraque).
Era um amante de teatro, de música popular e de literatura, tendo tido um papel muito activo na resistência aos nazis. Guarda-redes da equipa do Wadowice e praticante de halterofilismo, a forte compleição física terá evitado a sua morte, quando do atentado no Vaticano por Ali Ağca.
Após João Paulo I, acerca de quem fiz uma Entrada há dias, o papado do seu sucessor tinha de ser controverso. Pessoalmente, acho uma personagem intrigante, e o meu sentir, em relação a ele, oscila muito. Se a história dos segredos de Fátima me causam náusea, por outro, a atitude corajosa em nome da paz são de admirar. Mas depois abençoa a construção de uma réplica da Basílica de São Pedro no coração de África, a mesma África em que apregoa o "pecado" que é o uso do preservativo, em plena epidemia de HIV, ao mesmo tempo que consegue contribuir, fortemente, para o derrube da ditadura soviética, apesar de revelar alguma amizade por Fidel Castro. Provavelmente, é o testemunho de que ninguém é isento de críticas ou de elogios.
No cômputo geral, e é minha estrita opinião pessoal, acho que poderia ter sido bastante melhor. Mas o que é que se deseja de um papa? Se é um chefe de uma Igreja, é uma coisa, se é um Chefe de Estado, é outra, se é uma figura influente na ordem internacional, será uma terceira. E por vezes há conflitos de interesses...
Teve o terceiro papado mais longo da história do catolicismo (26 anos), tendo escrito 24 encíclicas.
Personagem enigmática e até contraditória (e necessariamente polémica). Viajou como ninguém (104 viagens), teve actos de um conservadorismo inconcebível, dando poder à Opus Dei e a outras prelaturas marcadamente reaccionárias, mas ao mesmo tempo foi ecuménico e um defensor da paz (será engraçado rever a sua posição quando da primeira guerra do Iraque).
Era um amante de teatro, de música popular e de literatura, tendo tido um papel muito activo na resistência aos nazis. Guarda-redes da equipa do Wadowice e praticante de halterofilismo, a forte compleição física terá evitado a sua morte, quando do atentado no Vaticano por Ali Ağca.
Após João Paulo I, acerca de quem fiz uma Entrada há dias, o papado do seu sucessor tinha de ser controverso. Pessoalmente, acho uma personagem intrigante, e o meu sentir, em relação a ele, oscila muito. Se a história dos segredos de Fátima me causam náusea, por outro, a atitude corajosa em nome da paz são de admirar. Mas depois abençoa a construção de uma réplica da Basílica de São Pedro no coração de África, a mesma África em que apregoa o "pecado" que é o uso do preservativo, em plena epidemia de HIV, ao mesmo tempo que consegue contribuir, fortemente, para o derrube da ditadura soviética, apesar de revelar alguma amizade por Fidel Castro. Provavelmente, é o testemunho de que ninguém é isento de críticas ou de elogios.
No cômputo geral, e é minha estrita opinião pessoal, acho que poderia ter sido bastante melhor. Mas o que é que se deseja de um papa? Se é um chefe de uma Igreja, é uma coisa, se é um Chefe de Estado, é outra, se é uma figura influente na ordem internacional, será uma terceira. E por vezes há conflitos de interesses...
terça-feira, 21 de outubro de 2008
traz outro amigo também...
Um blogue de um jovem adolescente que gosta de música.
Nada como incursões em campos menos conhecidos (pelo menos para mim).
Nada mais atraente do que The dark side of the Moon".
Nada como incursões em campos menos conhecidos (pelo menos para mim).
Nada mais atraente do que The dark side of the Moon".
consta que ainda dentro da barriga da mãe...
Salazar também lutou pela democracia e liberdade, na faculdade
Enquanto professor na Universidade de Coimbra, Salazar foi processado e suspenso por fazer política em prol da monarquia nas salas de aula. Defendeu-se elogiando a "liberdade de expressão" e a democracia como "conquista legítima".
JN on-line
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merda para o dono!
NOTA PRÉVIA: a frase que dá o título a esta Entrada é antiga, e diz-se a quem, insistentemente, apregoa sobre alguma coisa: "é meu, é meu!".
Falamos muito das pessoas que cospem no pavimento, nas que não separam o lixo ou atiram papéis pela janela do carro.
Mas que dizer dos porcalhões - não os cães, coitados - mas dos donos dos cães que deixam os seus animais fazer as necessidades onde quer que seja.
Pessoalmente, sou a favor de uma postura municipal que seja de uma intransigência feroz. João Soares tentou, com a campanha "Presentes do seu cão? Não, obrigado!". O resultado foi quase nenhum, porque muitos donos se estão nas tintas.
Vejo diariamente, no local onde resido. Os meus filhos incomodam-se e têm receio de ir brincar para a praceta ou para o relvado.
Respingamos com as pessoas, mas as respostas são sempre de sobranceria e quase ofensa. E os cães lá continuam a cagar a via pública com total impunidade dos seus queridos donos. Que diriam eles se eu pusesse os meus filhos a fazer as necessidades no passeio? Os riscos para a Saúde Pública eram, por acaso, até bastante menores.
Se eu fosse presidente da Câmara, juro que punha coimas elevadas, e nem que fosse através do ADN da caca do cão haveria de chegar ao dono e aplicá-las.
É caso para dizer. "Merda para o dono!".
Fotografias: MC
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
dois finais a 20 de Outubro
1935
Mao-Zedong terminava a Grande Marcha
Iniciada 368 dias antes, para escapar das tropas nacionalistas de Chiank-Kai-Shek, a Grande Marcha terminou junto à Muralha da China, com 4.000 dos iniciais 100.000 homens e mulheres que a formaram. Foram percorridos perto de dez mil quilómetros, duas vezes a distância entre Nova Iorque e São Francisco, ou mais do que de Lisboa à Nova Zelândia pelo centro da Terra.
Sujeitos a bombardeamentos, fome, disciplina interna e cansaço, os sobreviventes foram acolhidos por cinco metralhadoras e cavaleiros com bandeiras vermelhas: "Bem vindo, Presidente Mao. Estávamos à sua espera ansiosamente. Está em Shensi. Estamos à sua disposição". O resto é sabido...
1965
A Volvo terminava a produção de um dos seus mais famosos emblemas - o PV 544.
O automóvel que permitiu a universalização da Volvo, com uma excelente relação preço/qualidade - simultaneamente carro de rallies e carro de cidade -, chegava ao fim. Coube ao engenheiro de testes Nils Wickstrom, na presença dos fundadores da Volvo, conduzir os últimos exemplares para fora da fábrica, em Lund, na Suécia.
O Volvo PV 544 terminava a sua Longa Marcha, que o levou aos cinco continentes e bateu, na altura, recordes de fabrico. Ao contrário de Mao, chegou ao último dia com bastante mais efectivos do que tinha começado - venderam-se 440.000 nos seus oito anos de produção. Ainda me recordo de ter andado num...
Mao-Zedong terminava a Grande Marcha
Iniciada 368 dias antes, para escapar das tropas nacionalistas de Chiank-Kai-Shek, a Grande Marcha terminou junto à Muralha da China, com 4.000 dos iniciais 100.000 homens e mulheres que a formaram. Foram percorridos perto de dez mil quilómetros, duas vezes a distância entre Nova Iorque e São Francisco, ou mais do que de Lisboa à Nova Zelândia pelo centro da Terra.
Sujeitos a bombardeamentos, fome, disciplina interna e cansaço, os sobreviventes foram acolhidos por cinco metralhadoras e cavaleiros com bandeiras vermelhas: "Bem vindo, Presidente Mao. Estávamos à sua espera ansiosamente. Está em Shensi. Estamos à sua disposição". O resto é sabido...
1965
A Volvo terminava a produção de um dos seus mais famosos emblemas - o PV 544.
O automóvel que permitiu a universalização da Volvo, com uma excelente relação preço/qualidade - simultaneamente carro de rallies e carro de cidade -, chegava ao fim. Coube ao engenheiro de testes Nils Wickstrom, na presença dos fundadores da Volvo, conduzir os últimos exemplares para fora da fábrica, em Lund, na Suécia.
O Volvo PV 544 terminava a sua Longa Marcha, que o levou aos cinco continentes e bateu, na altura, recordes de fabrico. Ao contrário de Mao, chegou ao último dia com bastante mais efectivos do que tinha começado - venderam-se 440.000 nos seus oito anos de produção. Ainda me recordo de ter andado num...
Moral da História: Mao Zedong, num Volvo PV 544, a 120 km/h (a velocidade máxima a que rodava) teria feito o seu percurso em cerca de 83 horas...
Há pessoas que são. Apenas isso. São. Nos tempos de verbos transitivos, ainda conseguem conjugar o verbo ser na sua essência. Ser. Estar.
A Mirita era uma delas. E, no momento em que parte, fica um sorriso. Uma graça. Um miminho. Um doce feito em casa. Um pão daqueles que dura a semana toda. Uma coscuvilhice (quadrilhice). Um desabafo. Um beijinho quase repenicado. Um afecto.
Um dia tinha de ser, não era? A vida não é eterna, por mais que desejemos. Estará ao lado do seu Augusto, que tinha sempre uma anedota debaixo da manga para me contar quando lhe ia medir a tensão. Tantos anos! E um bolo de festa. E uma notícia. E um mimo.
Até sempre!
A Mirita era uma delas. E, no momento em que parte, fica um sorriso. Uma graça. Um miminho. Um doce feito em casa. Um pão daqueles que dura a semana toda. Uma coscuvilhice (quadrilhice). Um desabafo. Um beijinho quase repenicado. Um afecto.
Um dia tinha de ser, não era? A vida não é eterna, por mais que desejemos. Estará ao lado do seu Augusto, que tinha sempre uma anedota debaixo da manga para me contar quando lhe ia medir a tensão. Tantos anos! E um bolo de festa. E uma notícia. E um mimo.
Até sempre!
trabalhar para ocupar ou para preocupar?
Portugal é o quarto país onde menos se trabalha
Portugal é dos países com menos horas efectivas de trabalho por semana, de acordo com um estudo da Eurofound. A população empregada do país trabalha menos 1,2 horas do que a média e menos 2,9 do que nos países mais laboriosos.
JN on-line
Estas estatísticas deixam-me sempre com pele de galinha. Porque, em termos epidemiológicos, fazem-me farnicoques. Depois porque não dizem nada sobre nada. Mas podem levar a pensar muito sobre muito - é esse o seu verdadeiro (mas encapotado) perigo!
domingo, 19 de outubro de 2008
"por quem os sinos dobram? Dobram por todos nós".
A propósito da Entrada de hoje de manhã, e dos comentários - espero que surjam mais -, aqui ficam duas sugestões: Hemingway e Hugh Thomas.
Um dia, no dia 28 de setembro de 1974, um pseudo-primo meu afirmou que o que Portugal precisava era de uma guerra civil que, de uma vez por todas, resolvesse a questão política subjacente.
A minha Mãe passou-se. E ele ouvi-as, das boas e das bonitas. Todas as guerras são horrendas, mas as guerras civis ainda conseguem ser piores, porque são fratricidas, e entre irmãos os sentimentos são sempre extremos, num ou no outro sentido.
Como escreveu Hemingway, "numa Guerra Civil, os sinos dobram por todos nós, nunca apenas por alguns".
Um dia, no dia 28 de setembro de 1974, um pseudo-primo meu afirmou que o que Portugal precisava era de uma guerra civil que, de uma vez por todas, resolvesse a questão política subjacente.
A minha Mãe passou-se. E ele ouvi-as, das boas e das bonitas. Todas as guerras são horrendas, mas as guerras civis ainda conseguem ser piores, porque são fratricidas, e entre irmãos os sentimentos são sempre extremos, num ou no outro sentido.
Como escreveu Hemingway, "numa Guerra Civil, os sinos dobram por todos nós, nunca apenas por alguns".
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hugh thomas
não consigo descortinar...
Curiosamente nasceu um dia antes de mim. Admirei-o e admiro-o. Corajoso, lutador, sem medo.
Lutou contra a ETA, e muito do que representam vitórias sobre este movimento terrorista devem-se a ele. Fez (e bem) a vida negra a Pinochet, mostrando que, lá por se ser velhinho, não se fica santo quando se doi um ditador sanguinolento e assassino.
Mas agora, o Juíz Baltazar Garzón exagerou. Ir "recuperar" a Guerra Civil de Espanha, assacar culpas a franquistas (quando sabemos que houve, dos dois lados, massacres e ignomínias), analisar os restos mortais de Llorca é, para lá de inútil, abrir uma caixa de Pandora.
As feridas da Guerra de Espanha conseguiram sarar, num prazo curto de tempo. Os espanhóis vivem em democracia e têm outras ameaças. Ir ressuscitar ódios e chagas, é não deixar os lutos em paz, sem que disso resulte qualquer benefício, Um espanhol com 18 anos, no último ano da Guerra, terá agora 90 anos.
Não consigo descortinar qualquer motivo, a não ser ânsia de protagonismo de Garzón. Espero que não. Que esteja enganado. Eu...
Lutou contra a ETA, e muito do que representam vitórias sobre este movimento terrorista devem-se a ele. Fez (e bem) a vida negra a Pinochet, mostrando que, lá por se ser velhinho, não se fica santo quando se doi um ditador sanguinolento e assassino.
Mas agora, o Juíz Baltazar Garzón exagerou. Ir "recuperar" a Guerra Civil de Espanha, assacar culpas a franquistas (quando sabemos que houve, dos dois lados, massacres e ignomínias), analisar os restos mortais de Llorca é, para lá de inútil, abrir uma caixa de Pandora.
As feridas da Guerra de Espanha conseguiram sarar, num prazo curto de tempo. Os espanhóis vivem em democracia e têm outras ameaças. Ir ressuscitar ódios e chagas, é não deixar os lutos em paz, sem que disso resulte qualquer benefício, Um espanhol com 18 anos, no último ano da Guerra, terá agora 90 anos.
Não consigo descortinar qualquer motivo, a não ser ânsia de protagonismo de Garzón. Espero que não. Que esteja enganado. Eu...
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
teria hoje feito anos. Parabéns!
Albino Luciani. Nasceu a 17 de Outubro e teria, agora, 96 anos. Se não tivesse morrido. Se não o tivessem assassinado? Dizem que Deus sabe, mas também dizem que Deus, ou alguém em nome d´Ele, se encarregou do serviço.
Trinta e três dias (número simbólico) chegaram para a revolução. O ano dos três Papas. O reinado pontifício mais curto da História. O Papa que era fã de Pinóquio, que teve como tese de doutoramento "A origem da alma", que dava consecutivos exemplos de humildade e de recusa dos favores e símbolos "exteriores de riqueza" da Igreja Católica, terminou os seus dias misteriosamente, não se sabendo ainda porque morreu.
Aquele que, para Madre Teresa de Calcutá foi um dos raros "raios de luz vindos de Deus", exclamou, ao saber-se eleito: "Que Deus vos perdoe!".
"Humanizar o papado" - foi o seu primeiro objectivo. E recusou usar a coroa e a tiara papal, porque considerou a sua missão como devendo ser um exemplo de humildade. O seu primeiro press-release, aliás, chamava-se "Humilitas".
Apesar de curto, no seu pontificado ainda conseguiu reunir uma conferência para discutir o problema da sobre-população no Terceiro Mundo, um tabu para uma Igreja que fazia (faz!) da anti-concepção um pecado, e pretendia prolongar o trabalho de João XXIII sobre o ecumenismo e o espírito liberal do Concílio Vaticano II.
Outras iniciativas foram dar aos países pobres uma percentagem do que as Igrejas dos países ricos recebessem, e receber o ditador argentino Jorge Videla para lhe lembrar a necessidade de respeito pelos direitos humanos e re-afirmar que era contra a "Guerra Suja" da ditadura sul-americana (que dirão aqueles que hoje se recusam a receber o Dalai Lama, em Portugal, e lambem as botas aos dirigentes chineses?).
Em Setembro de 1978 foi encontrado morto, sentado na cama. Autópsia? Não foi feita. Estava a escrever. O quê? Nunca se soube. Os documentos desapareceram.
Mas deixou apontamentos e escritos sobre Cristo e sobre o Rei David. Sobre Maria Teresa de Áustria e sobre Fígaro, do Barbeiro de Sevilha. Sobre Mark Twain e Charles Dickens.
Era ele ou a Igreja, no que esta tem de mais reaccionário e conservador. Não podia sobreviver. Envenenamento? Enfarte? O crime, a haver, prescreveu. Deus safou-se desta. Até quando?
Trinta e três dias (número simbólico) chegaram para a revolução. O ano dos três Papas. O reinado pontifício mais curto da História. O Papa que era fã de Pinóquio, que teve como tese de doutoramento "A origem da alma", que dava consecutivos exemplos de humildade e de recusa dos favores e símbolos "exteriores de riqueza" da Igreja Católica, terminou os seus dias misteriosamente, não se sabendo ainda porque morreu.
Aquele que, para Madre Teresa de Calcutá foi um dos raros "raios de luz vindos de Deus", exclamou, ao saber-se eleito: "Que Deus vos perdoe!".
"Humanizar o papado" - foi o seu primeiro objectivo. E recusou usar a coroa e a tiara papal, porque considerou a sua missão como devendo ser um exemplo de humildade. O seu primeiro press-release, aliás, chamava-se "Humilitas".
Apesar de curto, no seu pontificado ainda conseguiu reunir uma conferência para discutir o problema da sobre-população no Terceiro Mundo, um tabu para uma Igreja que fazia (faz!) da anti-concepção um pecado, e pretendia prolongar o trabalho de João XXIII sobre o ecumenismo e o espírito liberal do Concílio Vaticano II.
Outras iniciativas foram dar aos países pobres uma percentagem do que as Igrejas dos países ricos recebessem, e receber o ditador argentino Jorge Videla para lhe lembrar a necessidade de respeito pelos direitos humanos e re-afirmar que era contra a "Guerra Suja" da ditadura sul-americana (que dirão aqueles que hoje se recusam a receber o Dalai Lama, em Portugal, e lambem as botas aos dirigentes chineses?).
Em Setembro de 1978 foi encontrado morto, sentado na cama. Autópsia? Não foi feita. Estava a escrever. O quê? Nunca se soube. Os documentos desapareceram.
Mas deixou apontamentos e escritos sobre Cristo e sobre o Rei David. Sobre Maria Teresa de Áustria e sobre Fígaro, do Barbeiro de Sevilha. Sobre Mark Twain e Charles Dickens.
Era ele ou a Igreja, no que esta tem de mais reaccionário e conservador. Não podia sobreviver. Envenenamento? Enfarte? O crime, a haver, prescreveu. Deus safou-se desta. Até quando?
que tal experimentar a autofagia?
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
um ano!
Fazemos um ano. Com 387 entradas, 17.500 visitas e muitos comentários.
E a sensação de que o blogue adicionou, quanto mais não seja, um grão de areia no edifício cósmico.
A "blogar" desde Fevereiro de 2003 (por sugestão do meu filho Pedro, num fim de semana em que veio de Madrid a falar destas coisas que ninguém sabia o que significavam), já me sinto um geronte da blogosfera, mas é divertido e entusiasmante assistir à evolução da linguagem e da lógica dos blogues. E à minha própria evolução, enquanto blogmaster de blogues com objectivos e finalidades tão diversas.
Depois do "Blógica da Batata", do "Arre-Burro" (que conseguiu ser um dos dez blogues mais antigos de Portugal e estar entre os cem mais vistos, entre vários milhares, apesar de cuidar apenas de uma pequena associação de praia) e do "Baleal-o Blogue" - o primeiro em banho-de-maria, os outros devidamente mortos e sepultados -, há 366 dias que "mexe" o Espaço.
E, assim, pretendo continuar, ao sabor das ondas, das marés e do pio das gaivotas, pelo menos enquanto sentir que há alguém que me ouve (neste caso lê e vê), mesmo que "na mais longínqua estrela da mais longínqua galáxia", para utilizar a linguagem do meu filho Eduardo.
Continuem a viagem no Espaço Azul! Abraços e obrigado por tudo. "Morrerei mais feliz" - diz-se, mas pessoalmente viverei ainda mais feliz, que não tenho pressa de morrer...
PS. ainda mais com cinco filhos, dois netos e uma pessoa amada.
Mário
E a sensação de que o blogue adicionou, quanto mais não seja, um grão de areia no edifício cósmico.
A "blogar" desde Fevereiro de 2003 (por sugestão do meu filho Pedro, num fim de semana em que veio de Madrid a falar destas coisas que ninguém sabia o que significavam), já me sinto um geronte da blogosfera, mas é divertido e entusiasmante assistir à evolução da linguagem e da lógica dos blogues. E à minha própria evolução, enquanto blogmaster de blogues com objectivos e finalidades tão diversas.
Depois do "Blógica da Batata", do "Arre-Burro" (que conseguiu ser um dos dez blogues mais antigos de Portugal e estar entre os cem mais vistos, entre vários milhares, apesar de cuidar apenas de uma pequena associação de praia) e do "Baleal-o Blogue" - o primeiro em banho-de-maria, os outros devidamente mortos e sepultados -, há 366 dias que "mexe" o Espaço.
E, assim, pretendo continuar, ao sabor das ondas, das marés e do pio das gaivotas, pelo menos enquanto sentir que há alguém que me ouve (neste caso lê e vê), mesmo que "na mais longínqua estrela da mais longínqua galáxia", para utilizar a linguagem do meu filho Eduardo.
Continuem a viagem no Espaço Azul! Abraços e obrigado por tudo. "Morrerei mais feliz" - diz-se, mas pessoalmente viverei ainda mais feliz, que não tenho pressa de morrer...
PS. ainda mais com cinco filhos, dois netos e uma pessoa amada.
Mário
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
percursos de vida
Pierre Laval e Margaretha Geertruida Zelle. O que têm em comum estas duas personagens?
Uma primeira coisa: ambas morreram a 15 de Outubro. Mas milhões de pessoas, por esse mundo fora, ao longo dos séculos, morreram nesse dia. Hoje mesmo, em Portugal, morrerão cerca de 300.
Porquê o interesse por estas duas pessoas?
Outra coisa comum: ambas foram executadas. Já reduz o espectro e aproxima mais estas duas personagens.
Ainda outra: ambas foram fuziladas em França.
E mais outra. Ambas foram executados devido às Guerras Mundiais do século XX – a I, no primeiro caso, a II, no outro.
Mas mais ainda: ambas foram executadas por alta traição.
Pierre Laval foi o dirigente fantoche do Governo de Vichi, na França ocupada pelos nazis. Era um deputado e senador pacifista que, nos anos trinta, fez uma súbita viragem à direita (acontece!), tendo sido ministro dos negócios estrangeiros e primieor-ministro duas vezes. Anti-comunista primário, denunciou o pacto com a União Soviética e alinhou a França com a Itália fascista. Sendo contra a declaração de guerra da França à Alemanha e encorajou a capitulação, sendo depois ministro de Estado do General Pétain. Depois de ter posto este na sombra, Laval tornou-se o braço direito de Hitler em França. Fugiu para a Alemanha na hora da Libertação, depois para Espanha, de onde foi expulso, procurou refúgio na Áustria e acabou por se render aos americanos, tendo sido julgado, e fuzilado a 15 de Outubro de 1945.
Margaretha Geertruida Zelle era holandesa e chegou a Paris em 1905, sendo uma dançarina de estilo exótico, numa versão sofisiticada de streap-tease. Depois de umas tournées pela Europa, adoptou o nome de Mata Hari (que, em malaio, que dizer “o olho do dia”). O seu catálogo de amantes incluíu altas individualidades francesas, designadamente militares. Em Fevereiro de 1917 foi detida por “espionagem”, e acusada de ter fornecido aos alemães pormenores sobre a nova arma dos Aliados: o tanque.
Considerada culpada de alta traição, foi fuzilada em Outubro desse ano, tendo ficado para a História o facto de ter recusado a venda com que se tapa os olhos dos sentenciados.
Há quem diga que, ao contrário de Laval que foi um peão de brega dos nazis, Mata Hari só cometeu um crime: ter conseguido, através do poder da sua sedução, mostrado a fraqueza dos chefes militares franceses. O destino, esse foi o mesmo...
Uma primeira coisa: ambas morreram a 15 de Outubro. Mas milhões de pessoas, por esse mundo fora, ao longo dos séculos, morreram nesse dia. Hoje mesmo, em Portugal, morrerão cerca de 300.
Porquê o interesse por estas duas pessoas?
Outra coisa comum: ambas foram executadas. Já reduz o espectro e aproxima mais estas duas personagens.
Ainda outra: ambas foram fuziladas em França.
E mais outra. Ambas foram executados devido às Guerras Mundiais do século XX – a I, no primeiro caso, a II, no outro.
Mas mais ainda: ambas foram executadas por alta traição.
Pierre Laval foi o dirigente fantoche do Governo de Vichi, na França ocupada pelos nazis. Era um deputado e senador pacifista que, nos anos trinta, fez uma súbita viragem à direita (acontece!), tendo sido ministro dos negócios estrangeiros e primieor-ministro duas vezes. Anti-comunista primário, denunciou o pacto com a União Soviética e alinhou a França com a Itália fascista. Sendo contra a declaração de guerra da França à Alemanha e encorajou a capitulação, sendo depois ministro de Estado do General Pétain. Depois de ter posto este na sombra, Laval tornou-se o braço direito de Hitler em França. Fugiu para a Alemanha na hora da Libertação, depois para Espanha, de onde foi expulso, procurou refúgio na Áustria e acabou por se render aos americanos, tendo sido julgado, e fuzilado a 15 de Outubro de 1945.
Margaretha Geertruida Zelle era holandesa e chegou a Paris em 1905, sendo uma dançarina de estilo exótico, numa versão sofisiticada de streap-tease. Depois de umas tournées pela Europa, adoptou o nome de Mata Hari (que, em malaio, que dizer “o olho do dia”). O seu catálogo de amantes incluíu altas individualidades francesas, designadamente militares. Em Fevereiro de 1917 foi detida por “espionagem”, e acusada de ter fornecido aos alemães pormenores sobre a nova arma dos Aliados: o tanque.
Considerada culpada de alta traição, foi fuzilada em Outubro desse ano, tendo ficado para a História o facto de ter recusado a venda com que se tapa os olhos dos sentenciados.
Há quem diga que, ao contrário de Laval que foi um peão de brega dos nazis, Mata Hari só cometeu um crime: ter conseguido, através do poder da sua sedução, mostrado a fraqueza dos chefes militares franceses. O destino, esse foi o mesmo...
já que se falou ontem de fraldas
Antes de 1961, as opções não eram muitas: só havia fraldas de pano (algodão) as quais, em média, podiam ser utilizadas entre 50 a 100 vezes.
Mas as “descartáveis”, primeiro apenas de papel, depois incluindo já a parte plástica e materiais super-absorventes só verdadeiramente começaram a ser usadas nas duas últimas décadas.
Se as fraldas de algodão têm problemas, não apenas práticas para os pais mas de infecção nos infantários (20 vezes mais), além de poluirem e contribuirem para os problemas ecológicos decorrentes da cultura do algodão, as descartáveis causam menos problemas ao bebé ("rabo assado") mas infectam mais os lençóis de água freáticos e demoram muito tempo a biodegradar-se. O uso de "fraldões" está a desenvolver-se em muitos países.
E aqui ficam alguns dados, para vosso gozo:
Quantas fraldas usa, em média um bebé até aprender a usar o bacio?
- cerca de 5.000
Quantas fraldas é possível fazer a partir de uma só árvore?
- cerca de mil
Quantas fraldas serão necessárias, por ano, para a população infantil portuguesa?
- cerca de seiscentos milhões por ano (um número assim: 600.000.000)
Quantas árvores é preciso cortar para tal?
- cerca de seiscentas mil. Só cada criança "gastará" cinco árvores!
Quantos anos leva uma dessas árvores (abetos) a crescer?
- cerca de 75 anos. Cada criança “gastará” assim 375 anos de árvores – mais de cem anos por cada ano de uso.
Quanto custa a um bebé (ou aos pais!) o uso?
- 1500€... ou seja, 1,5€ por dia
E quanto é que isto envolve, no País, por ano, em termos de negócio?
- cerca de 200 milhões de euros
Mas as “descartáveis”, primeiro apenas de papel, depois incluindo já a parte plástica e materiais super-absorventes só verdadeiramente começaram a ser usadas nas duas últimas décadas.
Se as fraldas de algodão têm problemas, não apenas práticas para os pais mas de infecção nos infantários (20 vezes mais), além de poluirem e contribuirem para os problemas ecológicos decorrentes da cultura do algodão, as descartáveis causam menos problemas ao bebé ("rabo assado") mas infectam mais os lençóis de água freáticos e demoram muito tempo a biodegradar-se. O uso de "fraldões" está a desenvolver-se em muitos países.
E aqui ficam alguns dados, para vosso gozo:
Quantas fraldas usa, em média um bebé até aprender a usar o bacio?
- cerca de 5.000
Quantas fraldas é possível fazer a partir de uma só árvore?
- cerca de mil
Quantas fraldas serão necessárias, por ano, para a população infantil portuguesa?
- cerca de seiscentos milhões por ano (um número assim: 600.000.000)
Quantas árvores é preciso cortar para tal?
- cerca de seiscentas mil. Só cada criança "gastará" cinco árvores!
Quantos anos leva uma dessas árvores (abetos) a crescer?
- cerca de 75 anos. Cada criança “gastará” assim 375 anos de árvores – mais de cem anos por cada ano de uso.
Quanto custa a um bebé (ou aos pais!) o uso?
- 1500€... ou seja, 1,5€ por dia
E quanto é que isto envolve, no País, por ano, em termos de negócio?
- cerca de 200 milhões de euros
terça-feira, 14 de outubro de 2008
and the winner is...
A votação resultou nisto: a vencedora do concurso de Fadas Winx foi a Flora, com dois votos.
O combate foi renhido e o pai teve de intervir com voto de desempate (daí os dois votos, porque duas outras concorrentes tiveram um voto cada). Privilégios hierárquicos... um dia destes mostro as outras candidatas.
finalmente!
Uma boa notícia... quinze anos depois da proposta inicial. Não é mau! Antes tarde do que nunca.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
é realmente Outono...
O Outono chegou. E é oficial.
O Senhor Eduardo está de volta!
Comprámos as primeiras castanhas.
Estavam uma delícia. "Tive de esperar" - explicou - "porque os fornecedores misturam, nestas primeiras levas, castanha da boa com outra menos boa. E os meus clientes não merecem um mau serviço." - além de simpático é um profissional.
E as castanhas são "do outro mundo".
O Senhor Eduardo está de volta!
Comprámos as primeiras castanhas.
Estavam uma delícia. "Tive de esperar" - explicou - "porque os fornecedores misturam, nestas primeiras levas, castanha da boa com outra menos boa. E os meus clientes não merecem um mau serviço." - além de simpático é um profissional.
E as castanhas são "do outro mundo".
não resisti...
Hoje é Dia da Prevenção Rodoviária, especialmente dedicada ao transporte seguro de crianças nos automóveis, quer particulares, quer colectivos.
Desculpem a imodéstia, protagonismo, narcisismo, o que quiserem. E pecado confessado, está à partida perdoado (espero). Mas hoje é um dia de muito significado para mim.
Não posso deixar de referir ter sido a primeira pessoa a escrever um artigo científico (na Revista "Saúde Infantil") e coloquial (logo no 2º número da Pais&Filhos) sobre este assunto, em 1987 e 1988, respectivamente. O tema era de tal forma estranho que o editor da Revista médica pediu para acrescentar um subtítulo "uma experiência inglesa", ao título que era: "transporte da criança no automóvel". Em 1988 fizemos o primeiro estudo, que mostrou o quase total desconhecimento dos pais e da população. Agentes multavam os pais que tinham a cadeirinha no banco da frente (não havia airbags, na altura, pelo que a própria lei dizia que a criança podia ir à frente, desde que bem transportada), e tive de ir a tribunal mais de uma vez porque o que estava na cabeça das pessoas era: "o miúdo vai sempre atrás!". À balda, claro.
Recordo-me de, por causa deste tema, ter entrado a correr, sem pedir licença e furando a segurança e subindo a escadaria a quatro e quatro, com um polícia atrás de mim a dar-me voz de prisão, no gabinete do Secretário de Estado, Carlos Loureiro, na Praça do Comércio, em 1994, para tentar emendar um erro no decreto-Lei que ia ser levado a Conselho de Ministros daí a breves minutos. Esse erro atrasaria a implementação do uso de cinto no banco de trás por mais seis anos. E ao mesmo tempo ameaçando-o de um processo por cada criança que morresse indevidamente (o que a gente faz... entrar num gabinete de um governante com ameaças - se fosse hoje ia parar a Guantanamo). Tantas lutas, campanhas, spots, alegrias, esperanças, acções, e frustrações também...
Ainda me lembro do enorme susto que apanhou Cavaco Silva, então primeiro-ministro, quando desceu num simulador a 15 (quinze!) km/h e sentiu a brutal violência do choque, numa acção de rua na Avenida da Liberdade em que o meu filho mais velho esteve envolvido. Lembras-te, Pedro? "Chocar a 45 km/h tem a força de impacto igual a cair de um 5º andar" - quantas vezes repetimos isto, e quantas vezes fomos chamados de "exagerados", "maníacos", "fundamentalistas". "Não andámos todos sem cinto quando éramos pequenos" - diziam amigos e colegas. O pior é que os que tinham morrido não estavam cá para produzir esses comentários.
A Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI, anagrama de PAIS) ocupou-me, de alma e coração, dez anos, desde a sua fundação em 1992. Com Kaj Edanius, durante um almoço em que um dizia "mata" e o outro "esfola", um sueco tão sonhador e louco como eu, que acreditava que seria possível ver, nos carros dos portugueses, o que já se via na Suécia e que eu, durante a minha estadia em Inglaterra, tinha tido o ensejo de levar à prática, com esse fantástico médico, amigo, e outro sonhador Aidan Macfarlane.
E também de, com o entusiasmo da Drª Maria de Belém Roseira, ter coordenado o grupo de trabalho que redigiu a proposta de decreto-lei sobre transporte colectivo de crianças, numa altura em que a melhor Ministra da Saúde das últimas décadas decidiu colocar a prevenção dos acidentes nas prioridades da Saúde. As vicissitudes da política levaram ao adiamento por sete anos, mas já é lei.
Muito se fez, em 20 anos. As cadeirinhas, consideradas uma coisa estranha, passaram a ser normais, mesmo que ainda com muitos erros de utilização pelos pais. Morriam nas estradas o equivalente a dois aviões cheios de crianças. A situação melhorou indubitavelmente, mas ainda há muito para fazer, como usar SEMPRE o cinto no banco de trás, e não facilitar NUNCA, porque podemos estar parado e alguém nos bater no carro.
Para os profetas da desgraça, a conclusão que deixo é: "vale a pena lutar por causas destas, porque se encontram vontades, pessoas e ideias, e nem sempre é a derrota que nos espera no final da linha.".
Hoje é um dia muito especial para mim.
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domingo, 12 de outubro de 2008
acontece...
Demiti o meu cunhado sem justa causa, dizem as autoridades do Alaska? Bom... se o demiti, não foi por ser meu cunhado e estar a divorciar-se da minha irmã e eu o detestar... foi porque... estas coisas acontecem.
Vejam lá, eu nem reparei que era o meu cunhado e que não havia razões para o demitir. Só agora que vocês falam disso é que estou a relacionar. Coitado... Mas prometo, se for eleita, vou contratá-lo para assessor. Que chatice, logo ele, que apesar de estar num divórcio litigioso com a minha mana, até não era mau rapaz...
O Obama, sim. Hussein, é o nome dele, o do meio. Estão a ver? Hussein. E encapotado, entre Barack e Obama. Alguém se chama Barack? Buraco! E Obama? Parece nome de palhaço. Hussein é que reflecte o terrorista que ele é.
Bom. Tenho de terminar. Vou ali despachar um urso e já venho, isto se a minha adolescentezinha não entrar em trabalho de parto. Eu recomendo a abstinência até ao casamento, mas também Nossa Senhora engravidou sem ter relações, e não é Darwin quem o diz...
Vejam lá, eu nem reparei que era o meu cunhado e que não havia razões para o demitir. Só agora que vocês falam disso é que estou a relacionar. Coitado... Mas prometo, se for eleita, vou contratá-lo para assessor. Que chatice, logo ele, que apesar de estar num divórcio litigioso com a minha mana, até não era mau rapaz...
O Obama, sim. Hussein, é o nome dele, o do meio. Estão a ver? Hussein. E encapotado, entre Barack e Obama. Alguém se chama Barack? Buraco! E Obama? Parece nome de palhaço. Hussein é que reflecte o terrorista que ele é.
Bom. Tenho de terminar. Vou ali despachar um urso e já venho, isto se a minha adolescentezinha não entrar em trabalho de parto. Eu recomendo a abstinência até ao casamento, mas também Nossa Senhora engravidou sem ter relações, e não é Darwin quem o diz...
10 milhões de candidatos, sem contar com as Ilhas
Hospital de Santa Maria passa a administrar vacina contra a raiva, revelou à Lusa o reitor da Universidade de Lisboa, António Nóvoa.
A fila de espera já vai na segunda ponte do Feijó!
vencer os monstros que habitam cá dentro
sábado, 11 de outubro de 2008
"coñazo!"
Apesar de não nutrir qualquer simpatia por ele, não posso estar de acordo com Mariano Rajoy, líder do PP espanhol, ao dizer, julgando que os microfones estavam fechados: "Amanhã lá tenho de ir àquela ´porra´ do desfile militar". Coñazo, foi a palavra usada.
Escândalo? Não. Primeiro, porque esta história de os microfones, direccionais ou não, detectarem tudo, e os jornalistas não se coibirem de usar o que ficou gravado é indecente.
Segundo, porque passar a tarde de um domingo a assistir a um desfile militar deve ser mesmo uma grandecíssima "p...."!
Escândalo? Não. Primeiro, porque esta história de os microfones, direccionais ou não, detectarem tudo, e os jornalistas não se coibirem de usar o que ficou gravado é indecente.
Segundo, porque passar a tarde de um domingo a assistir a um desfile militar deve ser mesmo uma grandecíssima "p...."!
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enigma...
Confesso que não morria de amores pela personagem de Paulo Teixeira Pinto (PTP). Não apenas por ser porta-voz do governo de Cavaco Silva e eu não gostar do governo de Cavaco Silva, mas por pertencer à Opus Dei, organização que (como a Maçonaria) me bulem com o sistema nervoso.
Assisti, como os portugueses em geral, às peripécias do BCP e de Jardim Gonçalves, e aí pensei: "Estava certo É mais um." E quando PTP saíu do BCP com uma choruda reforma, as minhas "certezas" foram ainda maiores.
No Verão pude ler uma entrevista, creio que ao Expresso (se não foi, que me perdoe a revista onde a deu). E pude adivinhar certas entrelinhas. Depois o abandono do Banco e da Opus. E a dedicação à pintura e à poesia. E o que tem dito e escrito.
Não comprei ainda o livro LVXXXI, mas vou fazê-lo. E se o vou, assim às escuras, é porque PTP tem-se-me revelado. De acto em acto, de gesto em gesto, de obra em obra, que não a Obra. Um enigma, e eu adoro enigmas.
Pessoalmente, sem o conhecer, julgo entender o porquê do que, aparentemente, poderia ser considerada uma "súbita e oportunista" mudança. Creio que não. E se um jornal me fizesse aquela pergunta, habitual: "Com quem gostaria de jantar hoje?", acho que, hoje, responderia: "PTP".
Assisti, como os portugueses em geral, às peripécias do BCP e de Jardim Gonçalves, e aí pensei: "Estava certo É mais um." E quando PTP saíu do BCP com uma choruda reforma, as minhas "certezas" foram ainda maiores.
No Verão pude ler uma entrevista, creio que ao Expresso (se não foi, que me perdoe a revista onde a deu). E pude adivinhar certas entrelinhas. Depois o abandono do Banco e da Opus. E a dedicação à pintura e à poesia. E o que tem dito e escrito.
Não comprei ainda o livro LVXXXI, mas vou fazê-lo. E se o vou, assim às escuras, é porque PTP tem-se-me revelado. De acto em acto, de gesto em gesto, de obra em obra, que não a Obra. Um enigma, e eu adoro enigmas.
Pessoalmente, sem o conhecer, julgo entender o porquê do que, aparentemente, poderia ser considerada uma "súbita e oportunista" mudança. Creio que não. E se um jornal me fizesse aquela pergunta, habitual: "Com quem gostaria de jantar hoje?", acho que, hoje, responderia: "PTP".
Jacques... foste quase préver...so
C'est une chanson qui nous ressemble
Toi, tu m'aimais et je t'aimais
Et nous vivions tous deux ensemble
Toi qui m'aimais, moi qui t'aimais
Mais la vie sépare ceux qui s'aiment
Tout doucement, sans faire de bruit
Et la mer efface sur le sable
Les pas des amants désunis.
Jacques Prévert
The falling leaves drift by the window
The autumn leaves of red and gold
I see your lips, the summer kisses
The sun-burned hands I used to hold
Since you went away the days grow long
And soon I´ll hear old winters song
But I miss you most of all my darling
When autumn leaves start to fall
versão de Nat King Cole
Fotografias: Mário
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
grrrrrrrrrr!
Que pensar de um mail, enviado de um nome e endereço que desconheço, e que começa assim:
Delete. Erase. Exterminate.
A quantidade de lixo que chega todos os dias e nos entope a caixa, é demasiado. Será estratégia para aumentarmos as nossas contas e preferirmos bandas mais largas (e mais caras)?
E a criança de 3 anos com "síndroma de Staagard" (escrito erradamente, ainda por cima), que circula desde 1999 na net? Segundo o mail "ia morrer brevemente" - afinal, desafia as estatísticas porque ainda há dias "a recebi" novamente!!!
"Caro Amigo(a). Esta mensagem não tem nada a ver com as aldrabices que costuma receber no seu mail...(...)".
Delete. Erase. Exterminate.
A quantidade de lixo que chega todos os dias e nos entope a caixa, é demasiado. Será estratégia para aumentarmos as nossas contas e preferirmos bandas mais largas (e mais caras)?
E a criança de 3 anos com "síndroma de Staagard" (escrito erradamente, ainda por cima), que circula desde 1999 na net? Segundo o mail "ia morrer brevemente" - afinal, desafia as estatísticas porque ainda há dias "a recebi" novamente!!!
areias brancas e deliciosas...
Deliciosas. Como os Pai Mogos e os Almendrados.
São os doces típicos da Lourinhã, cuja receita remonta ao século XVIII. De tipo conventual, claro, são de comer e chorar por mais. Com um café bem forte e sem açúcar, então, comem-se duas ou três de uma assentada.
Recomenda-se a qualquer amigo e até mesmo a inimigos.
Usando a linguagem do Guia Michelin: "Vaut le voyage".
São os doces típicos da Lourinhã, cuja receita remonta ao século XVIII. De tipo conventual, claro, são de comer e chorar por mais. Com um café bem forte e sem açúcar, então, comem-se duas ou três de uma assentada.
Recomenda-se a qualquer amigo e até mesmo a inimigos.
Usando a linguagem do Guia Michelin: "Vaut le voyage".
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Brel - trinta anos de saudade
"Bien sur, il y a nos défaites
Et puis la mort qui est tout au bout..."
Jacques Brel morreu no dia 9 de Outubro de 1978.
Marcou uma geração - não apenas pelos poemas e pelas canções, mas por um percurso de vida de coerência, insatisfação, insubmissão e revolta. O belga valão que quase exclusivamente cantava em francês e que acusava os flamengos de arrogância e de discriminação, foi um ícon para muitos, pertencendo ele mesmo à geração de ouro da música francófona, herdeiro de Piaf e de Brassens, companheiro de Reggiani, Moustaki, Leo Ferré, Barbara, Mouloudji, Aznavour e tantos outros.
"Les bourgeois c'est comme les cochons
Plus ça devient vieux plus ça devient bête"
Foi cantor e actor. Depois de uma vida activa, sempre interveniente, retirou-se para as Ilhas Marquesas, quando descobriu ter um cancro. Em 1977 regressou a Paris para gravar o seu último disco, dez anos depois do anterior e voltou para o lugar onde se sentia bem, navegando nos mares do Pacífico. Voltou à cidade-luz para morrer, e foi enterrado na Ilha Hiva-oa, no Arquipélago das Marquesas.
Deixou-nos a palavra, a nostalgia, o acreditar na vida e a presença da morte. E sentimentos profundos, íntimos e solidários. E polémicos. Como a natureza dos homens. E como Brel.
"Les vieux ne meurent pas, ils s'endorment un jour et dorment trop longtemps
Ils se tiennent par la main, ils ont peur de se perdre et se perdent pourtant
Et l'autre reste là, le meilleur ou le pire, le doux ou le sévère
Cela n'importe pas, celui des deux qui reste se retrouve en enfer
Vous le verrez peut-être, vous la verrez parfois en pluie et en chagrin
Traverser le présent en s'excusant déjà de n'être pas plus loin
Et fuir devant vous une dernière fois la pendule d'argent
Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non, qui leur dit : je t'attends
Qui ronronne au salon, qui dit oui qui dit non et puis qui nous attend."
Ele, contudo, não chegou a velho - ou, vendo de outra forma, permanece sempre eterno na cultura dos povos. Salut Jacques!
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
onde é que eu já vi isto???
Não se sabe se foi propositado, mas a verdade é que, após o debate de Nashville, o candidato republicano John McCain negou o aperto de mão a Barack Obama, não cumprimentando o oponente e deixando-o de mão estendida.
razões que a Razão desconhece
A localidade é Peniche.
O motivo de conflito é o Forte.
O desejo da Câmara, desde há três anos, é deixar o Grupo Pestana construir uma Pousada.
A oposição a este projecto é de grupos anti-fascistas, designadamente o Movimento "Não apaguem a memória".
A Câmara é da CDU.
O desenho acima é de Álvaro Cunhal, que esteve preso vários anos em Peniche, e foi feito durante o seu cativeiro, em que permaneceu totalmente isolado, e de onde conseguiu depois fugir.
Perceberam? Eu ainda estou perplexo. Por mais que me esforce, não consigo entender a "Mão Invisível"...
O motivo de conflito é o Forte.
O desejo da Câmara, desde há três anos, é deixar o Grupo Pestana construir uma Pousada.
A oposição a este projecto é de grupos anti-fascistas, designadamente o Movimento "Não apaguem a memória".
A Câmara é da CDU.
O desenho acima é de Álvaro Cunhal, que esteve preso vários anos em Peniche, e foi feito durante o seu cativeiro, em que permaneceu totalmente isolado, e de onde conseguiu depois fugir.
Perceberam? Eu ainda estou perplexo. Por mais que me esforce, não consigo entender a "Mão Invisível"...
inutilidades
O Porsche Carrera de Carlos Martins, jogador do Benfica, custa 122.000€ e atinge uma velocidade máxima de 302 km/h. Para quê, se o limite é 120km/h? Ou 50km/h na cidade?
E estampou-se ontem, como qualquer outro carro, só que o arranjo vai custar bastante mais...
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Herbert Ernst Karl Frahm
Tive o privilégio de conhecer pessoalmente Herbert Ernst Karl Frahm, natural de Lübeck, nascido a 18 de Dezembro de 1913, e que morreu num dia 8 de Outubro, faz hoje 16 anos.
Começou a sua carreira em Berlim, no final dos anos cinquenta, e depois foi ministro, vice-chanceler e chanceler da República Federal da Alemanha.
Em 1974, sendo ainda Chanceler, demitiu-se por ter tido como chefe de gabinete um espião da DDR - Gunter Guillaume. Michael Frayn, o extraordinário dramaturgo inglês, relata o episódio na sua peça "Democracy", que pude ver no Teatro Aberto, no ano passado, e que mostra como a amizade e a adversidade podem servir ou contribuir para o fim de duas personagens antagónicas... mas progressivamente complementares. O fim de Brandt e de Guillaume era indissociável, e o espião caíu em desgraça quando regressou à DDR.
"A Europa connosco" - dizia o PS. E depois de uma reunião em Estocolmo, em 1975, seguiu-se uma em Portugal, em 1976. Tive o ensejo de ajudar à tradução simultânea, mesmo que o meu alemão não fosse nada de especial. Foi aí que conheci o "camarada Isidoro" (Felipe Gonzalez), Olof Palme (e a sua mulher Lisbeth, com quem trabalhei na UNICEF, e a quem prestei homenagem, na rua onde foi assassinado, vertendo lágrimas solitárias pelo que foi e é o ícone do meu pensamento político e social), e muitos outros. Velhos tempos! Tinha vinte anos - imaginem a honra!
Herbert Ernst Karl Frahm nunca conheceu o pai, e foi casado 32 anos e teve três filhos, até se divorciar e voltar a casar.
Com a ascensão de Hitler, emigrou para a Noruega, e criou um pseudónimo, que carregaria para sempre - Willy Brandt -, oficializando-o em 1949, ano em que curiosamente nascia a DDR. Pelo meio ficou o nome de Gunnar Gaasland.
De combatente na Guerra Civil de Espanha a refugiado clandestino na Noruega ocupada, obteve a nacionalidade deste país nórdico até ao fim da II Guerra.
Quando ascendeu a Chanceler, foi o auge da "verdadeira" social-democracia, ou socialismo democrático. Muito discutida, como referi ontem, foi a aproximação pragmática com a DDR, considerada por muitos como uma capitulação perante o facto consumado de duas Alemanhas. Mas foi ele quem normalizou as relações com a Polónia e a União Soviética, contribuindo para que a Guerra Fria não evoluísse para uma guerra nuclear aberta, à qual ninguém, provavelmente, sobreviveria. Hoje reconhece-se que foi um passo arriscado, mas certeiro, para a unificação da Alemanha. Brandt sabia o que fazia.
Recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1971.
Inovador, criativo, reformador, também teve pontos duvidosos, como o de impedir que "extremistas" (na prática neonazis e comunistas) pudessem ser funcionários públicos.
Em 1972 faltaram-lhe dois votos para ser Chanceler - agora sabe-se que a Stasi, polícia política da DDR, corrompeu deputados do partido democrata-cristão para votarem contra (a face negra e emética da política). As novas eleições deram-lhe a maioria, mas a Stasi contra-atacou e conseguiu colocar Gunter Guillaume como seu chefe de gabinete. Ainda visitou Israel - sendo o primeiro Chanceler alemão a fazê-lo (Angela Merkel foi a primeira a discursar no Knesset, este ano, mas Brandt foi o primeiro a visitar o Estado hebraico), e a 6 de Maio demitiu-se, sendo substituído por Helmut Schmidt, político e pianista (tenho uma gravação do concerto para quatro pianos de Bach, com ele), e que dizem também poder ter estado na origem do "golpe de estado palaciano" que levou à queda de Brandt.
Não se reformou - ou antes, continuou a fazer política nos bastidores, encontrando-se com Arafat, Fidel, Deng Xiaoping e Gorbatchov, no intuito de alcançar a paz e a estabilidade na Europa e no Mundo.
Morreu a 8 de Outubro. Mas deixou um legado de vida. Intenso, que demorará provavelmente muito tempo a ser digerido. Controverso, polémico, mas coerente e lutador.
"Ich heiβe Willy Brandt".". "Prosit! Auf Ihre wohl!". "Unsere wohl. Unsere wohl..."
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7 de Outubro de 1949 - e alguém ainda se lembra?!?
A 7 de Outubro de 1949, menos de cinco meses depois das potências aliadas terem criado a República Federal da Alemanha, unindo os territóriosdo antigo III Reich que supervisionavam, a União Soviética proclamava o nascimento da República Democrática Alemã, correspondente à sua zona de ocupação. Wilhelm Pieck foi o primeiro presidente e Otto Grotewohl nomeado primeiro ministro. Mas a personagem mais conhecida deste "curto" país foi, sem dúvida, Walter Ulbricht.
Com cerca de metade da dimensão da RFA, a RDA (DDR em alemão) tinha também metade de Berlim, cercando totalmente o território "ocidental" da antiga capital do Reich.
Em 1953, uma tentativa de revolta em Berlim era esmagada pelos tanques do regime, auxiliados pelos soviéticos, com dezenas de mortes e milhares de prisões arbitrárias, tortura e violação dos direitos humanos mais elementares.
Em 1966, Willi Brandt desenhou a chamada Ostpolitik ou Realpolitik, que passava pelo reconhecimento, mesmo que não oficial, da RDA. A sua escolha foi polémica, alguns comparando-a a uma capitulação, outros argumentando que foi assim possível salvar o essencial. Seis anos depois a RDA era aceite como membro da ONU.
Quarenta anos depois do nascimento da RDA caíu o muro (ou, melhor, foi derrubado o muro pelo povo). Pouco tempo depois deste acto simbólico e da força que teve, já em 1990, a República Democrática Alemã deixava de existir e integrava-se na Alemanha.
Durante muito tempo considerada a "menina bonita" do Bloco Leste, onde supostamente se conseguia grande qualidade de vida apesar das limitações à liberdade, verificou-se depois (para os "cegos" que não queriam ver, os que andavam enganados ou pura e simplesmente os que não sabiam) que as carências eram mais do que muitas e o logro de uma enormidade de pasmar. Mas diz o ditado: podem enganar-se alguns durante algum tempo, mas nunca todos até a eternidade.
Na memória sobram os músculos das nadadoras olímpicas, os assassinatos no Muro e a actuação negra da Stasi, a polícia secreta. Tudo o resto se desvaneceu ou foi, afinal, melhor executado na Nova Alemanha. Até as lentes Carl Zeiss mantiveram os standards, sob o "capitalismo". Restam também as perdas dolorosas de famílias subitamente divididas e impedidas de se re-encontrarem, e a presença ignominiosa da ditadura soviética. Bem insistiam os defensores do regime que tudo era necessário - Mário Castrim, crítico de televisão, membro do PCP, escreveu um dia esta coisa formidável: que, ao contrário do que a propaganda das democracias ocidentais dizia, o Muro era necessário para impedir os alemães de Berlim-Ocidental de migrarem todos para Berlim-Leste, dado que o sonho que aí se vivia - de qualidade de vida, respeito pelo ambiente, cultura e liberdade - atraía todos os que viviam no lado oeste. Salazar não diria melhor. E aposto que a nomenklatura do partido não andava de Trabant.
Como tudo o que é mau na vida, este pesadelo acabou. E mesmo em relativa crise, é melhor seguramente viver numa república alemã democrática do que na República Democrática Alemã.
Com cerca de metade da dimensão da RFA, a RDA (DDR em alemão) tinha também metade de Berlim, cercando totalmente o território "ocidental" da antiga capital do Reich.
Em 1953, uma tentativa de revolta em Berlim era esmagada pelos tanques do regime, auxiliados pelos soviéticos, com dezenas de mortes e milhares de prisões arbitrárias, tortura e violação dos direitos humanos mais elementares.
Em 1966, Willi Brandt desenhou a chamada Ostpolitik ou Realpolitik, que passava pelo reconhecimento, mesmo que não oficial, da RDA. A sua escolha foi polémica, alguns comparando-a a uma capitulação, outros argumentando que foi assim possível salvar o essencial. Seis anos depois a RDA era aceite como membro da ONU.
Quarenta anos depois do nascimento da RDA caíu o muro (ou, melhor, foi derrubado o muro pelo povo). Pouco tempo depois deste acto simbólico e da força que teve, já em 1990, a República Democrática Alemã deixava de existir e integrava-se na Alemanha.
Durante muito tempo considerada a "menina bonita" do Bloco Leste, onde supostamente se conseguia grande qualidade de vida apesar das limitações à liberdade, verificou-se depois (para os "cegos" que não queriam ver, os que andavam enganados ou pura e simplesmente os que não sabiam) que as carências eram mais do que muitas e o logro de uma enormidade de pasmar. Mas diz o ditado: podem enganar-se alguns durante algum tempo, mas nunca todos até a eternidade.
Na memória sobram os músculos das nadadoras olímpicas, os assassinatos no Muro e a actuação negra da Stasi, a polícia secreta. Tudo o resto se desvaneceu ou foi, afinal, melhor executado na Nova Alemanha. Até as lentes Carl Zeiss mantiveram os standards, sob o "capitalismo". Restam também as perdas dolorosas de famílias subitamente divididas e impedidas de se re-encontrarem, e a presença ignominiosa da ditadura soviética. Bem insistiam os defensores do regime que tudo era necessário - Mário Castrim, crítico de televisão, membro do PCP, escreveu um dia esta coisa formidável: que, ao contrário do que a propaganda das democracias ocidentais dizia, o Muro era necessário para impedir os alemães de Berlim-Ocidental de migrarem todos para Berlim-Leste, dado que o sonho que aí se vivia - de qualidade de vida, respeito pelo ambiente, cultura e liberdade - atraía todos os que viviam no lado oeste. Salazar não diria melhor. E aposto que a nomenklatura do partido não andava de Trabant.
Como tudo o que é mau na vida, este pesadelo acabou. E mesmo em relativa crise, é melhor seguramente viver numa república alemã democrática do que na República Democrática Alemã.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
imbróglio mozartiano
Depois de o Colégio onde os meus filhos andam ter tido a excelente ideia de os levar a ver "A Flauta Mágica", e de a RTP2 ter passado um ballet moderno baseando-se nessa ópera de Mozart, um verdadeiro "vendaval mozartiano" varreu a pequenada desta casa.
Só querem saber as histórias, ver os DVDs, adormecer ao som do "glockenspiel" ou do Papagueno. Mas, ajudem-me: como é que um pai explica a três meninos pequenos que as Bodas de Fígaro têm o seu cerne no "direito de pernada" do Conde de Almaviva? Help, pleeeeeeease!
Só querem saber as histórias, ver os DVDs, adormecer ao som do "glockenspiel" ou do Papagueno. Mas, ajudem-me: como é que um pai explica a três meninos pequenos que as Bodas de Fígaro têm o seu cerne no "direito de pernada" do Conde de Almaviva? Help, pleeeeeeease!
Dia Mundial dos Arquitectos
De interiores e de exteriores, paisagistas e urbanistas, de casas e prédios, de vilas e cidades.
É o Dia Mundial daqueles de quem se diz "deveriam viver pelo menos dois anos nas casas que constroem, para verem como a teoria está longe da prática".
Mas sem eles a vida de todos seria muito complicada, e são profissionais eminentemente criativos, originais, com estilo e com ideias. Ousadas, por vezes, arrojadas, mesmo.
O desafio maior será a melhoria das condições da habitação, e o re-ordenamento (diria mesmo, revolução) a fazer para que as cidades voltem a ser um conjunto de miríades de aldeias.
Parabéns aos arquitectos. Um deles é meu genro.
domingo, 5 de outubro de 2008
hurra!
"Professor"
"Soutor"
"S´tor"
"Prof"
Tantas designações para pessoas que representam, para nós e para os nossos filhos, uma parte muito significativa do bem-estar, da sabedoria e do conhecimento. Além de múltiplas vertentes sociais e comunicacionais.
Obrigado a todos os bons professores. Os outros, os que são apenas "licenciados em prática", sem vocação e fazendo o frete, não mancham esta profissão, digna, corajosa e imprescindível.
"Sai uma maçã para a s´tora do canto, já!"
"Soutor"
"S´tor"
"Prof"
Tantas designações para pessoas que representam, para nós e para os nossos filhos, uma parte muito significativa do bem-estar, da sabedoria e do conhecimento. Além de múltiplas vertentes sociais e comunicacionais.
Obrigado a todos os bons professores. Os outros, os que são apenas "licenciados em prática", sem vocação e fazendo o frete, não mancham esta profissão, digna, corajosa e imprescindível.
"Sai uma maçã para a s´tora do canto, já!"
viva a República!
Sempre republicano! Mesmo que se argumente - e até estou bastante de acordo - que um rei pode unir mais um povo do que um presidente, dado que este é mais político e tem funções vastas no controlo dos poderes executivo/legislativo, não consigo admitir que o filho desse rei possa, apenas por ser filho, ser rei.
Já para não falar dos barões, condes, viscondessas e marquesas, e outros "dons"... (mesmo que o Presidente da República também tenha a sua entourage, sempre muda de cinco em cinco anos).
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